sábado, 21 de outubro de 2017

Quinto norte: SOS, meus amigos fazem Contação de Histórias aqui.

DB,
Dessa vez, em casa mesmo eu já tava nervosa. Sabia que dois dos meus melhores amigos provavelmente iam estar na nefro para a contação de histórias. Eles iam conhecer Lagrimólia, SOS. Avisei logo a Marcelo que isso podia acontecer, mas que eu ia tentar não fugir. Vamo lá, né, DB? A gente sempre vai com medo mesmo.
Cheguei lá e foi inevitável dar uma olhadinha: nada de Carol e Marcelinho por aqui. Ufa!
Coloca a pele, coloca a maquiagem, sobe a energia com música. "Marcelo, bora subir o nariz diferente hoje?" Aí deu meio errado kkkkk. A gente se enrolou um bocado, nao subiu na mesma hora, a informação não foi exatamente entendida da mesma forma. Mas enfim, nariz posto.

O primeiro quarto foi uma festa. A gente entrou de penetra, não levamos presente e nem comida, mas fomos bem recebidos. Era da índole da festa receber bem. Recebia bem pré-adolescentes, adolescentes, palhaços, adultos jovens, adultos não tão jovens, uma senhorinha (que era a mais animada
)e um senhor, que acredito que fosse o anfitrião, mas nem tenho certeza pq eu era penetra hehehe. Chegamos perguntando de bolo e música. Quem já viu festa sem? O bolo ainda não tinha chegado, mas a música demos um jeitinho de arrumar. Como a festa estava acontecendo no dia das crianças, resolvemos começar por xuxa. E quem disse que a gente lembrava? Começamos um hilariê meio incerto da letra, mas que chamou atenção da convidada mais velhinha da festa, que se animou de uma forma que levantou e dançou com a gente. Cantamos outras músicas e aí, mudamos o tema para uma música infantil mais atual: MC Sheldon. O que está acontecendo com as crianças de hoje? Hahaha. Mas aí veio a contribuição da parte mais jovenzinha da festa; uma contribuição tímida que no máximo disse se conhecia ou não as músicas, e que ficava encabulada quando chamávamos para dança. Eles passaram a vez para um outro convidado, que tinha vários músicas no celular e a festa continuou. Depois de muita dança, a festa acabou quando os convidados começaram a ir embora porque já tava tarde, nós penetras, também fomos.

Saindo dessa festa, ainda em ritmo de dança, enquanto caminhamos no corredor, encontramos com quem? Isso mesmo, DB, com Carol e Marcelinho, meus amigos que eu morrendo de nervoso de encontrar, já tava certa que tinha escapado. Marcelo, meu MCM, notou na mesma hora, e claro que a primeira coisa que ele fez foi correr pra interagir. Vamos lá.
Eu nem lembro bem o que a gente falou no começo, só lembro que fiquei bem nervosa e que minha vontade era sair correndo (descobri depois com Danda que isso acontece com muita gente). Mas aí entramos no quarto, os quatro, e íamos tentar englobar todo mundo da melhor forma. Não deu tão certo no começo. A gente chegou para conhecer os habitantes daquele lugarzinho, os quais já eram conhecidos por eles. Chegamos um pouco mais perdidos, e logo de cara, perguntaram pra gente se podiam tirar fotos conosco. A gente topou entrar no book e, depois de um deslize que excluiu Carol e Marcelinho, a gente tirou nossas fotos. Não lembro tão bem a ordem das coisas, mas em algum momento surgiu o jogo. Um dos pacientes, o que pediu pra tirar as fotos, tinha
nos perguntado de outros três palhacinhos que tinham ido na semana anterior e que eram altos e magrinhos. Não deixamos passar batido na hora das fotos. Foi tirada mostrando que Marcelo não estava tão em forma kkkk. Quando fomos embora Marcelo reclamou disso e tentando se explicar, ele disse que lembrou deles porque eles eram muito engraçados e fizeram brincadeiras muito boas. “A gente é sem graça também? OUTCH” E aí foi isso, todo mundo tirando onda com a cara de Marcelo, dizendo que ele precisava fazer dieta tirando onda com a cara da gente, dizendo que éramos sem graça. Saímos reclamando e foi ótimo.

O próximo lugarzinho foi a salinha da hemodiálise. Não tínhamos certeza se podíamos entrar ali, mas perceberam nossa dúvida e nos convidaram. Daqui ficou marcada uma pessoa. A primeira nos foi indicada pra gente, ela mesma disse que tava muito preocupada, muito ansiosa. Enquanto a gente tava começando a conversar, chegou alguém pra examiná-la. Prontamente, comecei a examinar meu MCM do mesmo jeito. Tinha que imitar igualzinho. Depois disso a gente quis saber o que ela gostava e ela disse que queria aprender a dançar. “O quê? A gente dança tudo! Podemos dar aula pra você!” Primeira aula: TANGO. “Tem que ser intenso e com olhares penetrantes” “Agora vamo fazer uma pegada que tu corre, dá uma cambalhota, gira e termina abrindo escala!” “Certo, vou correr!” A bichinha ficou nervosa, achando que a gente ia derrubar tudo. Mas claramente uma cambalhota e um pulo podem ser feitos de várias formas e com várias interpretações. Próximo ritmo: SALSA. Lascou. Ninguém sabia. A gente deu uma tentadinha, disse que não sabia, e nos despedimos.

Stuff:
*Fiquei realmente nervosa encontrando Carol e Marcelinho. E teve uma parte que a gente ficou meio perdido, sem saber se tava invadinho o espaço do outro no quarto. Eu e Marcelo sentamos pra escutar eles começarem a contar a história, mas a gente notou que não ia dar pra ser assim durante o tempo todo, não sabíamos se era pra interpretar a história, enfim, acabamos indo embora e acho que foi a melhor coisa mesmo. Mas depois quando a gente foi conversar sobre a atuação, fiquei um pouco com a sensação de ter invadido o espaço.

* Deixando aqui o registro de como foi ótimo atuar com tanta gente num quarto só. No começo deu um nervosinho de como a gente ia dar conta, mas Marcelo começou desenrolando e daí fluiu e foi ótimo.

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