terça-feira, 10 de outubro de 2017

Décimo primeiro sul: cada quarto uma história

DB, tô te escrevendo bem atrasadinha, mas vou tentar lembrar o máximo.
1) Fomos eu e Marcelo bem independentes pedir a chave da salinha e perguntar sobre quartos em isolamento e tinham dois.
2) Fomos colocar a pele,  a maquiagem e subir a energia e tínhamos combinado de fazer tudo isso com música. E aí eu coloquei Elephant Gun,bem vibes oficina, e Marcelo me apareceu com MC Sheldon (hahahahha, melhor pessoa!).
3) Missão: devolver a chave sem sair do jogo - sapatinho de cinderela - mas não dá também pra virar muleta nos quartos.
Agora, sem tanta ordem.

Quarto de Dona Severina e Duda
Foi quase o último quarto. Duda uma adolescente e Dona Severina uma senhora. Duas celebridades. Tinham uber, comida, água, casa, televisão tudo de graça e só quem ganha coisas de graça é gente famosa. Dona Severina mesmo, estrela que é, nunca prende o cabelo. Não gosta. É daquelas celebridades mais reservadas, quando sua vizinha Duda quis tirar fotos com seus fãs, Dona Severina não quis aparecer de jeito nenhum.
Duda era daquelas celebridades mais abertas às entrevistas e às fotos. Capturamos várias de suas poses e ainda conseguimos tirar umas fotos com ela. Saímos em revista e tudo! Ficamos famosos com a fama dela e, claramente depois disso, não podíamos mais ficar tirando qualquer foto. Fomos embora desfilando, porque celebridade só anda assim.

Quarto de Seu Campos
Foi um dos primeiros. Aqui a gente teve uma sorte danada! A receptividade foi imensa e a gente ganhou o jogo de presente. Mas, calma, DB, tô me adiantando.
A gente viu de fora que eles estavam assistindo a novela. "Vamo jogar com isso?" adiantaram-se os pensamentos de dois palhacinhos. A gente bateu na porta, perguntou se podia assistir junto, e um homem sentado, perto da porta, disse que sim. Entramos, sentamos em cadeiras - não lembro bem se eram invisíveis ou se existiam msm - e íamos começar a fazer alguma coisa, quando um senhor, que estava deitado na cama B, levanta e diz "Peraí, tá tudo errado, podem voltar. Pra assistir filme aqui no cinema tem que pagar o bilhete aquele porteiro ali - apontou pro rapazda porta - se quiser pedir pipoca, pode falar comigo que eu ensino pra onde liga." WHAAAAT? A gente ganhou esse presente mesmo? Como assim um jogo com uma vontade tão clara? Vamo nessa! E aí a gente entrou no jogo, pediu pipoca pra garota da televisão, fiquei anotando o pedido do rapaz da cama A - que infelizmente eu não lembro o nome -, e quando vejo, Marcelo tá ganhando um autógrafo na camisa. Ele então, me explica, que ele é um parente distante de Eduardo Campos, e que aquele autógrafo é valiosíssimo e que a gente ia pagar todas as nossas dívidas do cinema com ele. Ficamos mais um pouco, demos uma letrinha do autógrafo de pagamento e fomos embora.

Quarto do PEM 
Esse eu não lembro tão bem, DB, mas lembro que tinha um senhor que parecia estar dormindo, a gente ia embora, mas sua filha sinalizou pra gente entrar, disse que ele tava precisando. Entramos. Fomos conversando, ele não parecia tão animado assim de conversar com a gente, mas fomos vendo. "O senhor tem filhos?" "Ele tem onze" - ela nos respondeu. "Onze filhos, quando vem todo mundo deve ficar uma festa aqui no quarto!". "Só quem vem sou eu, os outros moram pertinho, mas só quem vem sou eu." Eita. Mas aí veio o momento do PEM. Marcelo ficou insistindo um pouco em perguntar o porquê disso e eu notei que ela ficou desconfortável, mas aí, PEM, não consegui sinalizar pra Marcelo. Ela me olhou, pediu pra mudar de assunto com as mãos e aí, sinceramente não lembro direito, mas a gente mudou o foco. No final távamos falando sobre como conseguir paquerar tanto e ter tantos filhos, e saímos com dicas. Mas o momento do PEM ficou uma dúvida real. Como eu posso puxar meu MCM e mudar o foco quando tô percebendo que não é um bom caminho?

Quarto do não
Recebemos nosso primeiro não. A gente ia passando, ela virou o rosto. "Eita, acho que ela não quer."
Passamos de novo pra ter certeza. É, rosto virado. Depois do último quarto passamos mais uma vez, ainda era um não.

Quarto que Marcelo casou

A paciente tinha um pouco de dificuldade pra falar, mas ficou visivelmente satisfeita que a gente tava ali. Se encantou com Marcelo. Mostrou pra gente uma bíblia. Marcelo casou.

Um dos quartos do isolamento
Lembrei que alguém falou que tinha jogado da porta uma vez e aí a gente tentou fazer isso, falamos alguma coisa sobre a novela com o acompanhante, demos vários tchauzinhos pra paciente, e foi isso.

Mais um quarto com novela passando 
Eu lembro que foi pouco depois do cinema, então a gente já tinha jogado um pouco com isso. Mas acabou que foi muito diferente. Aqui a gente botou pra lascar em Nazaré. Denunciou ela mexxxxmo. Disse todos os spoilers e contou logo que ela não prestava. Saímos com a consciência tranquila de ter feito nosso trabalho de bom cidadão de não deixar as pessoas se enganarem com aquelas lágrimas de crocodilo.

Dificuldades e outras coisas:
* A hora boa de sair do quarto é sempre um desafio
* Terminamos o último quarto e aí encontramos Dona Severina no corredor, íamos tirar fotos, mas aí ela não interagiu, acho que nem notou, percebemos que o momento tinha passado e acabamos a atuação.
* Pedir a chave com jogo, acaba sendo sempre meio parecido. Devolver a chave depois, vestido com nossas roupas normais, é meio engraçado.
* Perceber e comunicar o PEM na hora
* Uma grande dificuldade: fazer as duas pessoas do quarto interagirem na mesma hora
* Quaro das duas senhorinhas, uma fazendo tricô (crochê?) e a outra contando dos netinhos. Muita positividade num quarto
* Quarto dos artistas, um dançarino de brega (na verdade de tudo), mas que não tava podendo dançar. E o outro desenhista.

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