sábado, 14 de novembro de 2015

Energia!!!

Quando chegamos à enf. de pediatria para iniciarmos a atuação, percebemos um ambiente bastante diferente do esperado: um ambiente silencioso e aparentemente vazio. Fomos colocar a pele já com uma sensação diferente da que esperávamos. No primeiro quarto que entramos, uma criança bem nova que aparentemente tinha alguma deficiência, com seu tio, o jogo não funcionou tanto com o acompanhante, mas pareceu que nossa chegada e a simples troca de olhar com aquela criança a retirou de uma solidão, quietude e aparente desatenção do tio. Continuamos e, para mim, parte desse sentimento se repetiu: a maioria dos quartos ocupados por bebês necessitando de uma "saída" daquele ambiente hostil, apesar de muitos acompanhantes demonstrarem grande afeto por eles. Em todos eles, tentamos jogar com os acompanhantes, o que algumas vezes acontecia. Quando encontramos a primeira criança grandinha, ela já nos rejeitou e começou a chorar no colo da mãe, apesar da tentativa da mãe de iniciar aquele jogo. Continuamos, deixando a criança em seu espaço. No próximo quarto, uma adolescente passando por algum procedimento de muita dor, a tentativa de carequinha de ajudá-la foi incrível, iniciamos um jogo onde a maca virou um barco e ela nos guiava até a sua casa, ali perto: em alguns minutos a dor estava esquecida e ela já esboçava um sorriso.
Na continuação outra criança com medo do palhaço e um reencontro com o primeiro menino que havia chorado no colo da mãe: dessa vez muito mais disposto. Quebramos o clima brincando sobre a sua fralda pesada e iniciamos um jogo que durou o resto da noite: viramos homens aranhas com armas de laser, nos escondendo pelos espaços da enfermaria e mudando um pouco a dinâmica daquela tarde. No fim o menino não nos largava e a nossa entrada de volta para se trocar fez parte do jogo, era um portal mágico de partida! Quando já estávamos com a mascara abaixo e se trocando, o menino, por um deslize da mãe, abre a porta e nos flagra sem o nariz! Após o susto, continuamos por um tempo o jogo até que ele aceitasse nossa partida. Fico com o sorriso sincero daquele menino, que não esqueço mais. Fico também com uma vontade e necessidade de manter minha energia sempre pra cima, o que ainda é bem difícil.

Obrigado! :)))

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