E ae Debêê!! Te escrevendo pela segunda vez esse relato pois o primeiro acerca desse dia foi embora no bloco de notas junto com a bateria do celular! Triste fim… Bem, eu estava com um misto de medo e expectativas para esse dia. A pediatria é meu xodó… com meus pimpolhos eu sempre me sinto em casa. Mas não fazia a menor ideia como seriam as coisas entre a ped e Dani Longuistrada… As pessoas não costumam gostar muito de atuar por lá… então estava bem temerosa sobre o que me aguardava, principalmente porque estava sem um pingo de energia pra viver quanto mais pra atuar. Mas como palhaço pronto é palhaço morto, fomos simbora. Encontramos de cara um boy jogando no celular.. no começo achei que ele dava cagando pra gente, mas timidamente após algumas palavras trocadas ele acabou desligando o celular e mesmo que do jeito vergonhoso dele, olhando pra baixo, nós o encontramos. Seguimos e encontramos ainda um baby com paralisia cerebral, que também, ao seu modo limitado, virou os olhinhos e a cabeça ao nos ver. Recebemos uma injeção de ânimo no caminho ao nos encontrar com o tio da limpeza, o matador de palhaços profissional, que quase nos jogou uma bomba. Nos escondemos no quarto de uma linda garotinha que nos abrigou. Quão grata - ou ingrata- foi a surpresa de já ter atendido aquela garotinha alguns meses atrás no ambulatório da endocrinoped. Recebemos altas dicas fitness dela, brincamos de pular corda imaginária e pega-pega em câmera lenta. Seguimos e nos deparamos com uma aula de dança TOP junto com as acompanhantes de um nenem bem debilitado que não podia nos ver, pois era cego. As acompanhantes nos ensinaram a dançar “quadradinho de 8” e “só da tu” de forma brilhante! Pena que somos mequetrefes demais para aprender a dançar como elas e nossas tentativas foram motivo de muita gozação hahahaa Depois prosseguimos com a nossa sina de nos esconder da guerra e das bombas contra os palhaços e acabamos tentando roubar vários nenéns fofuxos na jornada. Tinhamos 45 centavos para comprar os babys mas as mamis foram muito egoístas e nenhuma nos vendeu nem sequer um pedacinho de bochecha. Uma delas até nos prometeu uma foto da fofura mas acabou nem nos dando :’( No fim fomos convocados até para uma festa de aniversário da garotinha dona das botas estilosas da xuxa. Cantamos parabéns, viramos irmãos siameses e até cantamos “como zaqueu”! Viramos jurados do the voice e tudo. Quem diria… os palhaços foram do quadradinho de 8 aos pedidos a Deus de “me ensina a ter santidade” kkkkk é assim mesmo… na vida nóis dança conforme a música né, mores? Antes de terminar, tivemos um momento de brincadeira discreta com uma bebezinha de uns 2 aninhos… ela nem deu bola pra gente de primeira, nem sorriu e nem chorou. Mas após alguns segundos brincando de se esconder ela começou a esconder o próprio rostinho também. Ela não esboçava nenhuma reação facial diferente mas ela jogou com a gente e foi muito inesperado. Nessa atuação descobri que os encontros nem sempre são empolgados, nem sempre são barulhentos e nem sempre são animadores… mas eles não deixam de ser encontros reais e não são menos importantes. As vezes são até desconcertantes, desconfortáveis, mas são encontros e precisam acontecer. Para fechar com chave de ouro nada melhor que ir socorrer a enfermeira no quartinho que uma bomba havia estourado e e ela estava em apuros e acabar indo parar em outro quartinho que não havia ninguém para ser socorrido (e curiosamente nem nossos pertences para serem resgatados) kkkk Ops, quartinho errado… corre pra lá e pra cá pra achar o quartinho da vítima da explosão… ops… estamos perdidos! Pera, agora achamos! Crises de riso!
Um comentário:
A pediatria... Dizem que as melhores e as piores atuações são sempre na pediatria... Não sabia que tinhas esse afeto tão grande pelos pirraiaaaa.. Que incróvel, lindona!! Ahh, me emocionei bastante com esse relato do encontro de vocês com o menininho c PC.. Sabe, lembro que uma vez atuei c seu Kinhos, bem aí na ped também, e rolou um encontro também com uma criançinha com paralisia.. Ainda hoje lembro dos olhinhos e do sorrisinho de canto de boca!!! Que lindo que vocês tiveram o cuidado de olhar também para ele! E que maturidade, hein, dona Dani, na percepção de que nem todos os encontros são macro... Alguns são mesmo bemmmmmm micro e são também muito, muitooooo, especiais!! Beijos, Biazinha!!
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