Depois de transferir o dia da atuação dessa semana para sexta-feira, meu início de semana começou bem sem graça. :// Entretanto, foi necessária a mudança.
Posso dizer que os dias de espera foram proporcionais a minha ansiedade da atuação. Eu realmente estava sedento. Pedindo pra atuar ao longo da semana! O projeto vem realmente me envolvendo. :)
Minha ansiedade estava bem maior que a minha animação, talvez justificado um pouco pela semana difícil e cheio de preocupações e problemas. Ainda bem que a minha companheira estava dando cambalhotas de energia e animação! Foi importante iniciar a atuação tendo ela como referencial; acompanhá-la era a tarefa. Depois foi fácil! hehe O fluxo do corredor tava muito bom! Apesar de terem poucos pacientes na enfermaria da Nefrologia, cada quarto nos recebeu muito bem, cada um com a sua peculiaridade, nos exigindo sensibilidade para nos moldarmos as suas histórias e ao seu humor.
Assim que chegamos no 5º andar, encontramos uma senhora bem aflita no corredor, andando com pressa de um lado e pro outro, e isso nos chamou a atenção, logo ela nos confessou que estava nervosa, uma vez que seu marido passaria pela primeira na hemodiálise. Ainda sem máscaras, deixamos nosso apoio para a senhora. Sabíamos que poucos minutos depois nos encontraríamos em outra situação :)) Logo depois, fomos nos arrumar!
Inicialmente, tivemos que ser anunciados pela enfermeira para entrar na fria sala da hemodiálise. Ambiente quieto e tenso. Ilda, Rafael Gomes, Manoel, UFC, Vicente... Todos contando os minutos para para acabar logo com aquilo; entretanto foram únicos a nos receber e interagir conosco. Confesso que, em locais como esse, tenho mais dificuldades de me soltar, é preciso me inspirar mais na Maricota, ter mais delicadeza e mais tato são requisitos fundamentais.
Logo que saímos da sala de hemodiálise, vimos duas adolescentes nos observando, que depois se envergonharam e saíram correndo pelo corredor. Haha. Já já, iríamos nos encontrar! Antes disso, pedimos licença para entrar no quarto, laçando uma das acompanhantes, que jogou fácil conosco no início e contagiou os pacientes envolta. Aquele quarto encheu nosso copo!
Depois fomos no quarto onde as duas adolescentes se esconderam. Assim que chegamos, suas mães apontaram diretamente pro banheiro, onde estavam escondidas. Alegaram que tinham medo de palhaços. Mas esse sentimento foi passando ao perceberem que não éramos palhaços os quais elas imaginavam que fôssemos, e entraram nos jogos divertidos e emocionantes que aquelas lindas mães nos proporcionaram. Foram jogos do fluxo, e não da apelação. Guardarei cada uma nas minhas memórias e com certeza me encontrarei com elas no meus sonhos, como eu bem disse a elas. :)
Depois do turbilhão do quarto anterior, escutei gritos de choro, mas eu não sabia sua origem. Daí partimos para o próximo quarto, onde reencontrarmos aquela senhora antes aflita pela primeira hemodiálise do marido. Naquele momento, mais tranquila, ela nos recebeu super bem; entretanto seu marido estava mais desgastado pelo procedimento e não nos deu tanto bola. Isso nos mostra a necessidade de nos moldarmos aos pacientes e respeitar seu momento.
Por fim, encontramos o quarto de onde vinha o forte choro. Tive um pouco de receio para entrar, mas tentado pelo vazio, entrei. Para complicar mais, outra paciente entra aos prantos no quarto, queixando-se que sua família a deixou sozinha no hospital. Difícil momento. Nos ajoelhamos diante da última senhora, e nos solidarizamos da sua dor. Foi um momento único, quase desci o nariz. Quem segurou meu nariz foi justamente ela, com o seu reconhecimento, seu olhar e o seu agradecimento. Realmente, outro momento que estará presente nas minhas memórias e que desejo muito encontrá-la nos meus sonhos.
A atuação de ontem teve um sabor muito especial. Mesmo diante de situações da mais alta energia, como também da mais baixa energia, jogar-se no vazio para encontrar o próximo é uma experiência memorável. Quero mais encontros, quero mais memórias, quero mais sonhos. :)
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