quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Lourenço

Verdinho estranho, segunda foi meu segundo dia no HC! 
Como vem acontecendo nos últimos tempos, Tatá conseguiu não criar zilhões de espectativas ( na boa, fiquei com muito orgulho dela)! 
Ela se encontrou com Dudu, e juntos foram se trocar no pequeno quartinho da enfermagem. Quando finalmente estavam "prontos", eles se deram as mãos, e a energia foi saltitando. No entanto, verdinho preto, percebi que algo estava diferente... não soube a hora de tomar as rédias, sabe? Na minha primeira vez tudo me pareceu tão mais simples... Não sei se foi a enxaqueca de Tatá, não sei se foi comigo... juro que não sei... Mas não quis deixar meu companheiro esperando, sabe? E aí baixei em Tatá ( hohoho, It's a clown! - SQN, eu sei... mas isso daria uma boa história! Quem sabe um dia!?). 
Continuando... quando chegou minha vez, me senti como se não tivesse chegado. Tatá exitou em subir meu nariz, e eu simplesmente me omite de implorá-lo. Mas, mesmo com hesitação, ela subiu e eu surgi! 
Foi uma luta contra a não mequetrefisse... Mas tudo bem, a energia deu um pico, e tudo ficou bem!
Juntos, eu e Bang- bang saimos na nossa busca.
E quantos quartos lindos encontramos!  Quantas piadinhas/minibrincadeiras!
As coisas estavam correndo bem ( apesar da enxaqueca de Tatá). A energia estava lá em cima! O suor extravasava,  E NEM ESTAVAMOS NA METADE DO CORREDOR! kkkkkkkk Incrível!
A gente continuou nossa busca... Agora já tinhamos vencido mais da metade do corredor!!! (hahaha) 

Eis que entramos em um quarto diferente. Nele havia um frágil senhor, deitado sozinho na cama. Seu corpinho magro, todo encolhido em posição fetal. Seus olhinhos fechados... Fiquei atônica, apática... Na verdade nem sei se ainda era eu. E minha unica reação foi juntar minhas mãos e rezar. E para minha surpresa, seus olhinhos se abriram, e os vi encontrar os meus. Sem dar uma palavra, me aproximei, na verdade, mais uma vez, talvez não fosse eu... Mas me aproximei, e disse um fraco 'oi'. Depois de menos de 2 minutos de conversa, sem saber o que falar ou fazer, meu companheiro e eu fomos nos retirando. Os olhos de Lourenço se fecharam novamente, e sua cabeça encontou no travesseiro. Nesse encontro, ele entristecido balançou a cabeça em forma de não. Era como se negasse algo muito intimo, ou não acreditasse naquilo tudo... Meu coração se partiu. Mais uma vez fiquei atônica.
Mas meu Bang-Bang conseguiu me resgatar. E como? Sem notar minha intima recusa, ele entrou no outro quarto. E que bom que ele entrou! A energia daquele lugar era muito boa, E me fez brilhar o olhar novamente, sabe? Incrível!

Depois, saimos preparados para ir embora. Eis que uma enfermeira nos chama. E nos fala sobre o primeiro paciente que visitamos: Sr Manuel. Ela nos pergunta se ele foi muito agressivo, já que havia sido assim com todas as pessoas. Quando respondemos que não, ela se mostrou um pouquinho incredula. Mas logo nos agradeceu por termos ido.

Depois disso tudo, ainda descubro que um paciente que conseguimos alegrar um pouquinho, na verdade está em estágio terminal...

Tenho sorte de ter como companheiro alguém que, sem falar nada, não me deixa desistir! Obrigada, Bang-bang!

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