sexta-feira, 6 de novembro de 2015

O mundo da pediatria!!!!

Não foi um dia fácil para atuar por eu não estar nos meus melhores dias. Mas, ainda assim, me sentia entusiasmada com os possíveis encontros que teria na Pediatria. Lembro que quando cheguei no HC a minha energia estava lá em baixo. A minha MCM já estava me esperando cheio de brilho no olhar. Isso me animou, apesar de...

Caminhando no espaço, seguimos para o sexto andar do hospital. A tensão logo surgiu. A sensação de estar no vazio também. E agora? Não planejar... respira!
Seguindo para o quartinho das enfermeiras, começamos a nos preparar e... 1,2,3,4,5,6... respira fundo... 7...8,9...10! Me alimento do olhar de Antonela!
Caminhando no espaço... e... stop! encontra um olhar. Encontramos! De mãos dadas, Antonela e Zefina vai ao encontro de uma linda bebê. Uma garotinha linda, de olhos bem abertos para nós. Parecia um pouco assustada com a nossa presença... Por isso, os jogos de olhares começaram da porta do quarto até a cama que a garotinha estava. Não precisou falar nada. Apenas falar com o corpo. A garotinha entrou para o jogo. Ainda sem falarmos nada, a garotinha solta um, dois, três, quarto e infinitos beijos para nós! Foi lindo! Depois de um tempo, ela mostrou um boneco fofinho para nós. Foi um momento muito bonito, ganhamos até beijinhos e um abraço da mãe da pequena menininha. Ela não se cansava de fazer biquinhos e mandar beijos para nós. <3 Foi um momento uau!

Continuamos caminhando no setor até chegar no final do corredor. Um garotinho começou a gritar e a se esconder de nós... Não insistimos muito nele, jogamos pela janela do quarto e encontramos o olhar de um adolescente muito simpático. Ainda ganhei um abraço da mãe dele.
O garotinho que gritava, se chama Rafael.
Saímos do quarto e, conhecemos no quarto ao lado o vinícius de cinco anos de idade. Ele estava na cama com seu vídeo game. Aproximamos devagar e Vinicius não tirava o olhar de nós, ele estava com um riso do canto a outro estampado no rosto. Toda vez que tocava uma música no vídeo game dele, dançávamos sem parar... a gargalhava dele ecoava na pediatria. Quando olhei para trás, estava lá em pé no canto da porta, Rafael. Ele gritava quando aproximávamos dele. E na verdade, não era nós que aproximávamos, era ele. Rafael começou a ter um comportamento agressivo comigo e com Antonela.

Saímos daquele quarto e seguimos em diante. Avistamos de longe, os olhares atentos de Cauana. Nos aproximamos do quarto e entramos sem pressa. Ela  não quis falar nada. Então nós nos apresentamos para ela e perguntamos o que estava pintando.. foi ai que Cauana começou a mostrar para nós os seus desenhos e revistinhas. Enquanto estávamos com ela, vinícios não saia de perto. Enquanto que Rafael me beliscava e saia correndo. Chegou o momento de se despedir de Cauana. Ela nos acenou com a mão e saímos.


Rafael parou de gritar, mas, queria nos bater e dar chutes. Foi muito difícil lhe dar com essa situação. Foi quando dissemos ao Rafael que estávamos procurando um amigo. Comecei a dar as características desse tal amigo para o Rafael... Ele se identificou com algumas características. Foi quando estendi a mão para ele e, depois de muitos chutes, tapas e "mostrar o dedo" pra mim, Rafael apertou a minha mão com cuidado e lentidão. Logo em seguida,  nos chamamos para brincar de bola. DE BOLA??? SOCORRO! E AGORA!?
Pensei que era uma bola grande, mas quando vi, era uma bola pequena.
Então, jogamos com ele o "aonde está a bola?" Ele até tentou.. mas, na verdade, Rafael queria mesmo era correr e jogar a bolinha em nós. Foi o que aconteceu, ele se jogava no chão e jogava a bolinha em nós. Caramba! Tentamos sair várias vezes dessa situação...  Foi o momento PEMMMM!!!! da atuação.

Depois vi Rafael caminhar para o seu quarto... não sei o que pensei na hora... a minha energia baixou! No entanto, quando olho para o lado, estava vinícius nos abraçando! Ele não largava o joguinho e não saia de perto de nós.
Conhecemos outra princesa linda de vestido amarelo. Ela estava bem quieta e calma. Tinha um riso tímido mas cheio de carinho.

Notei que estava na hora de ir. Vínicius nos deu beijinho de esquimó e alisou com cuidado o meu nariz e o de Antonela.

Nos despedimos e entramos no quartinho das enfermeiras.

...

...

Não sabia o que sentia, o que falar... tivemos momentos Peeemmmm e momentos uauu! Eu me encantei com os encontros, com todos, mas Rafael me inquietou. Ele parecia assustado. Queria ter entendido o que realmente ele queria. Mas, o nosso aperto de mão foi um grande passo.

...


p.s: Tinha que ser com Antonela. Mas uma vez, minha querida, obrigada!
Até a próxima atuação!


com amor,
ZEFINA FALAFINA. 



Um comentário:

Unknown disse...

Tinha que ser vocês nesse começo, mas novos ciclos virão por ai, não se esqueça! Quanto à Rafael, e às sua agressividade, não deixe NUNCA que isso lhe traga magoas oou medo do setor. Quantas coisas maravilhosas você viveu? Particularmente, o aperto de mão me pareceu uma forma de pedir desculpas... talvez ele tenha pedido desculpas a si mesmo, por que não deve ser fácil jogar fora a sua valvula de escape. Acho que, no final das contas, ele sabia disso. Obrigada por ajudarem ele nele dia, ele devia estar precisando muito. Agressividade é a defesa dos que, muitas vezes, mais precisam de nós!