segunda-feira, 30 de novembro de 2015

A cocheira e o rebuliço no COB - by Luigi

Tenho que dizer, essa foi a atuação mais difícil pra mim. Não sei exatamente o quê, mas travei. Luigi tinha uma sorte imensa que o grande Roberto É Oquê estava lá para salvá-lo. Tenho que dizer: Roberto escolheu bem  o dia pra fazer a sua melhor atuação. Se garantiu muuuuuuuuuuuito!!!! Puxou praticamente todos os jogos, subiu minha energia, deu muitos sorrisos e causou o maior rebuliço naquele andar.
Muitas vezes era complicado iniciar um jogo porque as pacientes estavam sentindo dor ou algum incômodo. Quando não estavam, a maioria era bem aberta às interações. Em alguns momentos, abertas até demais. Nossa querida dupla de palhaços foi um pouco assediada, mas nada demais.
Se tem uma coisa de que não me orgulho nesse dia, é que minha camisa tinha um pequeno problema de um cheiro não muito bom.
Se tem um coisa da qual me orgulho nesse dia, é que consegui fazer com que 2 estudantes de medicina cheirassem meu suvaco (ou axila, como você preferir).
- Oooorx, como foi isso?
Então, estávamos no meio de um jogo particularmente longo (quando digo longo era longo meeesmo. Durou mais de 1h hehehe) quando Roberto sugeriu que eu estava particularmente cheiroso nesse dia e que as meninas deveriam dar uma fungada no meu suvaco. Não é de se estranhar que elas não aceitaram, mesmo com a nossa insistência. Até que consegui que uma delas nos prometesse: se alguém mais cheirar, eu cheiro! Era tudo o que eu precisava! Me lembrei que um companheiro da palhaçoterapia estava ali, nosso amigo Tarcinho (acho que é assim que se escreve). Pensei "ora, ele vai entrar no jogo com tudo! Vai aceitar cheirar meu suvaco".
Não me decepcionei.
Claro que, ele sendo também um cara quase tão desenrolado quanto Luigi e Roberto, ele fez todo um drama, uma ceeena pra isso. O que importa é que ele cheirou (peço até desculpas pra ele, não devia estar muito legal não).
Infelizmente nossa companheira não cumpriu a promessa (--"). Conseguimos convencer ainda um outro estudante a cheirar minha perfumada axila (foi mal a tu também, galego. Valeu o esforço!), mas ainda assim nossa amiga não quis cumprir a promessa! Eu a amaldiçoo e desejo que seu marido a obrigue a cheirar o suvaco dele depois de um longo dia de trabalho árduo, suado e sem desodorante!
Vou repetir o que já disse pra enfatizar: meu MCM fez uma atuação  F A N T Á S T I C A! Sério, sem ele o dia teria sido um desastre. Fiz meu máximo pra servi-lo o melhor possível nos jogos incríveis que ele descolou, espero pelo menos não ter atrapalhado. Valeeeeeu, Roberto!

A cocheira corre pra a Pediatria - by Luigi

Dia 17/11, nossa terceira atuação (Luigi Pequeno Horizonte e Roberto É Oquê). Pediatria. Confesso que era a atuação que mais me assustava. A terça feira ia chegando e meu coração fibrilava. 
Uma coisa eu posso dizer, minha energia tava alta. Por mais dolorido que estivesse por causa do Intermed,o corpo estava vivo! Além disso, essa seria minha primeira atuação após a externa no Encontro de Práticas Integrativas, onde me relembrei da importância do trabalho corporal (para mais informações, ler o diário "Segunda Atuação"- Horizonte, Luigi Pequeno), então estava com isso na cabeça.
Subimos a energia e explodimos o olhar!!
Aaaaah como foi bom!! 
Aqueles olhinhos num plano mais baixo que a gente (uma situação não muito comum para Luigi PEQUENO Horizonte) estavam on fire!!! Começamos diversos jogos incríveis. As crianças interagiam maravilhosamente, e os acompanhantes não ficavam para trás. Duelos e mais duelos de cosquinha se sucederam. Entramos no quarto de um menino surdo, e fiquei bem perdido. Mas meu super MCM estava lá pra me salvar com sua linguagem de libras. Apesar de o menino não retribuir muito nossos esforços, Roberto mostrou grande desenvoltura na linguagem de sinais. Tocantins inteiro pra ele!
Em um quarto específico, ou melhor, na porta do quarto, passamo um bom tempo. Eram duas crianças lá, sendo um bebê. Mas com a garota e as acompanhantes o jogo correu de um modo especial. Lá tentei intensamente convencer a garota que se tornar palhaço era muito melhor que se tornar médica. Infelizmente, ela não acreditou em mim e continua querendo ser médica. Uma pena, uma pena...
No entanto, devo confessar que estar ali foi o que me proveu o melhor encontro do dia. Não com os habitantes desse quarto, mas com uma pequenina de cabelos beeeeem enrolados. Laura é a prova viva de que as crianças não são só doce, mas também um azedo poderozíssimo!!! Sua altura não chegava a meu quadril. Mesmo assim, queria que nós fossemos seus obedientes servos. O olhar dela me arrepiava. Eu praticamente via as borboletas saindo pelos seus olhos. O negócio tava ficando quente. Em determinado momento ela pegou minha mão e me levou pro quarto dela. Eu me abaixei pra perguntar o que a gente ia fazer ali e ela me disse "fique aqui!!". Eu pensei "óóóia, desse tamanho e já quer mandar? Coitado do futuro marido dessa aí", mas não externei isso. Mas com toda a minha força (pra entrar no jogo sem me tornar o escravo dela) disse "não fico!!"
Ela arregalou os olhos e disse "fiiiique!"
Ao que respondi "Não fico!!"
Ela: "vai sim!"
Eu: "vou não!"
Ela: "vai sim!"
Eu: "vou não!!"
Ela: "eu vou pegar o meu chinelo, viu!?"
Eu: "eeeeeeeei, menina. Tu desse tamanho já quer bater em mim, é?"
Ela me retribuiu com um dos sorrisos mais bonitos que já vi!!
Inclusive, hoje fiquei sabendo que Margarida FalaMuito a encontrou no setor. Segundo essa palhaça lindona, Laurinha ficou triste quando viu que os palhaços que estavam lá não eram os palhacinhos dela kkkkkkkkkk, Vou procurar ela só pra dizer que não sou dela, ruuun.
Pra terminar, fomos ao quarto de Luís, o menino gigante. Ele só tinha 6 anos, mas o tamanho era de pelo menos 10. Tínhamos nos encontrado no corredor e ele tava todo feliz, mas quando entramos no quarto dele, ele tinha acabado de chorar. Quando perguntei o por quê do choro, ele disse que era porque precisava tocar a fralda. O bichinho tava com dreno, então a troca da fralda era muito dolorosa. Eu e Roberto ficamos cada um em um lado da cama dele, segurando as mãos dele e tentando acalmá-lo. Acabou que a fralda não foi trocada naquele momento, mas conseguimos fornecer a ele um pequeno consolo: ensinamos nossos nomes a ele e eu pedi que toda vez que ele estivesse com medo da dor, fechasse os olhos, chamasse nossos nomes e nos desse as  mãos. Estaríamos lá. Quando já estávamos saindo ele disse que realmente ia chamar, e eu respondi que ele realmente ia ver a gente. Com isso ele abriu um sorriso lindo, mesmo que pequeno.
Ver uma criança de 06 anos num sofrimento daquele há mais de 8 meses dói, de verdade. É barra pesada. Mas serve pra nos lembrar que nosso trabalho na Palhaçoterapia é muito maior que simplesmente se divertir com o pessoal do andar. Temos de ser absorventes de dor,espalhar olhares e encontros como quem diz : eu tô vendo você, tô vendo sua dor, eu sinto ela também e quero muito te ajudar a suportar ela. E isso só me incentiva a amar ainda mais a PERTO. Brigado, de verdade.

A primeira vez no COB a gente nunca esquece

DB, o COB é bem louco. Assim que chagamos, ainda sem a pele e sem a máscara objeto, quando abrimos a porta, umas 10 mulheres nos olharam. Ali parecia outra atmosfera, não estou exagerando. Umas com a barriga enorme andando prá lá e prá cá, outras pulando em bolas gigantes e outras simplesmente dando um apoio moral. Assim que abrimos a porta, bem tímidos, dava para perceber, recebemos a frase de uma senhora que disse: “aqui não pode entrar homens”. Logo em seguida essa mesma senhora nos perguntou se não queríamos falar com a moça da recepção. Foi o que fizemos, entramos meio acanhados e fomos direto na tal moça. “Somos da palhaço terapia, gostaríamos de um lugar para nos trocarmos”. Enquanto nos preparávamos a dúvida surgiu, “será que realmente é aqui? ”, pensamos nisso porque o ambiente não era aquele que estávamos acostumados a ver, pacientes em seus quartos, sentados, deitados. Lá o ambiente era bem movimentado, é uma espécie de corredor mais largo que o normal em que algumas mulheres transitam o tempo todo. Passada a fase da primeira impressão, eu e Fêfo subimos a energia e fomos encontrar o desconhecido mais uma vez. Logo de cara, interação, fiquei brincando com uma das grávidas que pulava sem parar numa bola, a amiga disse: “é para dilatar, por isso ela tá sentada pulando nisso aí”. Eu perguntei há quanto tempo ela estava ali. Então a moça do barrigão disse, “há muito tempo”. Brinquei, “assim vai dilatar demais”, ela sorriu e disse que não tinha surtido efeito nenhum. Outras brincadeiras transcorreram com outras pacientes, mas a moça da bola foi o alvo de Carequinha e Carequildo. No final, encontramos com ela em um quarto, ela dizia, “onde está a médica para fazer o toque? “, então, eu, Fêfo e uma outra mulher que estava ali, resolvemos transmitir energia um para o outro até o toque chegar no ombro da grávida. Foi uma risada só. Uma interna que passava também entrou na brincadeira e uniu forçar para ajudar a futura mamãe. Enfim, existiram, também, momentos não tão animados, mas como foram tão ínfimos comparados com a interação que fizemos, acho que nem cabe falar aqui. Por hoje é só, DB.  

domingo, 29 de novembro de 2015

"Ciakinevaciaverisky?"..."É O QUÊ" (Momento Roger) - Viagem Nº 5 - O Imprevisível Mundo da Nefrologia - 27/11/15

“Ciakinevaciaverisky?” – Nos perguntou dona Vera.

3... 2... 1...

Se joga! (o que nos aguardava na nefro?)

Meu estimado Diário de Bordo, dessa vez nossa jornada foi pela nefrologia. E foi uma atuação cheia de altos (bem altos), e alguns baixos (não tão baixos. Mas baixos). Mas acredito que por justamente ter encontrado muitas reações bem diferentes das que esperávamos, foi um dos dias em que mais aprendi. Um dos dias em que mais consegui extrair lições. Tanto dos jogos que deram super certo, quanto dos que não tiverem o efeito desejado.

“Orangino e Marieta... Toca o dedo na corneta! Orangino e Marieta... toca o dedo na corneta!!!” Subimos e a energia e abrimos a porta. E nos deparamos com uma mulher sentada numa cadeira e vendo televisão no corredor. Ficamos tentando “encontrá-la”. Ficamos espiando ela e buscando seu olhar. Mas recebemos um elogio logo de cara.

“Vixe! Que palhaços feios!”

Começamos a rir. E perguntamos a ela quem era mais feio. Ela disse que os dois. De repente um celular começou a tocar na televisão. Marieta atendeu e disse que Zé queria falar com a mulher que estava sentada. Mas ela disse que não ia falar com Zé. Zé mandou um beijo para ela, mas ela disse que não queria mandar outro para Zé. Pobre Zé. Descobrimos que ela não queria falar com Zé, porque estava interessada em outra pessoa. Ficamos com pena de Zé e entramos no primeiro quarto.  

Lá encontramos o “médico” de seu jeremias! Ele disse que era ele que cuidada de seu Jeremias o dia todo. E ficava lá, deitado na outra maca, observando seu “paciente”. De repente ele disse que já nos conhecia. Que já tinha nos visto por foto.  E que outro dia uma menina muito parecida com Marieta esteve por lá. Após uma breve investigação descobrimos que era Cambitinha RisoFrouxo. E expliquei que nos tínhamos enviado Cambitinha para transmitir um recado para ele! Porém o exato momento em que ia falar do que se tratava, Marieta ergueu algo em sua mão. AS CHAVES. Esquecemos de devolver ao doutor!

“O carro!!!” Dissemos. Explicamos que tínhamos que ir no carro. E pedi para ele ficar no mesmo lugar do mesmo jeito que estava. Exatamente na mesma posição, que quando eu voltasse contaria o recado. Ele concordou e disse que ia ficar.

Quando chegamos na recepção, uma enfermeira me perguntou se meu cabelo era daquela cor mesmo.
“É não! Eu pinto! Olha aqui a raiz aparecendo já!” Disse e mostrei o cabelo para ela, que veio analisar de perto.
“E qual é a tinta?” Ela perguntou.
“Sarará Color 2.0”
“Vou comprar” Respondeu.

Expliquei que comprei por um bom preço na Black Friday. E perguntamos se as enfermeiras não queriam ir passear conosco de carro. E Marieta balançou as chaves. Ao longe, avistamos o doutor dono das chaves. E quando ele chegou, revelamos que por pouco não roubamos o carro dele. André, era seu nome. E que encontro incrível com André nós tivemos. Uma pessoa extremamente sensível e inspiradora. Descobrimos que ele é escritor! E que ainda no sexto período de medicina escreveu cenas de um filme pernambucano. E que continuava escrevendo. Um apaixonado por cinema, por pessoas, pela humanidade.

Voltamos então ao quarto de seu Jeremias. O cara que dissemos para ficar parado no mesmo canto não estava mais lá. Encontramos então o homem dos olhos azuis. Marieta viu logo a cor peculiar do olhar daquele homem. Eu tive que chegar mais perto para de fato enxergar. Fingi que era mais cego do que realmente sou e me aproximei bem muito dele para comprovar se era azul de verdade.

“Isso é lente é?” Perguntei.
“É não! É dele mesmo!” respondeu a acompanhante.
“É de verdade? Posso tocar?” Perguntei.

Marieta quis ficar com os olhos da mesma cor também e começou a encará-lo para ver se passava para os olhos dela. Parece que deu certo. Quando olhamos para Marieta, ela estava com olhos azuis.

Chegamos em seu Jeremias. E descobrimos que ela não estavam com nenhuma vontade em nos ver. E nos mandava embora com a mão. Tentamos reverter a situação. Perguntamos se ele gostava das enfermeiras que estavam lá cuidado dele no momento, e ele mexia o dedo em negativa. Tentamos outras coisas e não conseguimos. Amargamos um pouco. Mas o jogo segue e as possibilidades são infinitas. Descobrimos que ele gostava de buxada de bode e para dissemos que íamos buscar buxada para ele. Nos despedimos das enfermeiras maravilhosas e do senhor dos olhos azuis e sua acompanhante.

No corredor, Marieta disse que só podíamos pisar no piso azul. Até que o azul ficou muito pouco e tivemos que alterar a regra do jogo para pisar no amarelo, senão não sairíamos do canto. Kkkk

No outro quarto encontramos uma senhora envergonhada e seu marido fotógrafo. E ao lado, achamos uma fã de gospel e sua filha fã de Luan Santana. Ela estava sentada ouvindo musica com seu fone de ouvido e sua camisa “orangina”.

“Olha só! Ela tá com uma camisa igual a minha!” falei “Deixa eu ver o que ela tá ouvindo” Sentei do lado dela e roubei um fone. Não reconheci a musica, mas ao passar para Marieta (que também é doida por Luan) descobri quem cantava! Kkkkkk

Descobrimos que a menina gostava de ler (estava lendo o livro: O que espera de uma gravidez inesperada). E que não estava comprometida. Perguntei a mãe dela se ela deixava eu namorar a filha dela. Só daria certo se eu conquistasse a mãe dela. E para conquistar as duas de uma vez, sugeri:

“Vou trazer Luan Santana aqui para cantar musica gospel! Pode ser?”

Parece que gostaram da ideia! E Marieta também!

Quando saímos encontramos a tia do jantar que estava grávida de uma garotinha. Perguntamos se foi uma gravidez inesperada. E explicamos sobre o livro que a minha futura namorada estava lendo. Kkkkk

No corredor, encontramos o cara que fugiu (o que dissemos para ficar parado. Que era o “medico” de seu Jeremias). Ele nos disse que tinha comido doze paes e três copos de sopa além do café. Ao analisarmos seu biotipo...
“E isso tudo foi pra onde?” Perguntamos, afinal ele era bem magrinho.
“É dos meus!!! Come, come e não engorda!!!” disse a ele.
E então aproveitei para transmitir o recado que era para Cambitinha ter repassado: Ele tinha ganhado na megasena, mas era para ter tirado o prêmio até a segunda feira passada. Lamentamos um pouco, mas ele disse que ia jogar de novo.

Depois encontramos o senhor que gostava de chuveiros industriais, o menino que trocou de lugar com a paciente e deitou na cama enquanto ela tomava seu jantar na cadeira. Ele adorou nossa maquiagem, mas não quis ganhar uma de presente quando oferecemos. Vimos Anaranja, Anarrosa e Anazul. Três mulheres que vestiam roupas nas cores de seus nomes. E recebemos uma missão da irmã de dona Amparo. Dona Amparo estava na hemodiálise e sua irmã pediu que fossemos lá falar com ela.

Na hemodiálise, encontramos dona Ines. A famosa dona Ines. Já deu várias entrevistas, mas não queria nos dar seu valioso autógrafo. Ao seu lado, estava uma rapaz que não queria muito papo porque estava com problemas demais na cabeça. Um leve amargada. Mas resolvemos fazer uma cirurgia para remover os problemas da cabeça dele. Retiramos os aperreios e jogamos fora. Conversamos com um ex-estudante de uma universidade da Califórnia, que nos contou sobre sua experiência lá fora. Dissemos a ele que gostamos da ideia e que resolvemos viajar para lá também.

Ate que nos deparamos com dona Vera. A princípio estava cochilando. E nesse momento aproveitamos para analisar a doutotra super concentrada que se assustou quando nos aproximamos sorrateiramente. kkkkk DonaVera acordou e ficou super feliz com a nossa presença. Chegamos perto e ficamos admirando seu olhar e sorriso!

“Ciakinevaciaverisky?” – Nos perguntou dona Vera.

 Rimos! E muito!

“É o que?” (momento Roger)

Ela repetiu umas três vezes até que entendemos a piada!

“Se aqui nevasse, haveria esqui?” kkkkkkk

Dona Vera, pura simpatia, um poço de conhecimento e alegria. Escritora de 18 livros, poliglota, cantora, uma linda e encantadora senhora. Cheia de boas experiências para passar. Muitas histórias para contar. Muitas. Muitas mesmo. Tantas que passamos um bom tempo com ela. Talvez até demais. Kkkk Mas foi ótimo. Cantamos nossa musica para ela, ela cantou algumas para nós. E quando Marieta começou a se queixar de rinite, decidimos leva-la para tomar remédio. E antes de irmos ela nos perguntou se estudávamos lá na federal e o que fazíamos. Dissemos que não fazíamos nada e ela duvidou! Disse que estamos mentindo porque quem mente fica com o nariz grande e vermelho!!!

“Quer dizer que quem mente fica com o nariz vermelho?” Perguntei.

Marieta e eu nos entreolhamos, viramos para traz e quando voltamos a olhar dona Vera pudemos apreciar seu ar de surpresa!
“Tá vendo! Não estamos mentindo!” Dissemos. E estávamos com a cor trocada da máscara. Marieta com seu nariz azul e eu com o meu verde. Foi uma das melhores jogadas que fizemos! E o melhor de tudo: revogamos o título de mentirosos! Kkkkk

Nos despedimos e fomos embora. Descobrimos que no Imprevisível Mundo da Nefro, assim como em Nárnia, o tempo passa muito mais devagar que no mundo real. E percebemos que saímos bem tarde. Kkkkk

Valeu a pena. Cada sorriso, cada sim, cada não, cada abraço, cada olhar, cada espiada, cada cara fechada, cada música, cada dança, cada jogo... E a cartada final, a mudança das máscaras.

Foi mais uma experiência ótima ao lado da minha MCM Marieta Melhoral, de quem gosto tanto, por sinal!   


Pois bem, meu estimado Diário de Bordo, estais ciente da nossa mais recente aventura. Fique no aguardo da próxima. Ela acontecerá no Tão Tão Distante Mundo do Alojamento Conjunto!

Não é preciso palavras

Olá DB,

Mais uma sexta com as minhas queridas MCMs e dessa vez na Pediatria. Tantas coisas já haviam sido ditas sobre esse setor que estávamos doidinhas pra conhecer. Subimos a energia e nos jogamos naquele vazio cheio de novidades. É entrançado como cada criança tem sua marca e seu jeitinho de ser especial até mesmo sem falar, como no caso da primeira paciente que visitamos, os olhos dela transmitiam uma felicidade tão grande e aquilo me encantou muito, a gente não precisava fazer nada. Só a nossa presença já alegrava. Foi assim com outros também com outros pacientes.
Não posso deixar de citar minha paixão antiga que é Miguel Arcanjo. Tenho visitado ele há alguns meses admirando sua vontade de viver mesmo com todas as tribulações, mesmo sendo tão bebê. Sua irmã, Sheila, não estava lá, mas é para mim um exemplo de Entrega. Faz tudo pelo bem-estar do irmão, mesmo ainda sendo uma adolescente. Miguelzinho estava lá sexta, sorridente como sempre com um brilhinho nos olhos.
Conhecemos o menino mais charmoso, lindo e sério do setor, o xodó das enfermeiras, Francisco Neto, que veio de salgueiro com a mãe e que gosta muito de jogos. Encontramos também a mais brabinha do Setor, Laura, que no início nos encarou e só queria saber do outro palhaço da semana passada, mas que no final se entregou e sorriu bastante conosco.
P.S Amará vai ter q lavar a pele essa semana porque infelizmente sofreu uma queda que eu não tive nenhuma participação, at all.

Isso não é tudo, mas o resto fica no coração,
Até mais, DB.

Carlinhos!

Dessa vez atuamos na quarta-feira, fato que me deixou com muita saudade de atuar, dois dias de "atraso" fazem muuuita diferença!

Estávamos felizes em voltar ao 10º andar, o quartinho que tínhamos usado na vez passada tinha ar-condicionado! Ao chegarmos lá, o corredor estava vazio! Será que tem muita gente sendo transferida (como no COB) ou recebendo alta? Apesar de deixar o setor mais vazio, seria uma notícia muito boa saber que os pacientes estavam voltando pra casa. Enquanto nos dirigíamos ao quartinho, encontramos alguns funcionários conhecidos como Flávio e Cleber (ou será Kleber? hehehe). É tão bom quando os funcionários criam jogos com a gente!

Quando chegamos ao quartinho, que decepção! Não era o do ar-condicionado :(, mas tinha um ventilador pelo menos!

Essa nossa atuação teve muitos momentos bem diferentes, desde se esconder na área dos elevadores até comentar que a Lua parecia um queijo redondinho (eu estava morrendo de fome hahahha). Caldo vegetal que parecia estar uma delíííícia (para quem não percebeu, isso foi ironia), Carlinhos e seus beijos na mão e na bochecha de Angelina (arrasou muito, MCM, sambou na cara dazinimiga), agentes secretas se escondendo sorrateiramente e claro, para variar, sempre tinha gente falando do meu lindo nome, algumas pessoas até riram dele! ABSURDO!

O que mais me chamou atenção nesse dia foi como Angelina gostou da atuação, eu gostei muito também, mas quando saímos do 10º andar estava estampada no rosto dela a emoção daquele dia. Fico muito feliz por você ter gostado, MCM, que as próximas atuações sejam tão incríveis como essa!

Admito que dessa vez atrasei (e muito) para escrever, mas na próxima (amham, me engana que eu gosto né, Emílio?) eu prometo escrever mais cedo hahahahaha. Essa semana foi pesada, uma correria só, mas amanhã, Emílio, amanhã tem mais atuação e que seja tão linda como todas as outras (se for como a do COB então... Aquele lugar pode ser mais incrível do que a gente pensa!).

A quinta-feira

Máscara que menos esconde e mais revela! Já me deparei com pessoas/pacientes tão graves quanto... Talvez piores! Mas transvestida de estudante de medicina, na insegurança de aplicar técnicas/conhecimentos, em grupo, como mais uma intrusa, não senti o que senti na quinta-feira. Por outro lado, carregava o receio de talvez estar acostumada a situações assim, de estar insensível a ambientes que me são tão familiares...

Foi amargo! Porém, se por um ângulo eu me vi fraca, impotente, pequena, sem saber o que fazer; por outro me percebi sensível à dor do outro, percebi-me viva.

A experiência no primeiro quarto foi boa, houve jogo, houve riso consequente ao encontro; o segundo quarto trouxe encontro, abraço, agradecimento ao pé do ouvido. Mas esses dois momentos foram ofuscados pelo corredor, pela mãe em prantos, por uma filha de apenas 22 anos em sofrimento. Chorei, choramos em plena atuação. Tivemos que nos afastar. A verdade eram as lágrimas: a máscara revelou, não escondeu!


Senti! Não acho palavras adequadas... Não conseguimos continuar com a atuação. Quis ter sido mais forte, quis ter sido melhor MCM, mas sou grata por não estar insensível, por ter sido sincera e por ter visto sinceridade na minha companheira.

COB :DD

A atuação no COB começou difícil, na entrada já mandaram um: não pode entrar homem! Mais na frente, quando falamos com a enfermeira a resposta sincera dela sobre nossa chegada revelou ainda mais a dificuldade: "ai meu deus, palhaço de novo?".
Ainda assim seguimos, trocamos e tentamos subir a energia ao máximo. Logo no saída nos separamos, um funcionário começou a jogar comigo e quando olho carequinha não estava lá.. Tento ir atrás dele, e aí começamos a jogar com várias pacientes e acompanhantes que estavam no corredor. Nesse momento aquele frio na barriga se quebrou! A atuação foi incrível! Conseguimos tirar um pouco do serio aquelas pessoas (ahhahahah)! Um dos momentos mais difíceis foi quando perguntei a uma senhora quantos filhos ela tinha e amarguei com a resposta "nenhum, perdi o meu primeiro esse mês". Fiquei estático, apesar de todo treinamento foi difícil reagir, por sorte  carequinha soube contornar e o jogo continuou. Nesse único momento senti a energia baixar! Apesar disso, tivemos vários momentos incríveis, como uma luta de kong fu! Também não já como deixar de comentar meu nome trabalho, virei doulo (?) de várias pacientes, e isso me redeu bastante exercício ahahhahaha... :)))) obrigado perto!!!

Troca a cor da máscara

Olá DB, a aventura da semana foi na nefrologia. Tivemos vários encontros legais, jogos sensacionais mas vários NÃO tbm. Nunca amargamos tanto. Já ouvi falar que era um setor complicado de atuar mas sempre achamos que nunca vai acontecer com a gente. Então ontem foi o dia. 
Ao sairmos do repouso médico com muita energia encontramos uma acompanhante assistindo TV. Ainda escondidos atrás da porta ela disse que éramos palhaços feios e ficou sorrindo. Fizemos isso de um jogo e eu e oragino "discutindo" quem era o palhaço feio da história. Alguns sorrisos vindo dela e saímos do quarto. Continuamos jogando com ela e uma surpresa.  Ela nos amargou. Não queria mais conversar conosco e levamos um fora. Não deixamos a energia cair e entramos em um quarto. Encontramos outro acompanhante que disse que me conhecia. Surpresa perguntei de onde, e ele disse que eu parecia com cambitinha.
- Aaaaaah, o senhor está me confundindo com minha amiga, cambitinha riso frouxo. 
- Aaaaaah, deve ser. Mas ela é muito parecida ctg, até a roupa. 

Eu e oragino percebemos que esquecemos de devolver a chave kkkkk e corremos para o posto de enfermagem a procura do médico mais incrível que poderiamos encontrar. 
Coloquei a chave na cabeça que virou um chapéu para entregar para o médico. 
Antes que ele se aproximasse oferecemos carona para as enfermeiras no carro do doutor autor. 
-corre, vamos fugir 
E as enfermeiras toparam 
-vamos, logo... 
-o doutor autor se aproxima... 
- a gente quase que foge com seu carro - disse oragino 
Risos de toda a equipe. 
O doutor ator começou a conversar conosco sobre artes, cinema. Contou que é apaixonado pelo cinema e pelo nosso trabalho. Nos contou que fez cenas de alguns filmes de Recife e demonstrou o amor que sente por esse universo paralelo na sua vida. Foi muito gratificante vê o quanto ele ama o que faz e tenta trazer p realidade a doçura da fantasia. 
Eu e oragino voltamos para o quarto que estamos após a despedida com o médico autor. 
Encontramos o moço dos olhos cor de piscina. Seus olhos eram tão lindos e eu pedi p ele me dá um pouco. Ele disse que não tinha como, então tivemos a idéia de ficar olhando p ele até meus olhos mudarem de cor. Ficamos olhando....olhando..e... 
-oragino e aí?  Ficou azul? 
- ficou marieta
- ficou moço? Perguntei para ele e ele respondeu que siiim
Perguntei para sua acompanhe se meus olhos estávamos azuis e ela respondeu que siiiim... Uhuuuul 

Depois tentamos conversar com um senhor que estava bem quieto. Ficamos sabendo que ele não gostava muito de visitas e sempre mandava as enfermeiras irem embora. Tentamos conversar com ele, sem sucesso, ele nos mandou ir embora. 
Segundo fora.... Tudo bem, vamos p próximo quarto... 
Encontramos a moça envergonhada, seu olhar era encantador, mas quando entramos no quarto ela se escondeu. Ficou com vergonha mas pediu p o marido tirar uma foto nossa. 
Conversamos com a moça fã de luan Santana e sua mãe. Oragino tentou pedi-lá em namoro mas antes tinha que conquistar a mãe. 
Fomos andando pelo corredor e encontramos uma senhora muito simpática que pediu p irmos na hemodiálise ver a sua irmã. 
Eu e oragino ficamos na porta esperando alguém aparecer p saber se podíamos entrar. Na porta tinha dizendo que era proibido entrar sem autorização. E de repente surge um técnico e perguntamos se podíamos entrar e ele disse : claro que siiim.. Entrem...
Entramos e confesso que fiquei com receio do que íamos encontrar.... Mas tá com medo? Vai com medo mesmo... E fomos
Falamos rápido com uma senhora que era famosa, já tinha saído na televisão e tudo... Depois fomos tentar falar com um rapaz que estava ao lado. Sem sucesso. Ele disse que não queria conversar, que preferia ficar na dele pq estava estressado.  Perguntamos em quê podíamos ajudar e ele disse que nada, que tava tudo na cabeça dele. Que o problema não era nós e sim ele. Então Perguntamos se podíamos tirar essa as coisas da cabeça dele e jogar fora. E ele disse que podiamos tentar mas não ia adiantar pq eram problemas de 3 anos. E começamos a fazer uma cirurgia nele p tirar seus problemas, angústias e estresses. Oragino tirou e eu joguei todas no lixo e perguntamos se ele estava melhor. Ele sorriu e disse que sim.  "jogamos no lixo seus problemas, não deixe eles voltarem".  
A irmã da moça simpática ainda estava dormindo e fomos para outra cama. No final estava uma senhora que todos mandavam a gente conversar mas ela estava dormindo. Ficamos conversando com a médica que estava super cansada e de repente vimos um dos olhos brilhantes olhando p nós e fomos lá. 
A moça fala muito.... Ela falou de tudo... Começou com um trava língua, depois descobriu nossos nomes, disse que lembra de cambitinha riso frouxo, nos contou que escreveu 18 livros mas que falta publicar e por fim perguntou o que fazíamos... Dissemos que não fazíamos nada da vida e ela disse que era mentira. 
-pq é mentira? - perguntamos 
-pq quem mente o nariz fica vermelho 
- e se não fosse vermelho não estaríamos mentindo? 
- sim- respondeu ela. 
"você recebe do jogo o que vc dá p jogo"
Viramos, e trocamos a cor da máscara.  Eu azul, oragino verde. 
Foi incrível seu sorriso e sua cara de surpresa.  E ela começou a rir. 
- e agora? Estamos mentindo? 
- eitaaaa, mudou de cor. 
E foi com esse jogo maravilhoso que terminamos nossa atuação. 
Apesar nos "Não"  que recebemos, os jogos com êxito nos preencheu de uma forma encantadora. 
Obrigada meu MCM por tudo 💖
Até a próxima atuação 

Ah sobre a sexta, amo minhas sextas... realmente é o dia da semana em que estou mais esgotada, cansada, mas é o dia da semana que me renova, e graças a minhas MCMs posso ser uma jarra cheia e assim poder transbordar. Essa sexta começou um pouco complicada, mas problemas não podem me abater, as dificuldades fazem parte de minha vida, mas tenho que despertar o meu melhor, e fornecer ao jogo e a vida o melhor. e com esse pensamento positivo embarquei na nave para a pediatria. Esse setor que tanto aguardei, as criancinhas que não são tão anjinhos assim e que mostra com clareza a dualidade do ser humano.

A pediatria me proporcionou momentos encantadores, ah a primeira criança que encontramos estava jogando bola,  mas não pude jogar, por questões de saúde mas minhas MCMs lindas se jogaram, literalmente jogaram, e eu olhei <3 e fiquei contagiada com a alegria deles.

Enquanto elas simplesmente se jogavam no jogo, eu pude no corredor encontrar uma menina, uma lindeza que estava deitada, ela fez cara de surpresa qndo me viu, e nos encontramos, fiquei perdida no olhar daquela menina, um olhar tão amável, tão cheio de luz, me tomou, e surgiu o riso, que risada gostosa, aqueles olhinhos e aquele riso *---*

Eis que de repente aparece uma menina, meio tímida, mas que se revelou uma trelosinha daquelas!!! a principio ela ficou um pouco desapontada por que " não eram os palhacinhos da semana passada" e ela foi embora, não quis papo, porem ela voltou  e colou, tipo chicletinho, disse que não gostava da gente mas meu cabelo era feito o dela, então ela gostou de mim, dai então fomos criando um jogo, pelo jeito acredito que ela gostou da gente, pra onde íamos ela ia colada na gnt. parecia mais o quarto elemento do trio, participava em todos encontros.

Foi uma manhã muiiitooo boa, muita risada, com direito até a cadeirinha do papai, cadeirinha da princesa,  e vários encontros, encontramos até o galã do sexto andar, um menino muito charmoso, nos revelou que o segredo de seu charme era ele ser sério, até tentamos aprender com ele, mas... acho todas falhamos, faz parte, ele disse que a Amara foi que conseguiu, não lembro se foi a Cambitinha, não lembro realmente, o que eu lembro é qe não foi eu, na verdade seriedade não é o forte desse trio, fica difícil saber quem realmente conseguiu seguir os conselhos do charmosinho da enfermaria,  ele até nos ensinou a desfilar, acho que desfilar todas conseguimos, o problema foi desfilar séria,kkkkkkkkkkkk então já viram...

amo estar no setor, amo estar com minhas MCMs, amo tudo, amo muito...
Como já está virando palhaçada. baixamos a energia embaixo do chuveiro (detalhe: estávamos de roupas, e o chuveiro desligado) , mas pra criar uma mistica da gente, desde o COB, o banheiro é o lugar, ah e a energia nunca quer baixar, nunca, fico cheia de borboletas, as bolinhas ficam correndo infinitamente,loucamente em mim,melhor sensação, sempre !

Obrigada por mais um dias minhas lindas, sem vcs não seria o mesmo! (nunca me canso de agradecer)
Aguardo ansiosa nosso próximo encontro <3


Quinta feira foi o dia de ADOLFO BALOFO (Carlinhos do 10º)

Meu querido db,
Mais uma quinta-feira muuuuuuito esperada que se aproximava! Logo que saíram os horários  na postagem de domingo, a grande revelação: "Onco de novo, Melo. Tmj em casa!!!" Afinal, esse é o setor que a gente mais foi e que mais brincou desde o início das atuações, não sei explicar, mas já dá pra se sentir como de casa lá. E eis que surge aquela espera ao longo da semana até que na quarta-feira: Tropeço! A gente encontra no grupo do Lindovisor a mensagem de Pri: "Vocês não querem ir pro décimo andar não? Pra mudar um pouco a rotina?" A gente topou na hora, só não fazíamos ideia do que estava nos esperando lá. "Ramo" simbora! Como de praxe, cheguei atrasado e Melo já estava me esperando com a cara feia kkk. A gente subiu juntos e lá vem a primeira dúvida cruel: "Qual a ala do andar, Zé? Norte ou Sul?"........ "Não faço ideia". O sexto sentido dizia pra a gente ir pra ala Norte. Bora!!!Logo que a gente entrou, ouvimos alguns gritos de "Mãe, me tiraaaa daqui, eu não quero ficar preso aqui...". Foi bastante agoniante!!! Nada mais era que Carlinhos, aquele rapaz obeso que o HC acolheu pra fazer uma cirurgia bariátrica. Fiquei num misto de surpresa (porque estava vendo alguém que eu ja tinha visto na televisão, junto com agonia pelos gritos que ele estava dando. Em frente ficava o vestiário. Entramos nele e, pela primeira vez, EU TERMINEI DE ME ARRUMAR PRIMEIRO!!! E com uma grande vantagem. Comentei com Melo que a gente não poderia se afetar com a reação de Carlinhos. Era muito imprevisível. A brincadeira não poderia parar. Colocamos um forrozinho matutês pra subir energia e, contagem regressiva, explode o olhar!!!!
Saímos em busca do encontro e, logicamente, o primeiro quarto era o de Carlinhos. Assim que ele viu Virgulino e Maricota reagiu de uma forma, vamos dizer assim, um tanto esperada: virou a cara pro outro lado e gritou "Sai daqui, gosto de palhaço buceta não. Caba com cara de viado". Nossa cara deve ter sido mais ou menos @_@. A gente colocou a cabeça na porta, tentou chamar e, exatamente, NADA. Nossa sorte é que sempre fica um funcionário na porta do leito de Carlinhos e o funcionário da vez era Ivanildo, um caba muito animado que topou brincar e tirar foto com a gente logo de cara. 
Seguimos brincando pelos corredores do décimo e, como sempre, começamos com o "Grande desafio de moda" entre Virgulino Vareta e Maricota (Sempre causando rebuliço entre os jurados indecisos). Entramos num leito e encontramos Dona Severina e uma outra senhora que, infelizmente, não consigo lembrar o nome. Todas as duas MUITO animadas. Qual a pena? Se juntaram com Maricota e desceram o cacete em Virgulino, perguntando onde danado ele tinha arrumado aquele look. Botaram pra lascarrr mesmo kkkkk. Mas o momento era de Maricota! Ela conduziu muito bem a brincadeira e nós finalizamos com o clássico "Eu? Sim, ops, quer dizer, eu não!". Mais a frente, Virgulino ainda pôde mostrar toda a sua musculatura pra querer impressionar uma senhora. Tropeço! Ela disse que levaria Maricota pra casa, mas nunca Virgulino. Minha cara foi de 
Emoticon gasp quando ela soltou sorrindo um "Se você fosse, meu marido te quebrava em três". Eu disse que ia quebrar esse caba em quatro, que ele ia provar a força do Sertão, a força de caba macho, etc etc etc quando... ela me puxou pelo braço e disse "É? Ta aí, então, meu marido..." Virgulino engoliu em seco kkkkkkk disse logo que era caba da paz e que não tava pra confusão. Se fosse da vontade do marido, ele ia também pra casa deles, mas só pra servir de cabide. Mais nada, promessa de Vareta. Tinha também uma mulher muito estressada lá perto do leito. Pensei que ela seria nosso grande desafio...ainda bem que não foi! 2 gracinhas minhas e de Maricota que ela já estava mostrando o sorriso meio tímido. Todo mundo riu! 
Quando a gente tava voltando pelo corredor, pelo menos umas três enfermeiras fizeram um mesmo pedido: "Vocês já foram lá em Carlinhos? Vão lá em Carlinhos tentar acalmar ele, por favor! Até agora nada". A gente olhou um pro outro e não deu outra. Desafio aceito! Lembrei que antes de começar a atuação eu tinha falado a Melo pra não deixar se afetar pelo jeito como ele poderia nos tratar. Era outra de voltar a pensar nisso. Mas no fundo a vontade era de que ele finalmente nos aceitasse. Colocamos só as nossas cabeças na porta do leito. Olhamos pra ele. Todos pararam na sala (tentando acalmar ele) e nos olharam. Ele, por último, nos olhou. Senti um tipo de "permissão" naquele momento (pelo menos ele não me chamou de palhaço buceta... ainda kkkk). Decidimos entrar! Maricota foi na frente fazendo um desfile de moda. Carlinhos acompanhou ela com o olhar e, pra minha gigante surpresa, piscou os olhos (não foi um olho só kkk) pra paquerar com Maricota!!! Dei um pulo de trás e dei um grito: "Ei, caba safado, você tá paquerando com ela na minha frente, é?" A partir de agora, eu não sei explicar o que aconteceu. Foi uma surpresa atrás da outra. Ele botou as mãos no rosto, já sorrindo e disse que NÂOOO bem alto. Perguntou os nossos nomes. Cada um falou o seu. Quando terminei de gritar o "Virgulino Vareta", ele emendou imediatamente após e gritou "ADOLFO BALOFOOO". Foi o momento Caraiiiiiii kkkkkkkk, mas segurei o palavrão, como sempre. Daí em diante, foi só brincadeira! Ele criou uma espécie de bordão. Olhava pra mim e dizia "Ele é musculoso, ele é gostoso, ele é... (aí emendava com o nome de um super-herói) na maioria das vezes era Superman!!!! Qual foi o tropeço dessa história? Virgulino realmente pensou que era o Superman e começou a dar pulos de impulso pra começar a voar. O problema foi que ele pulou pro lado da janela e quase saiu pela tangente!!! bateu com a cabeça no vidro da janela :'/ kkkkkkk, Carlinhos se estourava de rir. Abraçava Maricota e dizia que ia casar com ela, até que... PAMMM! Chega uma outra paciente do HC, um pouco menos gordinha, e mandou um "Que danado é isso que ta acontecendo aqui???" A gente não sabia (e por isso ficou com cara de abestado), mas ela era Camila, a mulher que Carlinhos dizia que ia se casar. Camila foi coisa de outro mundo! Animada que só a gota!!!! Me agarrei com ela e disse que ia roubar ela de Carlinhos. Ele, em resposta, puxou Maricota pelo braço e disse que ia se casar com ela também em troco. Olhei pra Maricota pra ver se ela tava a vontade, no início eu percebi um pouco de medo do que poderia vir mais à frente, mas logo ela entrou na brincadeira de cabeça e não deixou a energia cair. Ainda com a estrela do dia, o "Grande" Carlinhos, como ele é fissurado em jogos de video game, disse que ia me levar pra casa pra jogar video game comigo! Só que Virgulino é meio doido e pensou que ele é que seria o boneco do jogo e que Carlinhos iria controlar ele. Resultado? Uma nova brincadeira! Agora era Carlinhos que, com as mãos segurando o invisível, simulava estar com o controle do video game nas mãos e controlava cada movimento que o palhacinho Vareta fazia. Maricota quem sofreu com os murros que levou!!!  Por fim, ficou acertado que Virgulino terminaria o dia como He-man, Maricota era She-Ra e Adolfo Balofo era o gato guerreiro. Era a hora da despedida porque a amiguinha do almoço já estava no corredor. Demos tchau a Carlinhos e ele ainda respondeu de forma muito carinhosa. Não sei se foi porque já tinha visto ele na televisão e queria conhecer ele ou se foi pela mudança radical de comportamento, mas eu realmente acredito que, por algumas horas, Carlinhos pôde esquecer de tudo e entrar de cabeça nas brincadeiras de super heróis com Virgulino e Maricota. Xero nos zói de todos vocês !!!!

ENTRE ABRAÇOS, SORRISOS E MORDIDA !

Quanto mais eu tento não ser mequetrefe, mais eu sou :(. Desculpa DB  por ta postando no domingo. Eu podia mentir e dizer que estava estudando muuito, mas...

 Bom kkkkkkkkkk Já comecei rindo por que essa dupla Maricota e Virgulino não tem jeito mesmo.
Adivinhem como começou a quinta feira ?

Zé liga para mim  e diz: Meelooo, tu não vai ficar com raiva não ?
Eu : - Tu vai chegar atrasado né danado, cuiida corre"
Zé:  - Só 10 min. Chegoo já hahaha

 Zé chegou e fomos para a enfermaria. No elevador encontramos com uma amiga de Zé, e ela perguntou se a Flor que estava com ele era para os pacientes, Zé fez uma cara de menino besta e disse : Não, é pra Amanda. E a amiga dele disse: aaah ! por isso tu fica andando com essa flor pra cima e pra baixo kkkkk. Eu fiquei me achando a rainha da cocada preta. Obrigada pelas flores, meu mcm :)

Ao chegarmos no 10º andar, essa dupla dinâmica não sabia qual era a enfermaria, então resolvemos escolher. Na verdade, Zé mandou eu escolher, e acho que minha escolha não poderia ser melhor.

Ficamos na enfermaria que estava Carlinhos. Ao passarmos pelo o corredor dava pra escutar Carlinhos gritando, ele estava muito irritado. Confesso que fiquei com medo do que a atuação iria me reservar.

Fomos nos trocar, dessa vez eu não quis fazer nenhum strip. JURO kkkkk brincadeira, eu nunca quis.
Subimos a energia com um forrozinho, como sempre.
E então saímos pelos corredores, encontramos com seu Nivaldo, uma figura sem igual. Tão fenotipicamente semelhante á Virgulino que chega pensei que eram irmãos. O primeiro quarto do corredor era o de Carlinhos, tetamos jogar com ele, mas sem sucesso, Carlinhos continuava irritado. Seguimos a atuação, brincamos com os funcionários, Virgulino muito charmoso, saiu conquistando todas as mulheres. Juro que vou passar minha vida tentando entender de onde vem tamanha sensualidade.

Continuamos, e ao chegar na recepção Maricota ficou com as costas viradas para a  porta de um quarto, o qual estava Dona Lurdes só observando a nossa atuação. Enquanto isso, Virgulino estava se deliciando nas gargalhadas de uma moça que estava na recepção.
De repente Maricota se vira, não sei explicar o que aconteceu quando ela viu dona Lurdes. Eu to escrevendo aqui e me arrepiando toda, por que dona Lurdes olhou para Maricota de um jeito que dizia :"preciso de um abraço", Maricota entendeu isso, e não esperou um segundo, já foi abraçando dona Lurdes, a qual ficou abraçada com Maricota o tempo todo. Nunca vi abraço tão sincero, dona Lurdes abraçava e pulava com Maricota, como se já a conhecesse a um tempão.

Então voltamos para o inicio do corredor, e de novo tentamos brincar com Carlinhos, e por surpresa nossa, ele cedeu. Maricota entrou no quarto, e em seguida Virgulino também entrou. Quando Virgulino entrou no quarto, não deu outra. Carlinhos soltou uma gargalhada e foi logo dizendo " ave Maria, o bixinho não tem carne", e aí começou uma bela amizade entre Virgulino, Maricota e Carlinhos, rolou até romance, Carlinhos queria casar com Maricota, Virgulino queria a Boysinha (Camila) de Carlinhos. Eita Danado, foi uma farra e tanto.

Foi muito gratificante entrar no quarto de Carlinhos e vê que ele sorriu, brincou, jogou com a gente e ainda não queria que fossemos embora. Eu e Zé que chegamos pensando que o quarto mais difícil seria o de Carlinhos, saímos renovados por ter conseguido superar os nossos medos e ter se jogado no vazio. Nada disso teria sido possível sem meu MCM, acho que deixamos de ser uma dupla e passamos a ser um só. Um só jogo, um só coração, um só palhaço em dois corpos. Obrigada Zéeeeeee :)


aaaaaaaah !! Quero pedir desculpas a Moça que estava no elevador, quando estávamos indo embora. kkkkkk Desculpa por ter me visto dando uma "mordidinha de leve" em Zé, e dizer :" Desculpa Zé, eu ainda não passei da fase Oral". Coitada da muléee, até de elevador mudou. Deixo registrada minhas desculpas.


O sorriso muitas vezes esconde uma lágrima, mas o olhar não consegue esconder nada.

Querido DB, infelizmente não te escrevo animada como das outras vezes. Essa sem dúvida foi a atuação mais dificil até agora. Não foi difícil porque levamos muitas tijoladas ou porque os pacientes não entraram no jogo, foi difícil pq a tijolada veio de dentro, porque não consegui manter a energia e acabei desabando no meio da atuação, o que nos impediu de termina-la.  =/  Nosso setor dessa vez foi a onco e eu estava super animada por ja ter ouvido muito elogios de lá. Começamos a atuação e fomos em busca de encontros, entramos em um quarto de um senhor com os olhos liiiindos, bem expressivos e que nos contou um pouco sobre sua cidade natal, Gravatá. Aprendemos a dançar com um pé só, a dançar como galinhas, descobrimos acerolas do tamanho da nossa máscara objeto e fomos convidadas a ir pra uma festa do sapato furado. Prometemos bolos de acerola gigantes e sucos de cenoooura concentrados ou seria o contrário? O fato é que ficou só na promessa mesmo! Ao sairmos em busca dos nossos ingredientes, encontramos uma senhora e sua netinha. A minha energia começou a cair naquele momento, me senti incapaz de fazer algo pq era nítido o sofrimento nos olhos daquela jovem. Mesmo assim, continuamos lá, trocamos olhares, tiramos alguns sorrisos discretos, e a abraçamos. Vi o quanto aquela pequena jovem era forte, o quanto ela lutava para segurar o choro ao ver a sua vó naquele estado. O nosso abraço permitiu que ela chorasse, senti que ela ficou um pouco aliviada de poder chorar, mas me doeu a fragilidade dela naquele momento. Olhei varias vezes pra ZiZa na esperança que a energia dela me contagiasse, tentando buscar forças pq tb me vi frágil, aquela situação me era mto familiar. Não estava mais no jogo. O sofrimento daquela  jovem passou  a ser meu e eu já não conseguia esconder a minha tristeza, lutando pra segurar o choro. Saimos do quarto, tentei elevar minha energia,  buscar novos encontros. Novamente me deparei com mais uma situação delicada: uma senhora chorava desesperadamente e outras duas tentavam consolá-la. Minha energia que já n estava nas alturas, caiu ainda mais. A senhora chorava ao ouvir os gritos de dor de sua filha de apenas 22 anos. Pensei se não seria mais fácil sair daquela situação desconfortável e buscar outra jogada com alguma outra pessoa. Mas não conseguia sair dali, fiquei paralisada. Não podiamos ir embora sem tentar fazer algo por ela.  Mesmo sem saber o que fazer, ficamos perto, queríamos que ela soubesse que estávamos ali, que ela não estava sozinha. Ziza a abraçou, enquanto eu alisava a cabeça dela. Vi os olhos de minha MCM cheio de lagrimas e não pude conter as minhas. Meu Deuus, o que fazer pra aliviar essa dor? Será que tinha algo que a gente podia fazer? Alguma jogada? Como será que os velhinhos agiriam nessa situação? As respostas não vinham, o sentimento de incapacidade e impotência foi tomando conta mais um vez, minha energia desabou e Josefina já não estava mais presente. Os gritos vindo do quarto foram cessando e a enfermeira chega pra nos avisar que já havia acabado o procedimento e que a senhora poderia voltar ao quarto para ficar com a filha.  Resolvemos ir com ela até o quarto, e antes que ziza conseguisse me impedir de entrar, eu já tinha feito a cagada completa. Entrei no quarto, vi o nome da paciente e escutei como a mãe dela a chamava. Pronto. Desabei. Olhei pra Ziza e só pedi pra gente sair dali o mais rápido possível. Nem consegui olhar pra senhora uma ultima vez, n sei o que se passou pela cabeça dela ao me ver saindo do quarto aos prantos. Senti vergonha por ser incapaz de poder fazer algo por ela. Que tipo de palhaça eu sou?  Josefina é mto mequetrefe, pensei.  Seria melhor parar por ali. Assim acabamos forçadamente a nossa atuação. Não conseguimos esconder o que o nosso olhar sentia, e nem ao menos um sorriso falso foi capaz de esconder nossas lágrimas. Não  alcançamos o tão esperado riso, mas esse encontro vai ficar guardado na memória da minha cabeçinha avuada pra todo o sempre!


                                                                                                                     Com amor, Josefina Avuada






Os olhos de Maria Clara

Olá, meu DB :)



Hoje a atuação foi no sétimo andar, na ala de Cardiologia (uma das coisas boas do projeto é você ficar íntimo dos andares do HC, hahaha). Chegamos lá, eu e minha MCM linda, Vanessa Vesgulina, que, antes de chegar no andar, teve a delicadeza de trazer docinhos pra mim. Isso já derrete qualquer atuação :)) Nos transformamos e bum!!!
Nosso primeiro encontro foi com um quarto, que, de início, só tinham duas pessoas acordadas, Lindalvo e Danilo, acompanhante de Lindalvo. Danilo era um gaiato essencial e  muitas vezes me vi, notei que minha MCM também, segurando o riso das piadas e sacadas que ele tirava da cartola. Todas as vezes que a gente começava a jogar e entrava no jogo, ele, de alguma maneira, terminava o jogo a favor dele. Mas aí é que está a mágica do projeto, o palhaço, além de ter a sensibilidade de saber quando encontrar, quando começar a jogar, deixa que também as outras pessoas possam ser protagonistas daquele jogo e, de fato, aquele era o reino dele, de Seu Danilo. 
Depois do quarto magia, encontramos Dona Conceição no corredor, que disse: - vão no quarto 18! e saímos em busca desse quarto. No corredor...
Meu encontro do dia estava ali: Maria Clara, uma bebezinha linda que estava no colo da avó e que tinha um avô com cara de papai noel. Foi amor à primeira vista. Maria Clara não precisava falar nada (e nem sabia, hahaha), mas o olhar e o sorriso dela foram suficientes para o meu dia ser preenchido com um amor do tamanho do mundo. Foram alguns minutos de hipnose.
Em seguida, encontramos um casal apaixonado, Flávio e Manuela. Flávio só tinha olhos para a amada, olhava derretido a cada gesto de Manuela. Ela era tímida, mas conseguiu se soltar dentro dos seus limites. Saímos em busca do quarto 18, Dona Conceição estava lá a postos e cobrou: - cadeê vocês?? respondemos que no corredor fomos encantadas por Maria Clara. 
O quarto 18 era o quarto das mulheres. Eram 6 no total. Elas entraram no jogo, levaram a brincadeira e nos encheram de alegria. Dona Socorro, uma mulher que estava sentindo um dor forte na coluna, me chamou no cantinho e me disse: - Minha filha, isso que vocês fazem é tão maravilhoso!! Eu não tive como não me emocionar. Só senti gratidão naquele momento. O meu despertar foi para a senhora que estava internada, a qual Dona Conceição era acompanhante. Ela era única que não ria no quarto, não estava disposta ao encontro, não queria conversa. À medida que eu e Vanessa fazíamos as outras embalarem o jogo, nós vimos a mudança estampada no rosto daquela senhora, e, ao final, saímos do quarto com um sorriso cheio no rosto dela. Isso foi muito gratificante. O desafio é muito maior quando tem alguém que se nega a nos encontrar e que depois nós encontramos e ainda com um sorriso. É maravilhoso!!! Nosso último quarto, foram das gêmeas que cantaram lindamente para nós o hino da harpa, da bíblia. E nos despedimos desse dia cheio de surpresas e de leveza. Foi maravilhoso. Fico com a doçura dos olhos de Maria Clara... e queria que o mundo tivesse mais isso.

Desafios no setor

Querido DB, acho que nem preciso te contar da minha mequetrefisse, principalmente com prazos longos, que eu enrolo, enrolo e enrolo e sempre acabo deixando pra última hora. Isso é uma das promessas para 2016 : deixar um pouquinho minha mequetrefisse e aprender a lidar com relógios. Sei que vai ser um grande desafio.
Enfim, deveria começar a te contar logo o que aconteceu e parar de enrolar (tá vendo que eu faço isso quase sempre?)
A nossa atuação foi no setor de transplantes. O que pensei quando soube disso? Caramba, vai ser massa!! a gente sempre tá mudando de setor e é sempre um desafio, mas é tão bom nos reconhecer em cada lugar, e saber que não existe uma fórmula secreta, deixe teu corpo guiar, expresse-se e às vezes, nem de palavras precisará.
No meio do caminho ao setor, encontramos os lindos MCM's Tatá e Caba, que, da maneira especial deles, tentaram nos dar uma animada e nos desejaram boa sorte! Muito obrigada, seus lindos!! (E Caba está nos devendo uma participação especial na nossa dupla, vamos cobrar hein!?)
Foi tudo bem tranquilo, subimos a energia e a jarra transbordava com os acontecimentos do fim de semana, que tempo incrível com cada um dos MCM's, como foi bom atuar na Jaqueira e como é bom curtir vocês no after. Vocês sempre deixam aquele gostinho de "quero mais".
O primeiro quarto foi lindo. As pessoas compraram realmente o jogo e se jogaram nele conosco. Teve direito a "descer na boquinha da garrafa" (te confesso, sou meio travada kkkkkkkkkk e meu medo era cair em cima da garrafa hahahahaah) e ainda ao joguinho "ESTÁTUA" (o problema é que ninguém ficava parado, principalmente seu Muri que me boicotou ¬¬ (o que é seu tá guardado, mocinho. Rum )
Daí, batemos de cara com um pequeno obstáculo. Um grupo de arteterapia chamou todos os pacientes para fazerem a arte numa área de convivência, e daí, tendo em vista que os pacientes tornavam sua atenção pra aquela atividade (que é costumeira e todos já se conhecem), tornou um pouco difícil nossa atuação, tiveram pontos incríveis que conseguimos jogar com todos, mas havia momentos que parecia que estávamos brigando pela atenção, como se estivéssemos competindo com o outro projeto. São pessoas maravilhosas, pelo que pudemos conhecer, mas foi desafiante.
Daí apareceu Dona Maria. Com sua superexpressão de dor "Ai Ai, Ui Ui", não passou despercebida por nós e me sinto abençoada por poder ter estado ao seu lado por alguns instantes, sua fé me encantou e tocou minha alma, "não larga desse barco, Dona Maria, não larga".
É um setor cheio de surpresas, bem desafiante e que nos proporcionou um grande aprendizado.
Obrigada pelos tropeços, pelos momentos "UAU" e por esse projeto e as pessoas que encontramos, que me enchem de amor e esperança, dando carga pra mais uma semana e vontade de viver essa vida que Deus me deu com a maior alegria. Eu me encontro aqui. Eu me encontro no encontro.
Muito obrigada!
Té mais, DB!

sábado, 28 de novembro de 2015

Vencedora do I concurso de sedussaum, beleza e poder (adoooro)

Finalmente fomos para pediatriaaaaaaaa (‘xorandu de emossaum’)!!! Aaaah pediatria, meu eterno amor e ódio por aquele ambiente lindo. Mas, vamos começar do começo, DB. Em um comum acordo, decidimos atuar pelo turno da manhã dessa vez (eu achei a ideia incrível, diga-se de passagem)... Infelizmente, nem tudo são flores T.T.. Minha querida MCM teve um contra-tempo, infelizmente sua Mercedes (cof cof, Mercedes = busão) quebrou e tivemos que aguardá-la por um certo período de tempo que durou a eternidade, mas tudo bem, eu já tinha certeza que aquele dia valeria a pena.
Finalmente num mundo pós-apocalíptico (a demora foi tanta que deu tempo do mundo acabar e começar outro...), subimos para sexto andar, fomos de elevador, sim DB, somos todas sedentárias e, não DB, não é com orgulho que falo isso. Após todo nosso ritual de macumba para subir a energia, saímos do quarto e que a diversão comece...
-Devo adiantar que sou muito mequetrefe e não deveria estar só escrevendo agora. Não lembro de nada ‘buá buá buá’- Enfim, eis o que lembro... Lembro de uma garotinha muito pequenininha e que se não fosse tão marrentinha, seria uma criança legal de se ter em casa. Eis aí o meu amor e ódio por essas criaturinhas divinas. Esse pequeno ser não parava de nos seguir, querendo jogar sal na gente (Oi? Pois é, eu acho que ela achou que éramos sapos). Apesar de tudo, ela só queria diversão como qualquer criança presa num hospital. Espero que da nossa forma, ela tenha tido isso por alguns minutos.
Momento sentimento do dia: É lindo ver o sorriso no rosto de uma criança só por você estar ali, não importa se ela esteja presa a uma cama ou dentro do seu próprio corpo. O que importa é que naquele momento você fez a diferença, naquele momento o sorriso foi apenas consequência do encontro.
Juro que to tentando extrair as memórias de ontem, DB. Tá difícil, poreeeeeem, não posso deixar de falar aqui do concurso que eu ganhei (eu sou demais, eu sei, beijo pras inimigas). Eu ganhei simplesmente o I concurso de sedussaum, beleza e poder (tá pouco ou quer mais... adoooooro). Tipo, eu mesmo criei o nome do concurso na minha cabeça, mas o que vale é o que importa. Como esse concurso surgiu? Aaaaaaaah aí entra o galã da pediatria.. Nada mais, nada menos do Francisco, no seu auge dos 6 anos de pura beleza e charme. Francisco tem aos seus pés todas, isso mesmo DB, todas as mulheres do sexto andar, quiça do hospital inteiro. Francisco tem um charme único que deixa qualquer mulher apaixonada. E foi tentando descobrir a explicação desse poder que criamos o concurso, onde a vencedora teria que seguir direitinho os passos e Francisco e aprender todo o seu charme. Eu ganhei (hahahahahahaha... sambando na cara)!!!

DB lindo... vou-me partindo. Até a próxima!

Disputa pelo 10º

A visita dessa semana foi um pouco atípica, no decorrer explicarei o porque . Logo no começo, antes mesmo de nos trocarmos, conhecemos uma figura ímpar do 10º, o famoso Carlinhos. Creio que Vivi tenha ficado com um pouco de medo dele(kkkk), ele nos pediu para leva-lo à TV e assim o fizemos.

Após subir nossa energia nos direcionamos ao primeiro quarto, onde ficamos brincando de imitar animais passando na frente da porta enquanto os pacientes lá dentro tentavam adivinhar, foi hilário, saiu até hipopótamo(kkkk). Quando entramos conhecemos 4 figurassas, porém a melhor de todas foi Camila, que descobrimos ser a namorada de Carlinhos mas que estava doida pra se livrar dele! Eu que não sou besta, não perdi tempo, mas quando menos espero sou eu quem recebe o pedido de namoro(kkkk) aceito na hora claro!! Mas Camila era mt safada, queria pegar todo mundo.... pra você ver o nível, ela pegou na minha bunda umas 3 vezes e deu em cima de mais 2 que passaram pelo corredor. Nesse quarto ainda tinha 2 senhoras que brincaram junto conosco de estátua, devo dizer que Versolina falhou miseravelmente... ela é uma péssima estátua(kkkk),  depois ainda descemos na boquinha da garrafa.

Então... quando menos esperávamos chegou um homem muito simpático chamando a todos para irem desenhar na mesa do corredor...

E aí quando quando menos vemos, praticamente todos os pacientes estavam na mesa desenhado, e a coisa começou a desandar. Ainda tentamos interagir com a roda de desenho, mas senti que estávamos meio que disputando com o pessoal da arte terapia, então nossa energia começou a abaixar até que veio o golpe final quando encontramos dona Maria em seu quarto, ela havia acabado de chegar de uma cirurgia e estava com muita dor na perna,  conseguimos interagir, mas sua dor não permitiu muita coisa.

Porém, o dia foi ganho quando um pouco antes de sairmos do primeiro quarto, ganhamos um abraço muito gostoso e apertado de uma das senhoras que brincou de estátua com a gente, que olhou nos nossos olhos e disse: obrigada...

Como disse essa foi diferente, não esperávamos ter que dividir os pacientes e isso acabou afetando muito nossa dinâmica.  Espero que numa próxima vez consigamos fazer da queda um passo de dança.


Augustino Bocalarga.   

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Surubin

Hoje encontro dificuldades para começar meu diário, pois não estou fazendo no mesmo dia devido a falta de tempo, entretanto, não há como esquecer do ilustre  Surubinha, assim apelidado por mim. O apelidei dessa forma pois o mesmo é oriundo de Surubin, cidade na qual, segundo ele, há uma placa na entrada que diz " bem vindo " e na parte de trás " volte sempre " de tão grande que é o município. Brincadeiras a parte, essa figura não poderia ter aparecido em melhor momento... No momento em que eu me encontrava com dificuldades para manter a energia e focar, o Surubinha cai do céu e acompanha a mim e ao meu MCM por toda atuação, por todos os quartos, em todos os encontros, sempre com trocadilhos e piadas engraçadíssimas, com um jeito meio desconfiado e tímido mas com 1 milhão de bolinhas querendo sair de dentro de si para brincar e, dessa maneira, ajudando a manter nossa energia! Então, Surubinha, muito obrigado ! 
Encontramos também 3 tricolores em um mesmo quarto e nos divertimos bastante deixando a rivalidade de lado ! Encontramos moças do caminho que ficaram nos seguindo, acho que se apaixonaram por nossa beleza, isso acontece conosco frequentemente hahahahahah
Enfim, formamos quase uma caravana com o Surubinha e as moças do caminho nos seguindo e saímos pelo setor tendo encontros com pessoas incriveis, até aprendi algumas paradas em libras ! Foi muito bom como sempre!

Meu coração cresce dez metros e explode

Oi, Zahir

As sextas com clownmoço e atuação são sempre uma delícia <3, e hoje não podia ser diferente, né?
Depois de um tempinho chatinho sem atuarmos juntas, a alegria de nos encontrarmos lindonas todas produzidas (e prontas para encontrar) foi sem tamanho. Quase que o meu coração não aguenta! 
Hoje foi dia de testar o cinto novo (não tinha contado mas, na externa, o coração cresceu tanto que explodiu o cinto, que só aguentou até o meio dia sob a pressão de Florisbela e às custas de muita fita isolante), que deu conta do trampo.
Antes de falar sobre a nossa tarde linda, eu queria pedir desculpas antecipadamente porque eu to com a cabeça no espaço sideral, essa semana, e tô ruinzinha de decorar nomes. Preferi me prender ao encontro, e fiquei avoada com os nomezinhos dos lindões que a gente encontrou. Me perdoaa!! :'(
Roxele e eu nos aprontamos e, logo de cara, encontramos Dani nos olhando de dentro do quarto. Perguntamos se podíamos entrar para bater aquele papo, dar uma conversada. Percebemos que tinha um moço (que depois saberíamos que se tratava do Sr. romântico) que tava fingindo que tava dormindo (VÊ SE PODE! :O). Ele se desculpou e disse que fazia aquilo para economizar.
Eu e Roxele não entendemos muito bem como fingir o sono iria poupar dinheiro mas, como a crise não tá fácil, e eu não tenho nem bolso (quanto mais dinheiro), resolvi me aproximar para aprender a realizar aquela proeza.
Entramos e Danilo (Dani), que parecia bastante sério de longe, começou a mostrar a verdadeira natureza. E vinha com cada história, minha gente! Cada piada!! Renovei o meu repertório inteirinho numa tarde só.
Descobrimos que ele e o Sr. Romântico eram grandes amigos, e que se gostavam bastante (falaram de casamento o tempo inteirinho). Danilo contou que era namorador e que Sr. Romântico era apaixonadíssimo pela esposa.
Falaram também que se impressionavam com a quantidade de mulher bonita no HC (e fomos elogiadas hihi). 
Danilo tinha um modo diferente de se comunicar, um dialeto próprio. Pedimos que ele nos escrevesse um dicionário e um livro, que contasse todas as suas piadas e estórias. Os amigos dele, que estavam no quarto, disseram que ele era louco, mas a verdade é que esses são os melhores!
Que zooooona!! Que jogos arretados. Teve momento em que eu e Roxele éramos nitidamente as pessoas mais sérias do local (a que ponto chegamos?). A verdade é que Danilo levou a risca o "zoeira never ends" até que um visitante oculto (vindo das profundezas de outro quarto) revelou o segredo dele: ele estava devendo o exame do toque preventivo do bebê dele (ele estava grávido de muitos meses).
Ele ficou sério. Resolvemos sair para procurar um médico para resolver o problema dele, mas, no caminho, encontramos um casal lindão apaixonado.
Que coisa mais linda de Vanessinha <3 Eles eram almas gêmeas, na moral! Até o rosto era parecido. Eram Flávio e Manu. Namoravam há pouquinho tempo mas tavam num amor só.
Emprestei minha rosa para ele declarar o seu amor, ela ficou envergonhada mas radiante "Paaaaara, Flávio!". Resolvemos deixar eles sozinhos para que continuassem namorando (a vela era uma barra pesada de se segurar).
No caminho em busca de novos olhares encontramos o olhar lindo de Maria Clara, da sua vovó e do seu vovô (que era também o Papai Noel). Apesar de pequenininha, ela não tinha medo da gente <3 Ficou radiante, risonha e olhando nossos olhos (e que olhar lindo)!! Pra mim foi o melhor momento de todas as atuações da minha vida até agora.
Ela parecia conversar comigo pelo olhar e foi lindo. Nossos narizinhos se encontraram <3 Coisa mais lindaaa!!
Seguimos para o quarto indicado por dona Conceição, o quarto das virgens, segundo ela. Chegamos na porta e procuramos pessoas para encontrar, minha amiga de festa me permitiu entrar, mas tinham duas outras mocinhas bem cansadas que pareciam não tar muito afim de conversa. Seguimos conversando com ela e com dona rapunzel fura-olho. Fomos falando de festa, de badalação e de uns palhacinhos amigos. Elas mencionaram que tinha um italiano que combinava comigo! OLHA PRA ISSO.
Logo depois tavam se querendo pro lado dele (que amigas ein!) tsc tsc Deixei pra lá, ver sorrisos nos rostos do quarto que antes tavam fechados foram suficientes pra fazer meu coração crescer dez metros e explodir.

Que tarde linda!!

Vanessa Vesgulina

Que caminho devemos seguir?

Você sai da troca de Pele já de frente para um quarto, exposto e convidativo. O caminho está óbvio. Entramos, energia legal. Opa, tá quase se esgotando o tempo maneiro aqui... até que sai uma figuraça do banheiro. Pense num cabra engraçado, embora não saiba o nome dele. Ele era de Surubim, por isso assim será chamado nessa postagem. Tudo pro cara era uma oportunidade, até parecia um palhaço.
Fomos para outro quarto e depois ele apareceu, fez a galera rir junto da gente, sumiu.
Aí estávamos no corredor, vimos 3 moças sentadas, não tinham cara de pacientes ou acompanhantes. Chegamos pra prosar, eram do projeto o Caminho. Mas estavam sentadas. Pano pra manga! As 3 eram muito simpáticas, A que mais falava era Vitória, tinha mais uma que falava pouco e a terceira tinha como corrente de pulso uma verdadeira corrente e presa com um cadeado. Pois é.
A conversa começou a rolar sobre loucura, aí o cara mais louco do andar chegou, Surubim! Elas não foram tanto na onda dele, estavam mais preocupadas em saber que curso fazíamos eu e Dionísio. Perguntaram tanto e despistamos tanto que se abusaram, pelo menos a gente achava. Fomos para outro quarto, lá tinha bastante gente e também uma senhora que tinha nos encontrado logo no início e pedido uma intervenção no quarto em que sua filha estava no leito. Essa senhora era professora de Libras, intérprete profissional.E sua filha era formada em algum curso de comunicação, mas só queria ser cigana e adivinhar o curso da gente também kkkkk. Minha barba leva todo mundo pro lado contrário, ainda bem.
Chegamos lá e veja só, nossas amigas do caminho nos seguiram. E não só elas, Surubim depois também deu o ar da graça.
Foi muito massa essa parte. Deu pra sentir que a gente deu ânimo para elas. Elas tinham nos confidenciado que estavam lá sentadas esperando passar a hora, já tinham morgado do dia. Até que mudamos o caminho delas naquela tarde. E elas mudaram o nosso.
Fico me perguntando se a gente não poderia fazer algo mais integrado ao pessoal do Caminho,
Encerro por aqui meu relato, Gustavo do futuro.
Agradecimento especial ao nosso amigo Surubim. 

Aaaa....XIGUILINGUILIN na Maternidade!

Querido DB, começo dizendo que essa foi uma das atuações mais difíceis até agora.

Eu e minha dupla linda estávamos sem contato. Não sabíamos como e onde iríamos nos encontrarmos. Mas, de uma forma inexplicável, encontro Belinha concentrada em seu livro. Parecíamos um imã. A atração do encontro foi grande. SEgundo meu MCM Caio, isso se chema CONEXÃO CLOWNESCA! haha

Vamos lá!

Chegamos no setor e notamos que tinha muita gente circulando por lá... Tinha muitos estudantes! Isso causou um certo desconforto na gente. Mas, continuamos juntas.

Fomos nos arrumar no banheiro dos funcionários. Estávamos receosas. Dessa vez nos arrumamos lentamente. Conversávamos e riamos. Isso, de certa forma, aliviou a minha tensão. Acredito que a de Belinha também.
Calma! Alguém bate na porta. Alguém queria usar o banheiro. Então nos apressamos. Alguém bate mais uma vez. Começamos a sentir desconforto.

Contamos até cinco de olhos abertos, no seis fechamos os olhos... subimos o nariz no 9 e... explode no 10! Caramba, nesse momento eu não me senti ainda 100%. Mas fui mesmo assim.

Notei que muitas mães não queriam nos receber. OU será que eu não estava conseguindo me chegar até elas? Eu não consegui me soltar de verdade. Eu reconhecia isso, eu pude perceber. Mas mesmo assim eu tentava.

Eu sabia que Zefina (Bru) podia se entregar mais, se jogar mais no vazio. Ela já fez isso e deu certo. Não sei a razão, de fato, por ter me sentido tão presa. Vê aquelas mães segurando seus bebês, me assustou. Não sabia como chegar. NO início eu não falava nada. No entanto, eu sentia meu corpo presente. AQUI-AGORA!!! Mas, algo me imobilizava.

É como se eu tivesse voltado para dentro da bolha, resistente e que me mantia imóvel lá dentro. Cada tentativa, não funcionava. Pelo menos para mim.

Jogamos com alguns papais que passeavam com seus filhos recém nascidos. Falamos com algumas mães, avós... Inclusive, algumas vovós corujas pediram permissão para a gente tirar uma foto com ela e o netinho. (Tão lindos <3 )

Ahhh! Eu não posso deixar de falar de uma mãe super alto astral. Ela escolheu um nome sueco para seu filho e, para pronunciar o nome dele, teria toda uma expressão e desenvoltura. Guleman Venture de Castro Lourenço. Ela disse que era nome de guerreiro! Foi ótimo o nosso encontro com essa mãe e o pequeno Guleman! Foram muitos bebês, muitos encontros, como sempre. Mas, dessa vez, tinha uma barreira. Algo que ainda eu não consegui identificar o que me deixou travada. Minha energia baixou várias vezes. No corredor, eu parava Antonela e tentava cuidar da nossa energia olhando nos olhos. 

Caminhando pelo espaço... encontramos dois velhinhos MCM's, um casal lindo e fofo. Caio e Tata! Fiquei tão sem jeito, não sabia o que fazer, fiquei toda atrapalhada e Antonela também. Ficamos muito atrapalhadas! Saímos em direção ao banheiro, baixamos o nariz e ... que sensação de frustração. Sentimos muita vergonha e não queríamos mais sair do banheiro.

Ficamos muito vermelhas!!! Sensação muito desagradável. Conversamos um pouco e não sabíamos como sair daquele banheiro. Foi ai que ...

AAAAAAAA.....XIGUINLINGUILIN DENTRO DO BANHEIRO MESMO!

Pronto, contemos até 10 e se joga! Vamos jogar a última carta. As pessoas lá fora eram as mesmas mas, o jogo devia mudar. Que desafio.

Voltamos a entrar em alguns quartos, a jogarmos com as mesmas pessoas.
Dessa vez sentíamos que o jogo fluía mais. É chegada a hora de ir, não podíamos insistir. Chegamos no posto das enfermeiras para pegarmos as bolsas. Um enfermeira que estava sentada mexendo no computador, comentou o quanto Antonela estava arrasando com sua roupa. Ela sugeriu umas mudanças nas nossas roupas e massa. Ela disse que estávamos prontas para irmos atrás de um cafuçu. Foi ótimo, pois, tudo foi natural, espontâneo, sem planejar.

Voltamos para o banheiro com uma sensação de vale a pena tentar e lançar a última carta.
Obrigada, minha belinha do dentinho mais lindo do universo. Obrigada Tata, Caio, pela força, carinho e cuidado com a gente.

Eu amo esse projeto e sou muito grata por fazer parte dele.

Depois do erro, não há nada. NADA!

Obs: Hoje foi a minha primeira atuação sem meu macação. :( 

Com amor,
Zefina Falafina.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

A pequena gigante Nefro!!!

Ooi, DB!!!
Posso começar dizendo que a externa sábado foi linda??? foi linda!!!
   Bem, hoje foi dia de conhecer a Nefro! Confesso que ao chegar fiquei nervosa por saber que só eram 4 quartos. E se tivesse poucas pessoas? E se elas não quiserem jogar? E se, e se...VAI COM MEDO MESMO!!! Eu fui!!
  Logo quando saímos do quartinho das enfermeiras, um rosto meigo sorria para nós! Era Andreza. Entramos sem palavras e tentamos arrancar alguma dela, foi difícil, mas depois que começamos a conversar com Dona Maria, Andrezza - a pensativa- entrou no jogo. Para nossa surpresa, tinha uma aniversariante no quarto, Dona Rosa!!! Cantamos um parabéns bem animado e anunciamos que havíamos sido mandadas de presente embaladas com laço na cabeça. Dona Rosa não parecia convencida, então pediu pra acender a luz e depois já disse que podíamos ir conhecer os filhos dela. Opa!!! Vamos fazer uma festa então!!! A preocupação dela foi que não ia ter bolo, mas vai sim e cada uma vai levar de um sabor!! Guilhermina e Carlotina vão levar o de ameixa, o preferido de dona Rosa!!! A cantora da limpeza entrou no quarto e começou o segundo parabéns, E Dona Rosa, já foi fazendo graça e dando várias risadas!!! Que figura!!!
  Depois, entramos no quarto de Elaine e a moça de uma perna cá e outra lá. Elaine foi logo deixando o filme de lado e ajeitando os cabelos. Embora tenha rolado encontro, o jogo não foi tão bom, pois as outras duas pacientes do quarto não deram abertura e uma, inclusive, ficou o tempo todo de costas pra gente e de cara fechada! Respeitamos seu espaço, mas isso baixou um pouco nossa energia! A sorte foi que a moça de uma perna cá e outra lá estava nos ensinando a como deitar de forma relaxada e espaçosa!! Ainda vou treinar relaxar abrindo escala (tem como?!).
  Mas antes disso, vou treinar o desfile e como se sentar que a Modelo da limpeza nos ensinou!!! O charme existe até na hora de jogar o lixo e puxar a cadeira. Adoorei!!! Que energia boa a dela!!! E depois de charme, desfile, ela disse: "vão desfilando para a hemodiálise, ai vocês vão soltando beijos e alguém vai chamar!! Só cuidado que tem gente chata!!!" Os olhinhos de Guilhermina brilharam pelo possível encontro na hemodiálise. Mas pode?? Gente chata??? Se joga no vazio!!!!
  Carlotina abriu a porta e não viu ninguém, tentamos na outra sala e não tinha ninguém. Então Guilhermina abriu a primeira sala e percebeu onde tinha gente. Entramos!!! Aparentemente, todos dormindo. Eita!!! Seu Fernando tá acordado!! Contou dos filhos, dos netos e ainda fofocou! Segredo viu, db? Mas tem um senhor muito brabo no último quarto! E Seu Miguel, que segundo seu Fernando é uma ótima pessoa, está no 10º andar com Carlinhos. Seu Fernando pediu para irmos lá ver Seu Miguel. Quem sabe na próxima?!!! AAH!!! E disse que conheceu outros palhacinhos :))) Ao lado de seu Fernando, Dona Virgínia logo abriu um sorriso quando nos viu!!! Estava preocupada porque seu filho Vinícius é muito namorador! Cícero, o mais velho, é estudioso, mas Vinícius dá muito trabalho.  Na verdade, todo Vinícius é danado. E todo João Victor também! Então, Dona Virgínia disse que o nome do neto (calma! só daqui há 10 anos!) não pode ser João Victor porque se juntar os dois....
Já o enfermeiro Joel não sabia de nada. Só "é não; não é". É ou não é, Joel? Não é não é. Só enrolando!!! A tia da comida passou e disse pra gente ter cuidado que Joel poderia botar a gente na máquina para tirar o vermelho do nariz!! OPA!!! Ela falou em mudar a cor do nariz??? Guilhermina fugiu com medo de Joel! Mentira!!! Só foi trocar o nariz :)))) Quando Guilhermina voltou com o nariz rosa e Carlotina com o amarelo, Joel logo deixou de enrolar e pediu para tirar uma foto para mostrar a sua filha Luísa, que faz aniversário amanhã. Eita!!! Outra festa, uhuuul!!!
Assim, a nefro deixou de ser o pequeno setor de 4 quartos e tornou-se gigante diante dos encontros e sorrisos!!!
"O essencial é invisível aos olhos!"
Com amor,
Guilhermina

A....xiguilinguilin!!

Boa nooooooite, BD lindo!!!
Estou muito feliz!! Apesar de não ter sido lá uma das melhores atuações, a conversa pós atuação teve participação especial de nossa liiiiiinda Tatá (lindovisora com o olhar mais liindo) e do nosso lindovisor por extensão(e sangue, né) Caio, heheheh. E não preciso falar da participação da MCM mais linda , Bru, que descreve e expressa incrivelmente bem tudo que vivemos e sentimos durante nossa saga- tudo com a sua fofura e seu jeito único tãooooo peculiar (isso, com pleonasmo MESMO, hehe)! E a nossa conversa foi bem importante pra eu me sentir assim, feliz. Saber que as dificuldades que sentimos hoje é comum, real e que acontece com muitos é reconfortante. E entendi um pouco mais disso durante minha conversa com fefo, quando percebi que sim... O que seriam dos nossos momentos UP mega lindões, se não existissem os momentos pem, aos quais tanto os comparamos? Será que o bem seria de fato o bem se não existisse o mal? E aí vem o taoísmo e toda a sua filosofia do yin-yang...

................voltandoooo..........

Hoje eu e Bru não tivemos uma atuação taaaaao up como semana passada... (Começamos um pouco receosas... Vimos um corredor cheio de alunos ao chegar, diante do desafio de atuar no desconhecido alojamento conjunto e, além disso, fomos bastante incomodadas pelas batidas à porta enquanto nos arrumávamos...). De cara parecia um ambiente um pouco desfavorável...tentamos relevar nossas impressões iniciais, e sim! Fomos lá...

Quartooo number one... Number two, number three... Muitas mamães, bebês fofinhos e muita vontade de apertar as coisinhas fofas... Hehehe. Algumas demonstrações de fofura mútua, e alguns encontros pontuais... Teve uma vovó bem fofa que era doida pelo netinho e ela nos disse como é que ia apertar ele quando acordasse, Hehehehe. Teve um príncipe no meeeeeeio do corredor, com... O papai! Ainda não tínhamos visto um papai dentro dos quartos que entramos e logo o parabenizamos por ser o primeiro achado, heheheh. Alguns nomes peculiares, Hehehehe. Um deles foi uma carta jogada agora, mas com ápice no finalzinho do dia... Jajá conto :P. Tinha até uma Janielli (lembrei de minha prima, até porque, até hoje,  nunca tinha visto alguém com o mesmo nome, Hehehehe!). Tiveram algumas pessoas lindas e uma vovó de risada gostosa que insistia por uma foto com sua netinha, hahah (ela dizia que quem queria a foto era Laurinha, não ela... Laurinha exigente, hein!). E teve foto com o bercinho do Guh sueco, reproduzindo nossa cara ao tentar ler pela primeira vez (e todas as outras vezes) o nome do guerreiro. No mesmo quarto, tinha gente brasileira tbm, e constatamos que a força do Brasileiro é forte mesmo, independente do sobrenome! Aliás, pra quê sobrenome, se se trata 'DelaEDoPaiDela', né? Hehe. Apesar dessas jogadas e de alguns pontos casuais, Antonela e Zefina não estavam exatamente no vazio.... Interagiam com alguns, mesmo que o quarto tivesse cheio... Abstraiam pouco as ideias... Não sei... Havia algo que não estava fluindo tão bem... E....
De repente...
Quando nos deslocamos mais pra o final do corredor, Tatá e Caio...! Aparentemente seria uma solução para nossa falta de abstração (?), mas Antonela e Zefina não estavam juntas, up e pá. A pilha que devia ser recarregada, pareceu ir ao seu limite. Precisávamos de mais pra continuar. Energia...
Banheiro again. Narizes baixos, conversa.
E a decisão do axiguilinguilin veio como uma solução. Não podíamos mequetrefar mais. Mais fogo, menos fumaça. Se jogar, jogando junto. Estavam ali todos os incentivos. E a vontade de tentar cresceu. Vamos sim. E vamos juntas!
E, sim, demos mais pro jogo! E recebemos nossos auges do dia!! Hoje tenho certeza de que o axiguilinguilin precisou existir para mudar nossa ideia sobre o dia...
Foi incrível voltar à Suécia falando com glamour e chiqueza Gunaaah Vineeeeez da Costa Lorenzo, hahah. E aprender que pra abalar, só precisa chegar chegando, gatinha! ;)
E no fim, heheh. Uma enfermeira suuuuuper animada entrou na nossa! Chegamos lá perto das bolsas... E, sem saber que seria tão natural, Antonela e Zefina incrementaram seu visual para ir atrás de um cafuçu por aí... (Com cuidado, né...porque, lá no setor, os cafuçu tudo tem dona, heheh!)

Ops, DB... Acho que acabei escrevendo muito... Mas queria contar mesmo... Alias, hoje foi ainda mais atípico do que geralmente as atuações o são, hehe. Queria agradecer a papai do céu pelas estrelinhas que, mesmo diante das dificuldades, nos ajudam a compreender melhor o incompreensível e a acreditar demais nesse projeto! Valeu, MCMs, valeu olhares de hoje, e...valeu axiguilinguilin, que salvou o dia, assim como sempre salva o jogo! <3

Com amor,
Duplicata.