sábado, 31 de outubro de 2015

A Noiva e a Viúva

Semana passada havíamos sobrevivido a inúmeras criaturazinhas querendo arrancar nossos narizes, mas agora estávamos prestes a entrar em um setor basicamente só com adultos. Será que eles comprariam o jogo? Conseguiríamos manter nossa energia alta?

Aquele dia tinha começado da pior forma possível, estava dando tudo errado. Eu tinha muita energia guardada, mas era aquela energia negativa, energia de quem estava p*** com a vida. Eu precisava de alguma forma convertê-la em algo bom...

As horas foram passando, as borboletas estavam voltando e de repente toda aquela negatividade estava dando espaço para o nervosismo. Ai ai ai ui ui ui, e agora, Emílio? Estamos prestes a ir ao 10° andar, onde só tem gente grande, o que será de nós?

De novo me encontro com minha MCM na entrada do HC, porém dessa vez, éramos só nós duas... Môni, Maroca, Amandinha não estavam aqui dessa vez para nos orientar, ai ai ai ui ui ui, socorro, Nathi!

Chegamos ao nosso destino, o corredor estava extremamente calmo e vazio, será que tem gente nesses quartos? Não encontramos o lugar para nos trocarmos, mas seu Severino nos salvou e indicou o caminho. Entramos no quartinho dos enfermeiros, tinha AR CONDICIONADO <3, nada de suor atrapalhando a hora de se maquiar!!! Enquanto nos trocávamos, entra Limão (acabei de batizá-la assim, ela era uma das funcionárias do andar, e daqui a pouco você vai entender esse apelido, Emílio), nos assustamos com a entrada súbita dela no quarto e dizemos: "Somos da palhaço e estamos nos trocandooo D: !!!". Ela respondeu com um "Eu sei", entrou no quartinho, saiu e nem sequer olhou pra gente... Okay, né?

Quando estávamos "prontas" (prontas nunca estamos, não é? Palhaço pronto é palhaço morto!), iniciamos nossa contagem, dessa vez foi Nathi que começou, LINDA! 1, 2, 3... Minha energia não possui nenhum traço daquela negatividade, ótimo! 4, 5, 6... Mais borboletas, vou mandá-las para meu olhar! 7, 8, 9... Concentra, concentra, pega o nariz! 10... EXPLODE ESSE OLHAR! Chegou a hora de sairmos, vamos? Então vamos!

Ao sairmos do quartinho, encontramos um funcionário que gritou "Oi amor!", na hora respondi "Oooooi amoooor" e ele disse que não era pra mim, como assim??? Usou, abusou e me jogou fora??? Aaaah isso não vai ficar assim, não vai ficar assim mesmo!!! Quando chegamos à recepção, Angelina viu um fantasma!!! Os enfermeiros disseram que quem visse esse fantasma teria que trabalhar no 10° andar até o resto de suas vidas. Por mais que eu procurasse esse fantasma, eu não o encontrei... Eu queria trabalhar no 10° andar...

Diferentemente da Pediatria, tivemos muito mais encontros dessa vez. Encontramos olhares de esperança como o de dona Helena, olhares um tanto melancólicos como o de seu Manoel, olhares divertidos como o de dona Sandra e olhares de alegria genuína como o de dona Mércia.

A primeira que encontramos foi dona Mércia. Como ela havia sofrido um AVC, não tinha condições de se alimentar sozinha, então sua acompanhante (infelizmente eu não consigo lembrar do nome dela...) estava lá para o que desse e viesse, ela arrasava enquanto colocava colher atrás de colher na boca de Dona Mércia. Logo quando encontramos dona Mércia, começou uma linda sequência de olhares, expressões e gestos. Apesar de linda, estava atrapalhando sua refeição, o que não era para ter acontecido!!! De repente começou um jogo onde ela imitava nossos gestos, e eis que surge Angelina com uma ideia brilhante: "Chayenne, agora abre a boca!". Logo quando abri, dona Mércia, seguindo a regra do jogo, abre a boca. Nesse exato momento, sua acompanhante sem hesitar e com uma destreza impecável, tasca uma colherada em sua boca! Todos riram nessa hora, incluindo dona Mércia (ela estava de boca cheia, então riu de uma forma linda com os olhos).

Encontramos uma paciente que lia um livro espírita (também não lembro o nome dela...) e ela estava inconformada com a situação do mundo, de como ele estava individualista e egoísta. Ela nos disse que deveríamos sempre fazer o bem e que toda vez que nos despedíssemos de alguém que gostamos, deveríamos dizer "vai com Deus!", admito que isso soa um pouco estranho pra mim, pois sou ateia. Mas entendo que muitas pessoas se sentem bem ao ouvir isso, então mesmo não acreditando, acho que é válido sim falar isso para pessoas que acreditam e que se sentem melhor ao ouvir.

Em seguida encontramos uma paciente (de novo não lembro do nome dela...) e suas duas acompanhantes: dona Sandra e outra (eu estava demais nesse dia, lembro do nome de ninguém! Próxima vez eu vou decorar o nome de todo mundo, prometo!). As três foram muito más com a gente, disseram que Angelina estava descabelada, que nós não tínhamos estilo e que nunca arrumaríamos ninguém vestidas daquele jeito! Como assim??? Nós temos estilo sim! Depois disseram que nós parecíamos uma noiva (Angelina), que nunca casaria vestida daquele jeito, e uma viúva (eu), que matou o marido quando apareceu vestida daquele jeito! Absurdo!

Encontramos aquele funcionário do "Oi amor!" outras vezes e por mais que ele tentasse remediar o que havia feito, eu não queria saber mais dele, o jogo virou, querido! Prefiro continuar viúva a ter que casar com você, passar bem!

Depois encontramos dona Helena. Ela estava louca para voltar para casa, ia receber alta no dia seguinte. Sentia saudade do cachorro, do gato e das suas plantinhas. Eu comentei que tinha azar com plantas, que não gostavam de mim e que preferiam morrer a terem que viver no meu quarto, elas sempre morrem! Ela então nos disse que não acreditava em azar ou sorte, que tudo dependia de nós e ainda me deu dicas de como cuidar das plantas. Disse que somos nomes eram lindos e nós dissemos que "Helena", além de ser o nome de Helena de Troia, significava "reluzente, iluminada". Ela parece ter gostado muito da definição.

Por fim, encontramos seu Manoel. Ele nos contou que era um agente secreto do FBI, que era mensageiro de Deus, cozinheiro, artesão, professor universitário... Ele já foi de tudo nessa vida, nós ficamos abismadas, como alguém conseguia ser tanta coisa??? Incrível! Enquanto ouvíamos sua enorme biografia, duas funcionárias passaram por nós. Os nomes delas eu fiz questão de não descobrir, não queria saber nada delas, nem nomes, cursos, profissões. Nem seus rostos eu fiz questão de gravar! Por que isso? Bem, nas duas vezes que elas passaram por nós enquanto ouvíamos seu Manoel, elas nos olharam de forma desdenhosa e riram. O motivo de eu não ter gravado nada delas: No nosso primeiro encontro eu tive uma péssima impressão delas, então a partir do momento que eu gravo qualquer coisa relacionada a elas, eu terei em minha memória algo ruim relacionado a elas. Então eu quero dar a chance de que se nos encontrarmos de novo, eu simplesmente não lembrarei de que foram elas que agiram dessa forma e poderei ser o mais receptiva possível. Quero dar uma chance não só a elas, como a mim mesma, de poder encontrá-las em um outro momento, em uma outra situação.

De repente, percebemos que nossa hora chegou e tínhamos que voltar para o quartinho. Nesse percurso encontramos quatro pessoas lindas em um quarto (não lembro do nome de nenhuma das quatro!!! Dessa vez eu me superei...). Dois pacientes e duas acompanhantes. O senhor perto da janela dormia serenamente enquanto sua esposa, uma senhora, o observava em sua poltrona. O outro paciente era um jovem que estava acompanhado de sua tia. As acompanhantes eram lindas e faziam questão de ressaltar como nossa presença as alegravam, mal elas sabiam que a presença delas nos fazia transbordar! O jovem não falava nada e a senhora nos disse: "Ele é muito tímido, se vocês conseguirem fazê-lo falar, a tia dele vai ganhar o dia!". Tentamos de tudo, fala oral, libras, linguagem ocular, corporal, tentamos de tudo mesmo! Até que quando começamos a conversar com sua tia, ele se intrometeu e emitiu três palavras! "Ele falou, ele falou, nós conseguimos!!!". Nessa hora o quarto virou uma alegria, mas dessa vez o jovem não emitiu nenhum som. Muito difícil esse menino!!!!

Infelizmente depois desse último encontro, tivemos que ir embora. Adoramos o 10° andar, foi algo muito muito muito mais além do que esperávamos. Tantos encontros, tantas histórias, tantos ensinamentos... Tantos e tantas! Espero voltar muito em breve e espero, por mais que eu sinta falta deles, não encontrar mais nenhum desses pacientes e acompanhantes por lá, desejo que todos estejam em seus respectivos lares e que sejam acolhidos da mesma forma que nós fomos. Espero voltar ao 10° andar e ter novos encontros com novas histórias e novos ensinamentos.

À procura...

Eu estava cansada da noite anterior, mas minha jarra estava, sem dúvida, cheinha. O processo de elevar a energia, no entanto, pareceu abrupto, meio precoce, o número 10 foi alcançado muito prematuramente. Fiquei preocupada em não ter me colocado no jogo, em não estar naquele ser/estado de bolinhas interiores. Se bem que em todas as atuações até agora (a amostragem é de fato pequena, mas...) eu senti algo parecido: a prematuridade em subir a máscara.

Foi só eu me flagrar parte daquele enxame de MCMs que meu corpo se tornou alerta, ativo. Estávamos no terceiro andar e alguns lances de escada nos separavam do nosso alvo: vários iminentes encontros vistos lá de cima... A sensação massa de estender a mão, como se querendo agarrá-los, não as pessoas, mas os encontros que poderiam ser travados. Como se querendo transformá-los em matéria, torná-los palpáveis... Foi nesse trajeto escada a baixo, que me surpreendi comigo mesma: ofereci e Cambalhota aceitou. Não sei com que forças a carreguei nas costas pelo piso do segundo andar! Foi muuuito massa! Mas o que deveras me deixou contente foi ter conseguido frear minha energia no momento certo: descarreguei minha tripulação antes de enfrentar os degraus até o térreo.

Lindo beber da fonte de cada Pertonildo que estava ali, lindo experimentar da atuação deles. Atrevo-me a citar nomes, cometendo o pecado de não mencionar alguns companheiros, só porque sinto que se não o fizesse estaria traindo esse relato. Jason Mora-longe, Augustino Boca Larga e Zefina Falafina: babei em vê-los atuar.

Foram muitos os abraços, abraços de verdade. A versão papel&caneta do diário de bordo sabe das minhas limitações e conquistas no quesito abraçar. E não me furto a alegria de saber que estou me tornando um ser “abraçante”, que estou mais perto dos mestres de abraço que já invejei na minha vida! Ah, como seria bom saber que deixei em alguém aquele gostinho de quero-mais que eu sinto quando um desses mestres me abraça!

Um momento indescritível foi minha luta de gigantes! Um título um pouco inadequado, já que uma das partes (yo) não é nem um pouco avantajada “estaturalmente”... >< Chuto que meu oponente tinha de 1,80 pra lá... Mas não me intimidei. Meu olhar achou e parou no dele: era como se pudesse ouvir o tema de “The Good, The Bad and The Ugly”! Inflei o peito e dei um passo à frente... Ele fez o mesmo! Ele crescia à semelhança de um urso... Ficamos nos encarando, um de frente pro outro, centímetros de distância, caras e bocas de lutadores prestes a se digladiar. Eu tentava acompanhar... As pontas dos pés já não eram suficientes. Resisti o máximo que pude. Mas num rugido, ele me venceu! A melhor derrota de todooooooooos os tempooooooos! A comprada de jogo foi tamanha que por um instante, fiquei realmente com medo de ser engolida!

*Peço licença poética, mas foi imprescindível esse bom punhado de drama para retratar o que senti! Na vida real (que estranho escrever isso), tendo a ser boba, frágil... E pra mim foi do caramba me equiparar a um gigante daqueles!

O ruim é que não houve tempo para saborear aquela derrota... No instante em que a luta estava finda, meu inimigo partiu e eu já estava em outro jogo. Tudo acontecia muito rápido. Os encontros foram de modo geral curtos... Não conseguia investir mais tempo em cada pessoa, havia muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, o ambiente estava abarrotado! Em alguns momentos, abarrotado inclusive de nós: erramos em diversos momentos formando aglomerados de palhaços.

Vou descrever somente mais dois outros acontecidos dentre tanta coisa que rolou: Mogli grudado na minha perna e a situação que dá nome a este diário!

Mogli tinha cerca de 7 anos e seu nome de verdade me é desconhecido. Quando cheguei, ele já estava interagindo com mais dois outros companheiros. Entrei na partida e brinquei. A mãe de Mogli não parecia nem um pouco satisfeita, estava com pressa para ir embora. Ainda tentei jogar com ela, mas ela não deu muita abertura. Foi no abraço que eu julgava “de despedida”  que ele grudou, não queria largar minha perna de jeito nenhum... Jason Mora-longe ainda tentou me ajudar, mas suas tentativas não surtiram muito efeito... A minha energia abaixou em pensar que a mãe dele estava com pressa, e não consegui fazer da situação um jogo. Não consigo recordar o que fez ele soltar, mas lembro que, pelo menos, ele não saiu irritado, pelo contrário, estava até bem alegre. Relato de caso de síndrome da boneca!? Talvez...

À procura...


Deparar-me com Gentileza, com sua face neutra, apenas observando a atuação não foi muito confortável. Confesso que fugi dele umas duas vezes. Por mais apreço que eu tenha e mesmo com tudo que aprendemos na Oficina, minha cabeça teima em identificá-lo como o alguém que vai julgar, aprovar/desaprovar, apontar os erros... Eis que estava encurralada! Não dava para fugir mais! O receio de encontrá-lo se traduziu num jogo de “finjo que vou, mas não vou” que culminou num abraço incrível! DAS MELHORES COISAS DESSE PROJETO: quando o que eu sinto de verdade, mesmo que dúvida, receio, se transforma em encontro, em jogo; eu, na pele de Ziza, sou mais eu mesma do que nunca! E veio a pergunta: “o que tás fazendo aqui?”. Não havia um jogo norteador e eu não havia me informado sobre o congresso... “Não sei!”... “Então vai procurar!” ... E eu me pus à procura! E nesse projeto, tudo que eu procuro, eu procuro muito! haha Quão bom é ENCONTRAR!

CIRCO DA VIDA

Olá,DB!!
Essa onda de feriadão me deixou meio desorientada e acabei passando do prazo de te escrever sem querer (tenho que consertar meu relógio biológico, me lembre disso!!).
Enfim, dessa vez, eu e meu MCM tivemos a oportunidade de atuar na ala de alojamento conjunto (vulgo, maternidade). Homi, a gente perdeu a hora enquanto encontrávamos várias pessoas lindas e histórias diferentes. Foi simplesmente sensacional.
Primeiro. Banheiro único. Bora lá. Enfermeira engraçadinha diz que vai esconder o segredo de termos nos trocado na mesma sala. Coisas do ofício. Vou acabar me acostumando (meu querido Muri, pode apostar que confio em sua sinceridade em dizer que não está olhando, e é bom que não esteja espiando mesmo hahahaha).
Sobe a energia e não esquece de segurar o jogo. Lugar novo. Apontar. Fogo!
E a gente encontra seu Zé. Nome singular e por vezes comum nesse mundão nordestino. Mas em tudo somos Zé na vida. Compartilhamos histórias, tropeços e sorrisos. Só tenho a agradecer por ter comprado nosso jogo (ele até queria levar a gente pro interiorzão dele). "E onde cês trabalham?" -"A gente é do circo da vida, seu Zé"; "Apoi se eu fosse prefeito, chamava vocês lá pra levar alegria pro meu povo". Tá guardado no peito o encontro com seu Zé e sua família.
Teve a mulher onça (que não deixava ninguém encostar em suas crias); Teve o rei (do trono) com seu príncipe Arthur e sua rainha (também do trono), uma família maravilhosa e completamente brincalhona. Que bom foi partilhar daquele momento mágico pra vocês, que é a chegada de uma nova vida.
Mas também teve sua parte triste, DB. A gente também esbarrou com mulheres que levavam certa tristeza no peito, e a dor de não ter seu filho ao lado, em algumas, o filho já tinha nascido morto; em outras, o menininho não suportou e voltou para os braços de Jesus. Por mais que quiséssemos arrancar aquela tristeza delas, sabíamos que tinham que passar por aquele momento. Cabia a nós respeitar e não deixar a energia baixar, nós ainda as encontramos, olhamos no fundo de seus olhinhos doloridos do acontecido, olhinhos agradecidos do encontro, da partilha.
As enfermeiras são lindas. Todos os trabalhadores do setor são graciosos. Entraram conosco nessa atuação e foram cruciais para que tudo desse certo. E àqueles que nos agradeceram por termos ido lá, eu só tenho a agradecer por me encherem de vida sempre que olham nos meus olhos e me encontram, por me mostrarem quão humana sou e quanto ainda preciso aprender nesse circo que é a vida.
Até mais, DB!!

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

O Circo da Vida

Mais uma série de encontros inesquecíveis. Porém, antes de iniciar a jornada esperei por um tempo considerável minha nobre comparsa chegar, que claro não deixou de fazer juz ao seu nome "Atrasadinha".Então subimos! fomos fazer uma visita ao mercado de Bebês, chegando lá fomos logo avisados pela chefe do setor que não poderíamos nos preparar juntos, pois só havia um banheiro,logo deveria ir um de cada vez. Mal sabia ela que tínhamos que subir a energia juntos, e muito menos saberá que descumprimos o aviso e fomos juntos,uma das enfermeiras acobertou a gente(kkkkkk).

Então começamos a caçada... estávamos a procura de bebês para o nosso circo e não havia lugar melhor do que aquele mercado de bebês, pensamos nós,mas, para nossa surpresa a maioria das mães que estavam lá tinha tido o primeiro filho, e roubar o primeiro é sacanagem, então fomos na busca de quem tinha tido o 3º, 4º... e para nossa surpresa, todas elas eram muito egoístas, NENHUMA destas quis dar o filho pra gente, nem deixou a gente roubar,tinha até segurança nas portas, que absurdo!

Tivemos o prazer de conhecer o Sr. José Mesmo( deve ser parente de Priscila Mesmo), ele era uma onda, de 75 anos disse que andava de bicicleta todos os dias e que levava o neto,prontamente perguntei se eles usavam capacete, e ele me disse que não.Então, conseguimos convencê-lo a  quando chegar em sua cidade ir na feira e comprar 2 melancias para servir de capacete!! ele adorou a ideia. No final, essa bela alma nos perguntou de onde éramos: 
Nós: da vida.
Ele: então vocês são do circo da vida, se fosse político levava vocês pra minha cidade!

obs: ele nos desarmou, nos Encontrou, encheu nossos copos, Obrigado seu José Mesmo.

Conhecemos também uma família Real que lá se encontrava hospedada, o Rei nos confidenciou que ganhou o título devido a quantidade de vezes que havia estado no trono naquele dia,em frente a ele estava uma caixa de correio(vulgo encubadora) onde se encontrava o príncipe, tentamos sem que ninguém notasse mudar o endereço, mas não teve jeito. No mesmo quarto, estava a mãe do rei, detentora do título de Imperatriz do forró, nos chamou pra dançar  em seu palácio, ficamos devendo a visita.Tinha até um compadre no quarto de nome André Querdinheiro,mas pense num cabra frouxo, mas também... a mulher dorme com uma peixeira do lado da cama, não tem como não ter medo.

o tempo passou tão rápido... quando vimos o sol já estava indo dormir... no final não conseguimos levar um pirralha pra casa,mas levamos uma coisa tão importante quanto, levamos aquilo que é invisível aos olhos, que dá sentido a nossa existência.

Partiu viajar

Eu fui mequetrefe essa semana e não escrevi no dia, mas prometo que vou tentar lembrar de tudo! Bom, fomos para o 11 andar, sozinhas. Nossa lindovisora não estava com a gente dessa vez, frio na barriga, mas fomos com medo mesmo, afinal, tinha a melhor companheira do mundo ao meu lado! Subimos a energia e fomos entregar a chave para adriana, até aí tudo bem. Depois demorar a encontrar alguém, quando achamos terezinha e sua filha aline. Conversamos sobre petrolina, bode, calor seco e sobre recife, calor molhado e tubarão. Nos convidamos para ficar com elas em petrolina, até dezembro do ano que vem, quando a filha de terezinha ia casar. Guilhermina conversou com a amiga de aline por telefone e descolou outras casa pra ficar tbm, aí nosso núcleo do dia virou viajar! Convidamos várias pessoas do andar pra ir com a gente (a menina da limpeza não quiz ir porque disse que de casamento não passava nem perto, afinal, se fosse bom não precisava de testemunha 😂😂) e arrumamos novos lugares para ir. Dona teresinha 2 conversou com a gente sobre o bingo que aconteceu na sexta e nos convidou para ir pra joão pessoa. Ela disse que a gente podia acompanhar o grupo de idosos dela pra praia, piscina e pra lagoa. Disse ainda que tinha bolo e condução! Claro que aceitamos! Ela contou sobre seus filhos e descobrimos que um deles mora na Itália, nos convidamos para levar ela e seu antônio (marido dela que estava ligado a várias máquinas) de barco a remo para Itália, o problema é que não teríamos a quem pedir informação 😂. Encontramos ainda dona tica e seu zé melo, juntos há 63 anos 😍! Ela canta pros morenos que gosta deles, dá em cima do médico e canta pra zé melo ir embora 😂 Ele dá em cima das médicas e enfermeiras, é conhecido em todos os lugares e é nosso avô do sossego 😍. Falando nisso, fomos convidadas para ir pro sossego também! Por fim, houve um médico que de longe que chamou Guilhermina de doida e saiu sem dar satisfação 😂, fomos atrás dele e ele disse que não era com ela e depois falou que todos eram doidos!
Beijos de uma carlotina que viajará o mundo! Kkkk

ENQUANTO ISSO NA ONCOLOGIA...

AHUUUUU, olá D.B., queridããão!! vou te chamar assim agora! haha
Bem, queridão... hoje fomos para a ilustríssima, muito amada por mim, enfermaria da oncologia! Depois do maravilhoso clownmoço, seguimos eu, Laurete e Daniboy para o setor!

Nos arrumamos, subimos a energia e simboooora, estacionamos nosso helicóptero mais que barulhento e seguimos sem rumo. No primeiro quarto encontramos dois senhores, um estava suuuuper entretido assistindo filme, mas ainda sim conversou bastante conosco, contando sobre a sua família, que tinha apenas 2 filhos (REGISTRADOS) e 3 netinhos lindos. O outro, contou também sobre sua família, e que tinha 7 filhos, 3 delas estavam lá, foi uma feeesta! E cada um dos sete tinha 3 filhos, e num sei quantos netos.. o cabra tinha já tataraneto rapaz! Eita familia grande arretaada!!! Entre uma conversa e outra, descobrimos que a matriarca da família estaria completando 100 anos e por falar em festa, vai ter festa com direito a bolo e tudo! Claaaaaaro que fomos convidados, daí começou nossas perambulâncias até o aniversário em Campina Grande! Agora tinhamos um rumo!

Para onde fica Campina Grande mesmo? Pra lá? Pra cá?  No meio do caminho encontramos seu Severino, pai de 16 filhos, isso DEZESSEIS!! tuuudo com a mesma forma, saindo da mesma barriga e com a mesma cara, criado e nascido em Chão de Pureza, terra natal da nossa queridíssima Milho Verde. Também conhecemos Marcos e Num sei, sempre num sabendo de nada.

No meio do caminho, Bartoré se revelou um grande empreendedor, ô menino sabido! Saiu vendendo os quartos com vista para o mar com muita esperteza! Pelo primeiro apartamento vendido, conseguimos outro apartamento melhor que aquele, a disputa foi acirradíssima, mas seu Nelson levou essa do seu Manoel, que estava um tanto mão fechada hoje. Vendemos outro ao seu Zé em troca do seu irmão Biu, homi sabiiiidoo!! Estávamos mesmo precisando de mais um irmão *-*. O espaço no corredor não conseguimos comprar de Elza, a irmã do Barba Ruiva (já falo dele), mas ela deixou que relaxássemos nele por apenas dois cheiros dados por Bartoré, um em Floribela e outro em Milho Verde, virei fã dessa mulheeeerr! Quero mais cheiros! Nossa ultima aquisição pelas vendas foi 2 mil abraços arrematados pelo Barba Ruiva, um pirata camarada! 1, 30, 46, 79, 88,... Depois de trocar muitos abraços e apertos de mão para variar um pouco, ainda ganhamos lágrimas.. Lágrimas de alegria, escorrendo pela curva do sorriso e fechando com chave de ouro nossa viagem.

A enfermaria da oncologia sempre superando o esperado, sempre acalentando um coração sedento por encontros e sorrisos. Muito amor por isso tudo! foi lindo, lindo, lindo! E eu só tenho a agradecer a meus MCMs por isso, por se permitirem ser comigo! Floribela adorou estar com Milho Verde e Bartoré nessa! 

por mais, mais, mais, MUITO MAIS! 
um beijo,
Floribela Chambinho <3

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Como se fosse a primeira vez

UAU!! Há dois anos eu estava sem atuar no setor! Dois anos! Vai pro intercâmbio, volta de lá, demora pra se adaptar, foca na rotina... algumas externas aqui e ali sempre fazem bem, mas o bom e velho dia-a-dia do setor é o que mais me alimenta a alma, coisa que hoje eu redescobri! A manhã foi super tranquila, sabendo que iria atuar à tarde, mas na hora de subir o elevador, a energia foi subindo junto, com aquele friozinho na barriga igualzinho ao que senti na minha primeira atuação, láááá pra trás no tempo! E lá fomos nós: Laurete, Aninha e Daniboy rumo à enfermaria da oncologia.

Prepara, projeta, junta a energia, conta até 10 e explode o olhar! Estacionamos o nosso helicóptero e entramos no primeiro quarto que vimos pela frente. Conhecemos uma família graaaande, o senhorzinho que tinha 27 netos e 4 bisnetos; soubemos no centenário da matriarca da família e fomos convidados para a festa: 100 anos, 100 quilos de bolo para 100 convidados, tudo isso em Campina Grande... pega a estrada pra Campina Grande! Eita! No meio do caminho a gente desvia pra Chão de Pureza, terra natal de Milho Verde, lá pertinho do interior de seu Severino que criou 16 filhos correndo no meio do mato e tomando banho de açude. Mas e Campina Grande? Voooolta pro caminho, que  agente precisa chegar no centenário!

É nessa hora que Batoré Pitchulinha se revela um dos maiores empreendedores que esse setor já viu! Ô menino pra saber fazer propaganda dos apartamentos com vista pro mar! Teve até binóculo pra ajudar a admirar a paisagem! Vendemos um apartamento por outro igual em um leilão disputadíssimo entre seu Manoel e seu Nelson. Vendemos um outro apartamento a seu Zé em troca de seu irmão Biu (e ganhamos um irmão!). Dona Elza não quis vender o seu espaço no corredor, mas gentilmente nos permitiu desfrutar gratuitamente de seus sofares e cadeiras confortáveis (ops!! Batoré teve que pagar com dois chêros: um em Floribela e outro em Milho Verde). E o maior faturamento do dia: um apartamento vendido a seu Barba Ruiva pela bagatela de 2 mil abraços!

Barba Ruiva é um rapaz jovem, claramente bastante abatido pela sua doença, mas possui olhos que têm sede de comunicação. Tivemos que sair às pressas do quarto quando o homem do raio chegou para radiografar o paciente ao lado, e dali do corredor eu só via aquele olhar envolto num rosto laranja nos perseguindo... tínhamos que voltar! Depois de muito vai e vem, não é que acabamos lembrando que não havíamos recebido o pagamento pelo apartamento que vendemos ao Barba Ruiva??? Isso mesmo, aqueles 2 mil abraços! Para a nossa felicidade, esse rapaz não era um caloteiro, e assim trocamos os devidos 2 mil abraços, bem apertados e bem verdadeiros, e de gorjeta ainda ganhamos as lágrimas daquele homem escorrendo em direção ao sorriso largo que se desenhou em seu rosto. Ainda bem que voltamos!

O setor nos recebeu muitíssimo bem!! Atenção especial a toooodos os funcionários, que mergulharam de cabeça em nosso pequeno universo paralelo! Até tomamos pinga com um deles...

Hora da despedida, voltamos ao nosso helicóptero. Descemos a máscara e chorei abraçada ao meus MCM's. Floribela Chambinho e Batoré Pitchulinha, muito muito muitoooo obrigada!!!! Vocês são incríveis!! E hoje fomos incríveis juntos! Milho Verde agradece! Tarde linda, tarde de sol e luz!

Lau.

7 x 1

Não, Gustavo do futuro, não estou falando da goleada da Alemanha. A goleada foi de risadas, mas como diria Jack, o Estripador, vamos por parte. Esse é o meu relato com Dionísio Peitolargo sobre nossa segunda atuação lá na enfermaria de Nefrologia. A gente já começou zonando com a faxineira. Chegou depois outra faxineira, só que com a roupa do bloco do HC (?). Ela falou que curte muito o trabalho da palhaço. E disse para irmos primeiro no setor de hemodiálise.

Lá tinha Dona Etiene e toda a sua saliência, essa sabia da origem do seu nome, filha de russo e manjava demais dos paranauê, deu uma paquerada na gente, reclamou do maqueiro, disse que não falavs francês, mas cantaria um homem francês. Depois disse que cada homem hoje em dia tinha pelo menos 7 mulheres à disposição. A gente riu. O maqueiro a levou.

Pertinho dali uma mulher ria, quando chegamos pertp, ela não quis muita conversa haha.

Aí fomos pra maca do lado, lá estava Seu Nascimento. Se Etiene não falava francês, esse nos recebeu com "evritchingorait?", tinha estudado nos States. Perguntamos se era que tinha 7 mulheres pra cada hômi. Ele disse que não. Continuamos procurando o paraíso.

Brincamos com as residentes ali perto e fomos jogando bola com uma tampa de ampola que estava no chão. Até chegarmos num cabra que disse que jogava bola direitinho. Ele também não sabia nada do 7 para 1. A enfermeira nos disse para irmos ver uma sra. que gostaria muito de nos ver.

Era Dona Lúcia. Aliás, dona não, se não ela me bate, só Lúcia. Ela mostrava uma felicidade danada em estar conversando com a gente. Só não gostou da história de estarmos procurando nossas 7 mulheres contando com as enfermeiras. Uma delas era casada, disse, e as amigas disseram que essa namorava c um deputado. Só que Lúcia arrancou o próprio curativo, aí vieram fazer de novo e nós saímos de fininho.

Aí caímos na copa, lá não tinha 7, mas tinha 3 mulheres. Uma delas estuda na federal e fazia aniversário. cantamos Parabéns. Não, pera, foi semana passada. a onda também rolou aí e todo mundo ficou sentindo falta de bolo de aniversário e 14 mulheres.

Chegamos em outro quarto de hemodiálise, tinha um paciente e uma enfermeira só. Aí rolaram conselhos pra arrumar mulher e como ele tinha 10 (as enfermeiras ao seu dispor). A enfermeira que chegou depois para trocar de turno não concordou de cara, mas depoos entroi na brincadeira e tirou umas fotos com a gente.

Aí encontramos no corredor duas acompanhantes encontramos no início(esqueci de mencioná-las antes). Uma tava c roupa diferente do que tinhamos visto. aí a amiga cabuetou que foi o primeiro banho em 2 dias. p bullying daí pra frente não teve fim. Voltamos para o quarto com elas, só que fazendo siga o mestre com uma enfermeira que tinha acabado de chegar. Falávamos da falta de banho da colega pra galera, a menina faltava só se enterrar de vergonha, mas depois chamou sua amiga de amiga da onça. A amiga tinha uma camisa com estampa de onça. Aí a onça é ela ou a amiga? Mais jogo!!

Aí fomos no quarto que tínhamos passado direto porque todos dormiam. Doos sofredores, tricolores, e um senhor que tinha a voz de Cid Moreira, mas começou a cantar tipo Oswaldo Montenegro e a gente dançou. Com aquela voz, se arrumaria 21 mulheres.

Ainda teve onda com a a enfermeira chefe, a muljer que queria café, Seu Joel e Juarez, que ia arrancar nosso nariz, só que não. serginho malandro, a noveleira, os elogios, a alta no corredor,  a acompanhante do marido argentino, a soja marromenos... Coisa demais. mas eu acho que tá bom, né?

Grande abraço!

















































Ihuuuuuuuu

Ninaaaaa, só love, só love! Só love, só love! Eita que no setor de nefro hoje (28/10) o pessoal tava pra frente! Vei, 7x1... E não, não é goleada da Alemanha sobre o Brasil, mas sim a proporção de mulheres para homens segundo estatísticas da dona Etiene! Que senhora entendedora dos paranauê e braaaaba, ia dando com a muleta no maqueiro pela demora ( claro que ela não faria isso, quando o sujeito compareceu ao recinto foi recebido com a sutileza de um " Vamos amor" da dona Etiene).


-" Olá sinhô, como rai?"
- "Everything oh right"
Oh my god, um poliglota. Não sei inglês, e agora? Danou-se. Graças a Deus ele continuou em português, urf!

Dona Lucia sua fofa! Quanta receptividade! Já nos adora mesmo sem nem nos conhecer, só não mexe com mulher comprometida que ela não curte!

O senhor galanteador, " não seja ciumento se não elas não te querem, mas também não arrume mulher ciumenta que é só problema". Papo vai, papo vem,  acho que ja estou pronto pra conquistar corações com as dicas sensacionais dele!


Por fim, a menina cascão e sua amiga da onça vestida de onça ( que coincidencia da bixiga). Após sua amiga da onça cabuetar que nao tomava banho há dois dias, a menina cascão sofreu com nosso bullyng ao passo que era consolada pelos nossos risos e encontros! Com uma amiga da onça dessa cabuetando, quem precisa de inimigas né?! Detalhe, ela estava com camisa de onça, isso foi o mais louco!

Enfim, alguns momentos. Doidera, vlw flw

terça-feira, 27 de outubro de 2015

VIAGENS MARCADAS!!!!

Oi, DB!!! Tenho que ser breve porque estou arrumando minha mala para ir para Petrolina com Aline e Dona Teresinha 1, sentir o calor seco de lá, comer bode,tomar banho de piscina e, ainda, ficar até dezembro do ano que vem pro casamento de Adriana, irmã de Aline. E claro, todos do 11º foram convidados e o ônibus nos espera!!!
Enquanto programava a viagem, uma senhora falando ao telefone disse: "vou desligar porque vou ver duas palhacinhas lindas" e sabe no que isso deu? Dois novos destinos: vou a João Pessoa com Dona Teresinha 2 e Seu Antônio e depois, vamos a Itália para eles conhecerem a neta. O único problema é que Dona Teresinha 2 tem medo de avião, mas Guilhermina e Carlotina planejaram ir remando no barco e garantiram que chegam lá em 10 dias! Dona Teresinha nos chamou para o quarto de Seu Antônio confirmar todos os planos e....mais um destino!!! Tudo planejado com Seu Antônio, mas lá estavam Seu Zé Melo e Dona Tica, um casal sensacional de 63 anos de casados.  Zé Melo é conhecido em toda sua região e ensinou rapidinho como chegar em sossego para ficar bem sossegado escutando Dona Tica cantar! Partiu!!! Até nos convidou para irmos hoje conhecer seus filhos que estarão todos no hospital. Não poderemos ir porque já estavamos indo a Petrolina, mas mandaremos amiguinhos para nos representar!!!
Bem, a estrada será longa: Petrolina, João Pessoa, Sossego, Itália...melhor eu indo para não me atrasar!!!

sábado, 24 de outubro de 2015

Viagem nº1 - O Maravilhoso Mundo da Pediatria - 23/10/2015

3... 2... 1... 

Se Joga!

"Use seu poder aranha! Vamos escalar!" Grudamos nossos dedos na parede e a escalamos ao lado do Homem Aranha.

Meu estimado diário de bordo, saiba que eu estava com saudades suas! E fique ciente de mais uma coisa: a primeira atuação no hospital é mágica. Pelo menos a minha foi.

Mas vamos começar do começo.
Reconhecimento do local, conversa rápida com a enfermagem, troca de roupa e maquiagem no quarto disponibilizado ao som da nostálgica trilha sonora selecionada pelo nosso incrível tutor, Dudu! Que momento sensacional. Único. Insubstituível. Inigualável. Emocionante. Tudo pronto? Sim! Subir energia. Mas antes, conselhos, dicas e uma bela mensagem de Dudu. Cara, você é fera! Elephant Gun. Olhos fechados. Corpo pulsando. Contagem. E encontrei minha MCM. Energia no olhar. Ansiedade. Curiosidade. Abrimos a porta. Orangino Máximus e Marieta Melhoral estavam na área. 
No primeiro quarto, encontramos Sara. Uma linda garotinha de olhos curiosos, mas muito desconfiada. Falamos com ela, mas ela não estava pra muito papo no momento. Dissemos que voltaríamos depois e saímos do quarto. E com quem nos deparamos? O Homem-Aranha! Sim, Lucas estava com uma energia transbordante! Corria de um lado para o outro! E ao vermos sua camisa do super herói, começamos uma guerra de teia! Até que resolvemos escalar a parede! E subimos bem alto. De repente, no corredor alguém vem em nossa direção. A pequena Sara. Com os mesmos olhos curiosos, chegou bem perto, nos abaixamos e sem nenhuma palavra proferida, nos deu o melhor abraço da face da terra. Voltamos para o quarto dela e vimos seu caderno de desenho, e conhecemos suas filhas (bonecas). Em seguida, descobrimos que ela tinha uma maleta médica e ela nos explicou o funcionamento de alguns instrumentos. Encontramos Vinícios, o menino do "Chegue Batendo" mais forte que existe. No quarto ao lado, estava hospedada a corte real, com Edilady, a tia Lady do aspirante ao trono, que estava nos braços da rainha, ao lado do berço real, onde estava depositada sua coroa. Despedimos-nos da realeza, explicamos que estávamos sendo perseguidos e portanto precisávamos fugir! Ouvimos um choro vindo do outro quarto. Ao chegarmos na porta, demos de cara com Gabriel, que instantaneamente esqueceu de chorar. Ele estava nos braços da mãe e tinha somente oito meses. Nos nutrimos com suas gargalhadas, e ele com minha gravata, que quase foi inteiramente devorada. Marieta Melhoral foi espetacular. No leito ao lado estava, Wesley, sua mãe e seu pai, que era jogador do Sport e não havia feito gols no jogo de domingo. Percebemos que estávamos sendo espiados, e descobrimos duas belezinhas: Ana Lúcia e Mayara. Cuja capacidade da fala não possuíam por estarem com as pilhas fracas. Trocamos as pilhas de Mayara e ela falou seu nome e idade. Para Ana Lúcia, foi preciso uma bateria e óleo de cozinha para suas articulações se afrouxarem. O jantar estava chegando e pedimos que as meninas nos escondessem, porque desconfiamos que era a tia do jantar que nos perseguia. Mas a tia do jantar era do bem! Pelo menos foi o que ela nos disse! Acreditamos. E então ela perguntou: 
"Quem é Mayara?" Enquanto separava o jantar.
"Sou eu!!!" Disse prontamente Marieta.
"Ah, é você?!" E entregou o jantar a Marieta. "E quem é Ana Lúcia?"
"Sou eu!" Respondi e recebi meu jantar.
Sentamos na mesa, mas como não estávamos com fome, demos nossos jantares para as meninas.
Decidimos seguir a tia do Jantar. E a próxima entrega foi para Eduardo. Espiamos pela janelinha de vidro e então entramos pra descobrir se a comida dele tava boa. O pai dele também recebeu o jantar, mas não estava comendo. Perguntamos se ele não gostava do menu da noite.
"É que não estou com fome agora." Respondeu.
"Oxi, então a gente pode comer?" Perguntamos.
"A fome apareceu" E pegou o prato. 
"Espertinho teu pai, hein!" Falamos para Eduardo que começou a rir junto ao pai.
Eduardo nos disse que no quarto ao lado havia um outro Eduardo que fez cirurgia da cabeça do fêmur e que queria nos conhecer, que estava nos aguardando. Como todos sabem o fêmur é o nome correto do dedo mindinho. Mas Eduardo teimou que era outra parte do corpo! Pobre Edu, tem que estudar muito ainda. Ao chegarmos lá, discutimos sobre as cores de nossas bocas e acabamos pintando a dele de rosa e preto. Foi uma luta para proteger minha MCM dos ataques ao seu nariz!!! Até que chegou uma linda borboleta em seu casulo verde (muito parecido com lençol de bloco cirúrgico por sinal) guiada por Sérgio (o maqueiro) numa cama de rodinhas. Maria Luíza, se não me engano! A mãe de Eduardo começou a falar de Carpina e que eles estavam esperando uma ambulância ainda esta noite, para voltar para sua cidade. Após entendermos que Carpina não era um bicho ou alguma espécie de comida, decidimos roubar a vaga de Eduardo, e corremos para a ambulância! Saímos do quarto! Vimos Ana Lúcia e Mayara já de bucho cheio, nos despedimos e partimos. Vimos duas moças num belo banquete que nos oferecem comida, mas como eu estava de regime tive que recusar. Mas combinamos de participar de uma corrida no fim de semana e as convidamos para o jantar no palácio do príncipe que estava no quarto mais a frente. Quase próximo à saída, esbarramos na enfermeira psicopata que tentou assassinar brutalmente Marieta a la Norman Bates (Psicose). Mas apesar dos pesares, alcançamos a ambulância e partimos para Carpina!

Uma sexta-feira muitxo louca! Intensa! Imprevisível! Cheia de surpresas! E ao lado da minha MCM!!!
Uma sensação indescritível se apodera do meu coração. E sigo para a minha casa realizado. Meu estimado diário, no setor há um infinito de possibilidades! Quero mais! 




Tu te tornas eternamente responsável pelo sentimento que cativas...

Meu querido DBBBB, (Vou logo avisando a vocês que eu vou continuar usando os termos meio matutos por aqui, se não tiver problema, certin?)
Como já se era de esperar (e eu juro que é sem querer)...ATRASO! Corre, danado, que tu marcou com Melo de 9:30hrs no HC!!! Peguei o meu glorioso BRT, mas o detalhe é que ele para bem no início da Polidório. Resultado: dei um "pé-de-carreira" gigante com medo de que a minha MCM ficasse chateada com um provável atraso bem no primeiro dia de atuação, mas, mesmo chegando encharcado de suor, consegui evitar essa triste situation (inglês). Encontrei, literalmente, Melo e Amandinha nos anfiteatros e de lá seguimos rumo a tão esperada Oncologia. Antes de prosseguir, eu queria compartilhar com todos vocês o quanto esse primeiro dia de atuação foi importante pra mim...ainda durante o vestibular passei por diversas situações difíceis de lidar, situações que, ainda hoje, me atormentam bastante, mas que ao mesmo tempo me fizeram crescer bastante, que me fizeram sempre valorizar o que a gente carrega aqui dentro (ou pelo menos tentar com nobre vontade)... e, em meio a tudo isso, uma das minhas rotas de fuga era me ausentar fisicamente dessas situações que me causavam um pouco de amargura. Como fazer isso?Imaginando! Eu me imaginava como médico e agindo de forma singular com aqueles que precisavam, agindo onde QUALQUER remédio/tratamento não pudesse chegar...eu me imaginava sorrindo, conversando e ouvindo cada uma daquelas pessoas. E, não por coincidência, eu me imaginava um oncologista. Eu entrei na faculdade querendo Onco e, até o momento (e cada vez mais), eu alimento esse desejo aqui dentro de mim. Outra "curiosidade interessante": Na minha primeira semana de aula eu entrei de enxerido no HC pra tentar explorá-lo ao máximo e logo de cara dei de cara com a salinha da Onco.Fiquei com medo de não ter permissão pra entrar lá, mas até hoje lembro daquela porta dupla de vidro de cor prateada e com uma plaquinha da oncologia(...) Amandinha estava guiando Melo e eu pelos corredores do HC quando de repente...PAM! "porta de vidro dupla de cor prateada"...meu antigo portal!
Fiquei ansioso que só a peste por poder ter a oportunidade de desbravar tudo o que tinha depois do meu tão almejado portalzinho prateado. Logo depois de passarmos despercebidos pela recepção, a gente foi pra o banheiro se trocar... Amandinha tacou logo um "durma medo meu" pra dar aquela velha concentrada na energia. Contagem regressiva com a minha MCM e... Explosão no olharrrrr!
Inexplicavelmente, logo que saíram prontos pra brincar, Maricota e Virgulino encantaram os funcionários que estavam mais próximos. E como eles nos encantaram!!! Acreditem, do início ao fim, SEMPRE tinha pelo menos dois funcionários pra cativar o riso, pra recarregar nossas energias ou até mesmo pra pedir pra a gente brincar com determinado paciente que, eles julgavam, estar precisando mais. Os funcionários são sensacionais!!! Inclusive uma delas tirou uma foto comigo e disse que a legenda no facebook seria: "Reinaldo Gianecchini e Suzana Vieira" Kkkkkkkk. Oh yes, baby! Gianecchini.
Pra completar nossa surpresa (por isso eu acredito tanto que aquele realmente era o dia de Maricota e eu), encontramos quase uma tropa de pacientes do Sertão. São José do Egito, Serra Talhada, Sertânia ou Garanhuns, não importa de onde eram: Todos entraram na brincadeira! Ainda cantamos parabéns pra Rafaela,uma enfermeira, e pra Sandro, um paciente casado, mas que a senhorita Maricota resolveu se enxerir (digno de nota que a senhorita Maricota anunciou em meio a atuação que iria pra casa daquele que primeiro oferecesse um prato de arroz mexido, buchada e sarapatel. Tem como sustentar uma cria dessas?). Conversamos ainda com Princesa, uma senhora que aos 30 anos de idade tinha dois namorados e que, no dia em que os três finalmente se encontraram, ela deu a volta por cima e ainda entrou de graça no cinema. Quero só agradecer mais algumas infinitas vezes por ter a melhor MCM que eu poderia ter!!! Melo, quem melhor que tu pra entender todas as piadas de matuto? Quero construir contigo uma sintonia MUITO forte!!!! Eu finalizo com o meu momento picadeiro na primeira atuação, uma situação na qual o sentimento cativado não se iniciou com um sorriso, mas justamente o oposto: com um conflito. Em meio ao conjunto de brincadeiras de dança que Maricota e eu estávamos fazendo na recepção, percebi que um único homem se recusava a entrar no jogo e, ainda mais, virava a cara pra o lado oposto em que a gente estivesse...Sempre! Num momento de doidiça o que eu fiz? "Vou lá conferir o que é isso!" Maricota estava do meu lado, logo, medo era um sentimento que, sinceramente, nem me passava na cabeça. Ao chegar perto do senhor eu fui logo falando :"O senhor tem cara de quem gosta de dançar!" e a resposta foi um nú, cru e alto NÃO!!! Faltou tinta de sangue até na bola do...olho. Não sei se foi doidiça da minha cabeça, mas todos da sala estavam olhando pra mim com uma cara de "e agora?" Imediatamente, remendei com um "o senhor, então, tem cara de quem gosta de sorrir!" e ele em claro e bom tom me deu outro NÃO!!! E, numa fração de segundos -acreditem-, passei o olho rapidamente pela bolsa dele -que estava semi-aberta- e lá eu encontro algo que me pareceu uma casca verde e amarela. Não teve outra, tinha que ser essa carta mesmo.Mandei: "Mas o senhor gosta de laranjaaa?" e ele, como de praxe, me mandou um lindo NÃO. Aí na mesma hora eu joguei um "E o que o senhor tá fazendo com essas duas laranjonas escondidas na bolsa?" Na hora o véi fez uma cara de c... da gota, mas logo que ele passou a vista na bolsa e percebeu que realmente tinham duas laranjas lá dentro, ele já subiu dando risadas de todo tamanho!!! E aí, já viu né ? me derreti todinho!
Enfim, está aberta, oficialmente, a nossa terapia do coração! Obrigado Melo, obrigado Amandinha, obrigado a todos os outros MCM's !!! Xeroo na boa do vosso olho!!!

A primeira de muitas!!!!!!!

Meu DB, que coisa linda te escrever *--* Minha primeira atuação foi muito, muito, muito linda. Como foi gostoso me jogar no vazio e disso surgir jogos incríveis. Minha primeira vez não podia ser diferente, foi na pediatria. PEDIATRIA DB, isso mesmo. E foi simplesmente incrível e só me deu mais certeza da grandiosidade desse projeto. Cada encontro, cada sorriso foi especial e até as tentativas de arrancar meu nariz, kkk siiiiim tentaram muitas vezes. Assim que eu e meu melhor companheiro do mundo cruzamos o corredor encontramos uma mãe, e foi lindo ver o sorriso dela em nos ver e desesperadamente ela nos convida para entrar no quarto, nos jogamos no vazio, o que sera que nos esperava? Uma menininha linda, mas ela não estava disponível para o jogo, pelo menos naquele momento, tentamos interagir sem sucesso. (depois ela sai do quarto correndo atras de nós) Mas precisamos abrir nossos horizontes e ampliar nosso campo de visão, e quando fizemos isso, uma surpresa!!!!!! Lucas estava nos espionando *--* O pequeno lucas estava bem atrás de nós totalmente disponível para o jogo...e que jogooooo. Lucas na verdade era o homem aranha e ele nos ensinou a usar as teias e juntos escalamos um muro muuuuuuuuito alto. Foi muito difícil, mas conseguimos. Corremos até o carro do homem aranha e percebi que estávamos sendo seguidos, então eu e Horagino fugimos para o quarto do lindo Miguelito *--* Aaaaaaaaah Miguelito quanto encanto em um olhar, que sorriso lindo e mesmo tão pequeno já sabe enfrentar os problemas com um lindo sorriso no rosto. O olhar que nos encantou, um lindo e maravilhoso ENCONTRO. Ao lado de Miguelito tinha um moço que estava mudando o canal da tv, a principio achamos que ele era responsável pela tv, mas ele fazia tudooooo, começou a mexer no soro. Então descobrimos que na verdade ele trabalhava p miguelito. Segundo informaçoes colhidas, miguelito é um ótimo patrão, paga muito bem, mas não tem 13º nem férias, o horário de almoço era de 30 min e o de jantar 20 min, apesar do pouco tempo, o moço estava feliz em trabalhar para miguelito então eu e Horagino ficamos de entregar nosso curriculum para miguelito e quem sabe ele nos aceita também. Fugimos para o outro quarto e encontramos uma família real, que veio do Reino Recife. Lá existia uma Rainha, um príncipe e a tia do príncipe. O príncipe desse reino era tão especial que ele tinha duas cores. Suas perninhas eram cor de rosa e o resto do seu corpo era amarelinho, era isso que o tornava tão especial. E a rainha estava feliz em nos ver e fomos convidados para conhecer o reino deles *-------*. Fugimos para o outro quarto, a pessoa que estava nos seguindo não podia nos achar de forma alguma. Quando passamos pelo próximo quarto encontramos Gabriel de apenas 8 meses, ele estava chorando e quando nos viu o choro sumiu *--* O olhar estava completamente paralisado no nosso olhar. Foi um lindo encontro. Gabriel ficou encantado com nosso nariz e tentou tocá-lo várias vezes, a cada tentativa eu desviava  do dedo e ele sorria, um sorriso gostoso, o sorrido de um bebê de 8 meses sabe como é ne?. A gargalhada mais gostosa que poderíamos ouvir. Ao lado de Gabriel tinha uma família. Um bebê de apenas 40 dias, o pai e a mãe dele. O bebê era japonês, igual ao pai, que foi transportado para o brasil dentro de uma caixa,  após algumas peguntas descobri que essa caixa não tinha comida, apenas furos para ele respirar. Então perguntei para a mãe do nosso pequeno se ela também foi transportada e ela respondeu que não, mas seu bebê também veio de dentro de uma caixa, essa caixa ficava na barriga dela e lá tinha comida, e furos para ele respirar. Tentamos fugir para o outro quarto, porem, Gabriel não gostou muito da ideia. Quando conseguimos finalmente fugir, encontramos duas meninas, Dayane e Ana paula, estavam acompanhadas de suas mães. Elas apenas nos olhavam, mas não falavam nada. No começo achamos que elas eram mudas, mas Horagino percebeu que elas estavam sem energia. Apertamos em todos os botões de Ana paula, mas ela não falava. Peguei então uma pilha que estava presa no meu cinto e colocamos nela. Quando apertamos no botão ela faloooooooou uhuhuhuhuh era mesmo a pilha que precisava ser trocada. Então foi a vez de Dayane, percebemos que ela estava mais fraca e precisava de uma bateria, mas, seus braços estavam muito duros e resolvemos colocar um pouco de óleo. Um pouco nos ouvidos, um pouco no nariz e.....iupiiiiiiiii seus braços ficaram moles*--* agora sim conseguimos colocar a bateria e quando apertamos no botão....tchanraaaaaammmm.....ela falooooooooooooou*----* Conseguimooooooooooooooooooos*-------*
No fim do corredor aparece a tia do jantaaaaaar....obaaaaaa, já estavamos com muita fome. Quando a tia disse: quem é dayane? eu respondi: EEEEEEEEEEEEEEEU e a tia acreditooooooooou huhuhuhu...ela entregou "meu" jantar e sentei na mesa p comer. Horagino, muito esperto disse que era Ana paulaaa e sentamos na mesa para comer junto com nossas mães :) Mas Horagino resolveu dar o jantar dele para Ana paula e eu fiz o mesmo e dei meu jantar para Dayane, nem estávamos com tanta fome assim....
fugimos para o outro quarto, afinal, tinha uma enfermeira psicopata atras de nós...entramos no quarto de Eduardo, e ele disse que tinha outro Eduardo esperando por nós. Fomos atras desse outro eduardo que quebrou a cabeça do fêmur, e o fêmur, claro, é o osso do nosso dedo midinho. Eduardo 2 era muito levado, tentou me deixar sem nariz e eu iria morrer sem respirar se não fosse meu melhor companheiro do mundo. Horagino Maximus me salvou várias vezes *-------*  Eduardo estava esperando a ambulância para voltar para carpina, então eu e Horagino resolvemos fugir de ambulância para carpina e voltaríamos depois para buscar Eduardo. Correndo de volta para pegar a ambulância checamos p ver se todos estavam bem. Ana paula e Dayane continuavam com energia, Gabriel dormiu, nosso pequeno príncipe recebia uma luz real azul, lucas também dormiu e assim fugimos felizes com a ambulância de Eduardo.

DB, essa foi a história da minha primeira atuação, nossa primeira atuação. E só tenho a agradecer por esse projeto, essa família existir em minha vida. Foram encontros maravilhosos, sorrisos encantadores e claro, o melhor companheiro do mundo ao meu lado.
Beijos de muita energia, e até a próxima atuação!!!!! <3

Primeiro dia, deu medo, mas fui com medo mesmo!

Querido DB, eu que achava que não mais iria te escrever, mas agora bateu aquela saudadezinha de ler ele para meus MCMs. O que dizer desse primeiro dia de atuação? foi incrivelmente demais. a começar pelo fato de sermos oo trio desse ciclo, e eu ter descoberto que não dava pra ser diferente, minhas MCMs são simplesmente do caramba ! elas me completaram de uma forma tão demais, que não consigo descrever. Amara Muitasléguas e Cambitinha Risofrouxo, obrigada por partilharem desse nosso encontro, e transbordamos! e juntas. Pensei que pelo fato de ser trio, seria complicado, e fiquei com medo, medo ? esse logo passou ao lado das minhas MCMs, ficou tão pequenininho, que adormeceu, mas ele despertava um pouco a cada vez, que entrava em um quarto diferente. Nosso primeiro encontro, a Israelita, ela estava em seu primeiro momento pós cirúrgico, mas seu olhar era incrível, seus sentimentos eram tão contagiantes, e naquele momento o brilho de seu olhar se tornou único para mim, nas poucas vezes que ela falou, ela disse: - VocÊs são lindas, incríveis. olhei para ela no mesmo momento, sorri e disse que eu não era nada disso, ela que era maravilhosa, e agradeci, ela nem imagina como aqueles olhinhos cheios de esperança, me preencheram, e tava precisando, levou o up que eu tava precisando. Mas minha gente, foi uma tarde maravilhosa, de jogadas leves e lindas, desde Maria (meuri da mary kay), até a senhorinha simpática que nos chamou para o quarto dela, a Cecilia cila (uma constatação NEM tão interessante da pracinha da tv, a imagem sai em uma tv, mas o som sai por outra o.O ) voltando... Ah e não posso esquecer da dona Mariana (amada), ela disse que era a pessoa mais amada, me deu um pouco de seu amor, ainda deu dicas pra arrumar boy, mas ela entendeu que sao tempos de crise, mas disse que tinha trÊs sobrinho vaqueiros arretado e que iria nos apresentar, sua nora garantiu ( esperemos ) então em uma viajem só ela nos ensinou a paquerar, quando me vi já estava em uma janela lá do interior de Trindade,  a espera do boy, mas ele se atrasou ai não deu. Nomes lindos e diferentes, e criativos, bem criativos, Israelita à Faraíse, eita mulher faraônica, gente boa demais. Sei que sou uma das pessoas mais invasivas que conheço mas senti, que tô aprendendo a superar, tinha uma senhora, que era de longe, como a mesma falou, mas ela não se entregou para o jogo, talvez ela fosse a que mais estivesse precisando de se jogar um pouco, porém ela não tava disponível, e respeitamos. Por outro lado, quando estávamos voltando, (o tempo passou rápido demais), tinha um senhor que a primeiro momento não estava disponível, senhor Oseias, ele antes estava dormindo, mas sua filha ficou tão entusiasmada em nos ver, que quis compartilhar essa alegria com ele e o chamou, meu Pai, que pessoa radiante e iluminada, foi com ele o encontro que esperei o dia todo, realmente o díficil é fazer o Simples. (sabe aquela história,de me olhou te olhei ? pois é foi isso) aqueles olhinhos me acolheram, obrigada Sr. Oseias ! Obrigada minhas melhores Companheiras do mundo, sei que com vocês, não estarei só <3
com amor, Margarida Falamuito.

Luigi e Roberto, Os abençoados

Beem, aqui já não é mais Baruelcio, ele não vai gostar nada disso, mas ele é forte.
Enfim aqui o povo vai me entender, ou não ne.Siiim, antes de tudo vamos  explicar como vai funcionar , o titulo vai ser sempre o nucleo do dia, porque?porque eu que mando (emoji do carinha com oculos), eu depois de enrolar um pouco, como agora, vou explicar o nucleo do dia.
O nucleo é porque eu e Luigi, meu MCM TOP DA BALADA, formamos uma dupla de sucesso que um dia a foto vai valer milhões.
Sinceramente, eu tava meio nervoso porque a semana foi um caos, muita prova e trabalho, achava que não ia ter energia suficiente pra tornar os encontros bons, mas na hora Luigi levantou a energia comigo e ainda nao sei como tirei forças e foi incriveeeel.
Assim que a gente saiu, antes mesmo de conhecer Aline e Adriana , as enfermeiras tops que nos deram a chave e receberam,Aline merece um adendo porque ela era do Ceara (L) (Para os que nao sabem: Roberto veio do Ceara para dominar Recife, assim que o queijo permitir, nao tem ninguem com pressa aqui).Siim,voltando,  assim que a gente saiu ja encontramos um trio muito animado, o que foi otimo porque ali eu senti que ia dar certo.Marcante também foi o encontro com Zé de melo e dona Tica ,vindos direto da terra mais sussegada da Paraiba a cidade Sussego, caba bom de verdade, no começo tava meio calado e tal só observando aquilo tudo, mas no final tava flaaante e sorridente, foi bom demais, eu e Luigi já temos até um lugar na varanda da casa de seu Zé quando formos pra Sussego.
Eu encontrei alguém que me entendi, Iasmiiin, a linda do 1124, carioca que ia fazer aniversario na quarta feira, atuei na terça, ela chamou a gente pra voltar na quarta, mas nem pudiamos ( foi triste).
Caramba, foram muitos encontros massa, podia passar a noite toda aqui digitando, acho mais facil digitar do que escrever, flui mais facil, mas não sei, sinto que nao importa o quanto o encontro com Antonio, que apesar de não falar nada, porque tava muito debilitado, dizia tanto com o olhar, teve varios momentos felizes e tal, mas eu acho que foi ali, no encontro com Antonio, na despedida com ele, aquele olhar calado, silencioso, que senti o quanto o projeto é bom, sei lá.
Enfim, parando com a melosidade, porque tenho uma fama a conservar, a saida foi top, dona odete,nossa namorada top, balançando o pezinho, o povo gritando e aplaudindo kkkk muito bom.
Acho que vem grandes coisas pela frente, vamo ver ne tam dam dam. A gente vai se falando,Berenice (esse sera seu nome).
                                                                                                                valeu,flw.

Cabuuuuuuuum na cocheira do HC:a primeira vez a gente nunca esquece!!

Primeiro, queria pedir desculpas à minha querida, maravilhosa, sedutora, tesuda, diva, genial... lindovisora pela minha mequetrefisse! São exatamente 23h01 do sábado (hehehe!) mas aqui estou, antes tarde do que nunca.
A semana começou nas duas semanas anteriores. Tava numa sequência de provas há 2 semanas. Por ser mequetrefe também na minha vida acadêmica (tenho que começar a melhorar essa minha mania de mequetrefização) tava toodo atrasado e virando noites e noites. Na terça feira tinha feito a ante-penúltima prova da sequência, que acaba dia 06. Isso tudo só diz o seguinte: eu tava morto! Energia baixa e pensando "como diabos vou atuar desse jeito, véi?". No dia anterior ao da minha atuação sai minha nota de farmaco: me lasquei boniito!! Tava tão cansado que não consegui ficar ansioso pra a atuação.
Encontrei minha querida Lindovisora Maroca na entrada pra ela me guiar. Subimos e lááá no décimo primeiro andar estava meu MCM Roger à minha espera. Maroca nos deu algumas instruções, eu jogo todo meu charme pra a enfermeira e pego a chave do quartinho das enfermeiras.
Preciso dizer isso: eu e Roger precisamos URGENTE apreder a nos maquiar. Se não fosse Maroca lá não sei o que seria de nós. Luigi é um palhaço tão bonitinho, rapaz, mas eu consegui deixar ele com uma aparência, digamos... cansada.
Enfim, vamos subir a energia. Fechamos os olhos. Dou as mãos pros dois MCMs. Imagino as bolinhas lá dentro. De 1 a 10 nós contamos. De 1 a 10 minha energia subiu. Ao abir os olhos, foi-se embora todo o cansaço e desanimação das últimas semanas. Luigi não estava fazendo prova, não estava cansado, tava só dormindo esperando a hora de acordar pra trabalhar.
Saímos da sala e imediatamente seduzimos, digo, encontramos 3 moças (foto (by Maroca Maravilha)). Ali mesmo já tivemos momentos deliciosos. O riso sincero delas me alimentou de um jeito que não temos palavras.

Passamos pro quarto de um casal de senhores liindos! Seu Zé Melo e Dona Francisca são moradores do município de Sossego. Depois de alguns minutos de boa conversa e risadas, recebemos um convite de adoção por eles. #partiusossego
Seguimos e em outro quarto encontramos D. Odete. Ela não mexia os braços e falava pouco e bem baixo, mas seu olhar pegava fogo!! A outra menina que estava no quarto e as respectivas acompanhantes estavam muito animadas também, e estimulavam nossa interação com Odete. Ao final de brincadeiras e danças, D. Odete decidiu que ambos os palhaços lá atuantes eram namorados dela, tal como o maqueiro que tinha passado por lá mais cedo. Estávamos então envolvidos num quadrado amoroso com uma moça de 75 anos que dançava balançando o pezinho.
A equipe de médicos e enfermeiros nos forneceu jogos maravilhosos, especialmente nossas enfermeiras queridas: Aline Ceará (conterrânea do meu MCM Roberto É Oque) e Adriana Maranhão. Adriana, que afirmou estar estressada, cansada e com saudades de sua terra natal, recebeu uma massagem relaxante especial. Quase todos os profissionais que passavam entravam espontânea e momentaneamente no nosso jogo e percebi a vibe do local mudando.
Em determinado momento, uma médica me pediu pra tirar uma foto nossa, ao que respondi: "nananinanão!!! Você vai tirar uma foto COM  a gente!". Vi o sorrisão aflorar ao nos abraçar pra tirar a foto.
Continuamos e tivemos muuitos jogos interessantes. Cantamos e dançamos como uma dupla de cantores sertanejos (que por votação em 2 quartos ficou decidido que se chamava Luigi e Roberto (e não Roberto e Luigi) - os abençoados). Até confundido com algum ator de cinema fui. A tarde se estendeu com muitos encontros e sorrisos.
Já no fim, entramos no penúltimo quarto do corredor, onde uma carioca simpatissíssima nos fez dançar arrocha ao som de uma banda do Ceará (que Roberto conhecia e cantou junto). Ele nos pediu pra voltarmos no dia seguinte, que era seu aniversário. Dissemos que pediríamos permissão ao dono do hospital.
Finalizamos a atuação com uma ronda pelos quartos do corredores pedindo aplausos para nossa dupla sertaneja que com certeza fará um enorme sucesso futuramente!
Momentos "Peeeeen": não teve nenhum! Tiveram alguns sem muita abertura para o encontro, mas nenhum revés. Até uma moça com medo de palhaços apareceu! Tantamos promover uma interação de fora do quarto,mas ela não nos deu chances.
Queria dizer que é ENORME a gentileza de Roberto É Oque! Ele me serviu o protagonismo diveeersas vezes. Percebia a janela de oportunidade muito antes de mim e me jogava num espaço que sabia que a cartada seria aceita. Também subiu minha energia diversas vezes quando percebia que meu corpo estava relaxando. Agradeço muuuito a ele por isso,e tentei retribuir o máximo que podia. Espero muito ter conseguido. É um MCM fantástico!!!
Ao saírmos do quartinho depois de baixarmos a máscara e trocarmos de roupa, fiquei sem saber o que fazer com as pessoas que nos reconheciam no corredor. Suuuper sem graça e nervoso kkkk

Só queria dizer que tentamos tocar fogo naquela cocheira da terça feira, espero termos desenrolado pelo menos uma brasinha por lá. Mas dentro de mim, a atuação foi uma bomba de positividade e animação que me levou pelo resto da semana. CABUUUUUUUUM!!!!

Primeiro dia :))))

A primeira atuação começou bem nervosa e ansiosa. Antes de subirmos ao 7 andar do HC, nos encontramos e conversamos um poucos sobre nossas expectativas - eu, carequinha e laurete. No quarto dos enfermeiros, depois das lições pacientes de laurete sobre a maquiagem, a gente sobe a máscara! Primeiro desafio: a chave, carequinha decide que devemos entregar e aí partimos; logo no corredor, as pessoas aparecem e, apesar de já querer interagir com elas, partimos para entregar a chave. Na volta, já iniciamos uma brincadeira com um grupo: o corredor virou uma passarela. Vamos, então, ao primeiro quarto, um paciente, que eu já conhecia, com Down; apesar das altas expectativas por encontro, não houve! Saí um pouco menos energizado - Levanta! Continuamos procurando um encontro, a cada quarto que passávamos nada acontecia. Até chegarmos a um quarto de duas senhoras, depois de alguns minutos de conversa, o quarto virou uma pista de dança, carequinha tentava me ensinar a dançar e eu acabava seguindo as dicas dele bem literalmente (dois passos pro lado e dois pro outro como se estivesse escorregando, e eu escorregava no chão feito uma lesma, como se estivesse se coçando, e parecia um louco se coçando...), nisso as duas pacientes já estavam gargalhando. Aí quando tentamos um passo conjunto veio o acidente, mas o melhor momento do dia - chutei a canela de carequinha totalmente sem querer e da dor dele veio o riso de todos. Depois de tanta energia, continuamos. Entramos em um quarto bem familiar - de uma paciente que estou conversando para o relatório de dpp - me lembrava que uma das companheiras de quarto dela sofria de muita dor, eu só não sabia que aquilo acabava a deixando tão amargurada. Essa senhora, apesar de parecer entrar no jogo, nos tratou bastante mal a ponto de xingar, saí do quarto com a energia bem pra baixo. Continuamos e uma das mulheres do quarto onde dançamos nos chama de volta, mais dança! Dessa vez era pra a terceira companheira do quarto.
Continuamos entrando em outros quartos, em um deles um filme que passava numa televisão chamou mais atenção e, apesar de nos chamarem ao quarto, não houve encontro.
O saldo bom do dia para mim foi a capacidade minha e de carequinha de sintonizar as brincadeiras, conseguindo entrar no jogo do outro. Infelizmente preciso aprender a transformar a energia baixa de alguns pacientes em mais energia para mim, mas ainda é complicado. Também fiquei impressionado como nos momentos de maior expectativa nada acontece! :// Os constantes pedidos de fotos acabam também quebrando a dinâmica e a energia...
Já to ansioso pra mais heheheh :)))

Primeira atuação

Querido DB e pessoas do mundo todo (disseram que esse lugar aqui é internacional),

Aqui quem fala é Cambitinha Risofrouxo e hoje esse post vai ser sobre a minha primeira atuação no setor com as melhores companheiras do mundo: Margarida Falamuito e Amara Muitasléguas. Meninas, vocês são lindas, nossa sincronia foi algo que me chamou muito a atenção. Muito feliz de poder atuar com vocês.
Quando Brubs abriu a porta eu estava naquele estado de não ter a mínima noção do que fazer, mas eu aprendi uma coisa na oficina: se tiver com medo, vai com medo mesmo!!! E eu fui... E agora?
Fiz meu primeiro encontro no corredor com a mulher que estava tendo uma DR via whatsapp. Que fase! Entramos no primeiro quarto, o de Dona Israelita, muito simpática e arrasante mesmo após ter acabado de sair da cirurgia. No outro quarto achamos que não ia ter jogo pois o menino estava conversando muito concentrado no celular com e Seu Ozéas estava dormindo naquele momento. Decidimos voltar depois. No caminho para o outro quarto encontramos alguns enfermeiros, um deles queria cortar meu cabelo e o outro ficou soltando piadinhas pilombéticas (entendedores entenderão).
No corredor encontramos Seu Osmarino passeando com seu Soro Acompanhante, Dona Maria, ou melhor, Mary (lê-se Meuri) e dona Cila do abraço apertado danado de bom. Ela nos chamou pra entrar no quarto da mulher que estava acompanhando, confesso DB não ter gravado o nome dela, so gravei mesmo o quanto ela era carinhosa e simpática, agradeceu muito nossa presença naquele dia. Do lado dela estava Maria que veio de Londres, ou melhor loooonge! Ela não estava muito aberta, não sabia muito bem o que fazer pois não queria invadir seu espaço, mas conversa vai e conversa vem acho que acabei vendo um sorriso escapulir. Que feliz!
O penúltimo quarto foi o de Dona Mariana Amada, muito amada e sua querida nora, ambas me prometeram apresentar um vaqueiro arrochado de Trindade!! Mércia que estava na cama ao lado, estava acompanhada de Faraíse (esse nome vai pros MELHORES NOMES DO ANO da minha vida). Quando estávamos indo, pois as tias do jantar já estavam distribuindo os jantares, entramos novamente no quarto de Seu Ozéas que nem precisou falar muito para nos encantar, ele com certeza foi meu núcleo do dia!
Essa primeira situação mudou totalmente meu dia, estava numa vibe não muito boa, mas a partir do momento que subi minha energia pra atuar me permiti deixar aquele momento me modificar! Ainda bem!!! Foi um momento maravilhoso.
Situações difíceis: jogar pra pedir a chave

Qualquer ação com amor vale a pena.

Minha primeira atuação




Meu primeiro diário. Durante a semana não estava nervo para atuar pela primeira vez no HC, mas quando cheguei lá, quando vi a cara de Fefo e sua apreensão, tudo mudou. Fomos para o sétimo andar, era lá, no sétimo, onde iria acontecer e aconteceu minha primeira atuação. Encontramos nossa linda Lindovisora Laurete, ela com uma cara de felicidade, mas que não escondia a apreensão também. Ela até nos disse que estava se sentindo como na primeira vez em que atuou. Estávamos terminando a maquiagem quando surge o primeiro desafio; quem vai entregar a chave para a enfermeira que tinha acabado de nos receber de cara limpa? Pensei em algo e disse que iria entregar. Subimos a energia, subimos a máscara e PAM! Hora de sair do quarto e se jogar. Laurete se despede e partimos para entregar a chave, quando chego à recepção; cadê a enfermeira que nos atendeu? De primeira já percebo que não dá pra pensar em muita coisa nem combinar nada. Sempre vamos ser pegos de surpresa, teremos que dançar conforme o jogo for nos guiando. Depois disso, um corredor com várias pessoas nos olhando, percebo que somos bem vindos ali, todos sorriem e eu e Carequildo não fizemos nada até agora, começamos a cumprimentar quem por ali passava. Até que uma mulher pede pra desfilarmos, começou a interação de fato. Ela nos anima, desfila conosco. Depois mais uma mulher nos ver, pede pra tirar foto, brinca, dança... ufaa, a tensão que estava em mim no começo saiu e agora me envolvo nas brincadeiras. Partimos de quarto em quarto, logo um dos primeiros que a gente entra, um homem com down, olhei pra Fefo ele olhou pra mim, nós pensamos, “ vai ser massa aqui, ele vai querer brincar muito”. Aconteceu qualquer coisa menos brincadeira. O homem não queria saber muito da gente, seu acompanhante muito menos. Saímos com a energia meio baixa, confesso. Mas de lá saímos para procurar Gabriela, foi essa a palavra que o paciente nos disse. Conseguimos pegar algo dali e jogar ao nosso favor. A partir desse momento, onde chegássemos perguntávamos por Gabriela. Era nossa primeira forma de tentar uma interação, dava certo. Quando perguntávamos onde está Gabriela, olhavam e diziam que não sabiam e a partir daí outras conversas surgiam. Enfim,  entre vários momentos que passamos quero destacar dois. Um momento bem baixo astral e outro que foi o nosso auge, o nosso momento PAM. O baixo astral foi quando tentamos interagir com uma senhora que a primeira vista parecia querer a interação, logo depois parecia não querer mais, então quando íamos saindo ela disse algo que eu não escutei bem, mas parecia um xingamento. Fefo ficou bem pra baixo nessa hora, confesso isso não me mudou muito. Eu nem percebi direito o que ela havia dito. Ele me relatou que a energia dele tinha baixado depois dali, eu disse para seguir explodindo o olhar e a gente seguiu. Depois tivemos nosso momento PAM. Foi quando entramos num quarto com duas mulheres que pareciam não mostrar interesse por mim e por Fefo, mas foram só uns 5 minutos de conversas e brincadeiras que elas entraram no jogo. Percebi que elas sorriam com a dança atrapalhada de Fefo Carequildo, então passei a bola pra ele e apenas fiquei dando um apoio e o vendo fazer performances e mais performances. Foi quando a gente foi dançar juntos e sem querer batemos canela com canela. Na hora realmente doeu, mas as duas mulheres caíram num riso tão grande, que valeu apena aquela canelada. Sem mais delongas, era isso que eu tinha pra falar, Diário.  

Pra tudo tem primeira vez.

Bem, ontem foi a nossa primeira visita no setor.

Primeiro reconhecimento:

- Vanessa Vesgulina, vamos entrar de mansinho no setor de Oncologia e vamos reconhecendo o espaço, devagarzinho, se ambientando naquele que será nosso cenário. Em cada porta, palavras: superação, confiança, foco, fé, coragem, renascimento, esperança. E neste corredor, uma porta para um infinito de possibilidades.

Primeira socialização:

- Oi pessoal da enfermagem!! Tudo bom com vocês? Somos da palhaçoterapia! Qual o nome de vocês? Onde podemos nos trocar? Muito obrigada :)

Primeira pele/maquiagem do setor:

- Ai meu deus! Se troca, nem muito lento, nem muito rápido. Ainda aprendendo a se maquiar, tá bom? ainda não está do jeito que eu queria! ah, mas vai assim mesmo. Hoje é o primeiro dia.
Ahhh, ai minha barriga, tô com bolinhas com borboletas e tudo misturado.

Primeira  subida de energia:

 - Como vamos subir a energia? Ahh, vamos dar as mãos e contar até dez, como fizemos na oficina porque a energia de um passa pro outro. 1, 2, 3, 4...10: Sobe a máscara-objeto, explode o olhar!!

Primeira saída pra o setor:

- Vamos, vamos! Já vejo olhinhos curiosos querendo saber porque estamos lá.

Primeiro quarto:

- Capitão CFC, grande pescador em tempos outros. Estamos no mar, nos ensina a nadar? Temos que chegar na sua cama-barco. E o capitão CFC nos recebeu com um sorriso enorme, entrando no jogo, entrando na brincadeira. Como é o nome da sua cama barco? Que bom que fomos recepcionadas assim, com o olhar dele e o sorriso, porque isso no encheu de mais energia pra continuar a nossa saga. E ele nos propõe um desafio? Quantos ossos tem na mão?

Primeiro depois do primeiro quarto:

E vamos em busca da resposta. Encontramos a sereia Andreza, rica, grande empresária do ramo de peixes, disse que não sabia. O capitão Barba Ruiva e o capitão João disseram 5 e 10 ossos, respectivamente, mas não estavam tão certos da própria resposta. A Dona Regina, com seu fiel escudeiro e esposo, sentando ao seu lado firme em todos os instantes nos disse que não tinham ossos nas mãos. Maria, companheira de capitão José, sorria, sorria e sorria. Capitão Salviano, dono da cama-barco Belchior cantou junto comigo " Foi com medo de avião, que eu segurei pela primeira vez a sua mão..." e assim fomos levando o jogo, se jogando no vazio e descobrindo uma realidade paralela que nem sabíamos que existia quando chegamos.

Primeira atuação:

Primeira de muitas. A primeira impressão que tenho é que é preciso aguçar muito a sensibilidade para o encontro. É  preciso saber a hora de chegar, de sair, de se aproximar e de criar alguma outra realidade. Respeitar o espaço do outro é fundamental. Notei que quanto mais acreditava na realidade criada, mais eles entravam no jogo. Percebi que a energia às vezes queria cair, mas tinha minha MCM ao meu lado e olhava para ela todas as vezes que isso queria acontecer. E quando tinha algum amargor, por alguém que não queria entrar no jogo ou não olhava pra gente, eu tinha mais uma vez minha MCM.

E que venha mais!

Apenas começamos...





Encontrar o outro é encontrar a si mesmo!

Como descrever essa primeira atuação? Não sei, simplesmente, eu não sei. Acho que mágico seria a palavra mais próxima, mas ainda assim eu sinto que foi muito mais do que isso. 
Tive vários encontros maravilhosos, começando pelas minhas MCM's, que eu não poderia descrever de outra forma senão, dizendo que elas são perfeitas nas suas imperfeições. Subir a energia dessa vez foi diferente, afinal agora seria pra valer, e foi mesmo pra valer, foi uma das subidas de energia que você não consegue explicar como aconteceu, só aconteceu. Finalmente, Amara e Erica eram a mesma pessoa e as duas estavam prontas!
Meu coração batia forte quando entramos no primeiro quarto. Encontramos Dona Israelita e Josy, sua filha. Dona Israelita tinha acabado de sair de uma cirurgia. O que mais me chamou atenção nela? Seu sorriso quando chegamos, mesmo não podendo falar, ela conversava com a gente do jeito que podia. Naquele momento, eu percebi que não importa as circunstâncias, se houver o encontro, tudo vai dar certo. 
Seguimos em frente, tivemos muitos encontros maravilhosos. Encontramos Maria, ou Mary como ela prefere ser chamada, encontramos Faraíse (não tenho muita certeza se realmente era isso, mas era um nome bem faraônico), encontramos mais Marias e foram momentos únicos e especiais. 
O tempo passou voando e quando percebemos já era tarde, porém vou contar agora dois momentos que me marcaram profundamente. Primeiro, um senhora bem franzina, que não me recordo o nome, estava deitada em sua cama, com um olhar que eu chamaria de vazio, mas eu sabia que tinha alguém ali, sabia que a pessoa que estava ali precisava desesperadamente de um encontro, que é com profunda tristeza que digo que esse encontro não aconteceu, ela não estava pronta para nos receber e, é com orgulho que digo que respeitamos isso, nós respeitamos o seu momento. O segundo momento foi seu Oseias (não me recordo bem se o nome dele é esse mesmo - tenho problemas de memória). Ele estava dormindo quando passamos pelo seu quarto na primeira vez, na segunda vez ele continuava dormindo, porém dessa vez sua filha estava presente e abriu um sorriso enorme quando passamos pela porta do quarto, foi nessa hora que sabíamos que tínhamos que entrar, porque foi nessa hora que aconteceu um conexão. A filha acordou seu Oseias, ainda sonolento, ele foi abrindo os pequenos olhinhos e quando nos viu, aconteceu algo mágico, eu vi um brilho no olhar de seu Oseias que nunca tive o prazer de ver. Passamos um tempo com seu Oseias e sua filha e ao final, ela nos agradeceu por alegramos o ambiente e alegrarmos seu Oseias. No momento, eu não agradeci, mas o meu agradecimento fica agora marcado pra sempre em você, DB, muito obrigada seu Oseias pelo seu encontro, porque foi nele que eu me encontrei!


Não, não somos Patati Patatá!

Chegou o dia tão esperado, a primeira atuação, e seria logo onde? No setor que eu mais temia: PEDIATRIA! Tinha muito medo, medo de criar expectativa, medo de quebrar a cara, medo de não me jogar no vazio, nossa, quantos medos...

A ansiedade e o nervosismo foram os responsáveis por me acordarem naquele dia. Sentia necessidade de abraços, muitos abraços, precisava compartilhar minha energia exacerbada. Porém a cada encontro, eu ficava mais e mais ansiosa. Estampado em minha face havia um sorriso, este que estava misturado com alegria e desespero. Eu sorria com tanta força que meus músculos estavam doloridos e dormentes. Parece exagero não é, Emílio? Mas eu estava realmente desse jeito.

Chego no HC, encontro Nathi,, Amandinha, Môni, Tony, Paulinha (me diz o que é que eu façooo...), Tatá, Mano e Rai. As borboletas formavam um redemoinho dentro de mim ao mesmo tempo que um tsunami se formava em meu estômago, eu sinto que vou explodir! Mais abraços, mais alegria e... Mais nervosismo. SOCORROOOOO, ESTOU TENDO UM PIRIPAQUE!

Finalmente chegamos em Pediatria, minhas pernas tremem, encontro o olhar de Nathi, minha MCM. Me salva, Nathiiiii! Pele, maquiagem e, a parte mais importante, subir a energia. Demos as mãos e fechamos os olhos. Começamos a contagem: 1, 2, 3,... Ouço uma porta fechando atrás de mim, Môni havia nos abandonado! Volta aqui, Môni! 4, 5, 6,... Estamos quase lá, mais energia, mais energia 7, 8, 9... 10! LEVANTA O NARIZ E EXPLODE ESSE OLHAR! Angelina, chegou a hora, o vazio nos espera!

Como vamos abrir a porta? Devemos mesmo abrir? Ai ai ai, abre aí, Angelina! Tá bom, eu abro! Olho para o corredor (de alguma forma, o corredor parecia diferente, parecia ter surgido uma atmosfera de inúmeras possibilidades), nem sinal de Môni, mas que bandida (ai ai como eu to bandida)!!!Então, Angelina e eu demos as mãos e saímos pelo corredor olhando todos os quartos. Muitos, muitos e muitos encontros. 

Maria Vitória e sua família, que rapidamente entraram no jogo. Ela é dona de uma vasta herança e seus beijos consertam qualquer coisa e curam qualquer pessoa. Angelina teve sorte em ganhar um beijo dela.

Lara, que estava prestes a chorar quando a encontramos, tinha um carrinho que transportava shampoo, mas sua invenção era tão secreta que até hoje não sabemos para que serve. Ela nos deu 5 reais para que pudéssemos comprar nosso próprio carro.

Caíque estava com vergonha em nosso primeiro encontro, ficava se escondendo entre as pernas dos pais e sempre que dávamos um passo em direção a ele, este começava a rir e ia para dentro do quarto. Os pais deles insistiram para ele tirar uma foto com a gente, mas achamos por bem não forçar nada. Pode vir quando quiser, tá bom, Caíque?

No percorrer da nossa jornada pelo corredor, encontramos mais olhares: Robson, que agora pensei em chamá-lo de Augustus, pois sempre queria dominar o jogo; Tom e Jerry (não sabíamos os nomes deles) que atazanaram nossos juízos querendo tocar em nossos narizes o tempo inteiro. Além deles encontramos inúmeros pais, alunos, enfermeiros, médicos, auxiliares... Os enfermeiros e os auxiliares, todos muito lindos e sempre criando novos jogos, Fabíola e Isaias mesmo, sempre que podiam estavam com a gente. Os pais, por sua vez, ora estavam super empolgados com os jogos ora estavam super preocupados com suas crianças, sempre que podiam compartilhavam um pouco de sua angústia em estarem ali. Acredito que esses foram os momentos que mais precisávamos manter nossa energia alta, tanto para não correr o risco de cair como também para tentar passar toda essa energia para esses pais tão angustiados. Se alguém precisava de energia naquele momento, com certeza eram eles.

Voltamos a encontrar Maria Vitória, Lara e Caíque. Desta vez ele estava fora do quarto e parecia bem mais aberto, porém continuava muito tímido. Ele nos vendeu seu helicóptero por 4 reais! Saiu por menos de UM dólar, que pechincha! Mas logo em seguida descobrimos porque estava tão barato... Nosso meio de transporte não voava, apenas andava! E foi nesse momento que conhecemos Álvaro, ele estava disposto a comprar nosso helicóptero. Ele parecia ter gostado do meu cabelo, pegou nele inúmeras vezes e chegou até a colocar na cabeça dele, como uma peruca... Neste momento eu só pensava em: "Por favor, que ele não tenha piolho...". Álvaro nos salvou inúmeras vezes de Tom e Jerry, além de nos ter salvado das armadilhas escondidas no piso do corredor "Não pode pisar no piso branco, se você pisar você pode morrer", porém ele começou a querer ser nosso dono e ficava nos puxando pelo corredor.

De repente, Álvaro, Robson Augustus e Tom e Jerry (quatro demônios) se juntaram para pegar em nossos narizes, e foi aí que travamos uma batalha cruel e sangrenta, tivemos que usar nossa habilidade ninja para nos desvencilharmos de seus impiedosos e insistentes golpes. Estávamos indo bem até que Tom passou a me perseguir e eu, na minha tentativa desesperada de fugir daquele capeta, achei por bem me afastar dele. De repente ele me alcança e eu me vejo encurralada, preciso de ajuda! Angelina, socorro! Olho para trás e quando estava prestes a chamar pelo nome de minha MCM, percebo que ela estava cercada por 2 capetas. Ao olhar para mim, ela grita: "CHAYEEEENNE"! Preciso salvá-la!!! Não se aflija, eu estou a caminho! Eles nunca mais vão nos separar, Melhor Companheira Guerreira do Mundo (MCGM)!

Depois de muito sangue, suor e lágrimas, olhamos para a janela e percebemos que o Sol não mais se encontrava, tínhamos que nos apressar ou chegaríamos muito atrasadas para nosso baile. Quando começamos a nos despedir, eis que aparece Caíque. Ele se aproximou e disse que queria comprar o helicóptero de volta e nos ofereceu muito dinheiro, quase o equivalente à herança de Maria Vitória, não podíamos recusar tamanha oferta! 

Voltamos ao quarto para podermos nos arrumar para o baile. Nos sentíamos exaustas, porém muito, mas muito felizes. Que experiência linda! Enquanto tirávamos nossas peles, alguns capetinhas tentaram abrir a porta, nessa hora ficamos muito tensas! Quando saímos, o corredor parecia ter voltado ao "normal", como se aquela atmosfera de inúmeras possibilidades tivesse desaparecido. Os capetas perguntavam por Angelina e Chayenne, porém Báh e Nathi não faziam nem ideia de quem eles estavam falando, mas torciam para que um dia eles as reencontrassem. Nesse momento encontramos Lara:

Lara: Vocês vão pintar meu carrinho comigo?
Nathi: Mas agora nós já vamos embora.
Lara: Vocês voltam quando?
Nathi: Não sabemos...
Lara Mas eu queria que vocês pintassem meu carro...
Báh: Vamos pintar de roxo na próxima vez! Não, é melhor pintarmos da sua cor favorita, qual é sua cor favorita?
Lara: ROXO!

E então nos despedimos do setor, esperamos voltar muito em breve e que as próximas sejam tão incríveis como essa!