sábado, 21 de outubro de 2017

Sétimo sul: em trio pela primeira vez.

DB, a gente acha que tá se acostumando e tal, e aí nem tinha batido o nervosinho pré-atuação ainda. Achei que já tava me acostumando em ir sem planejar nada, e a gente ainda ia ter uma conversa com Bru, pra falar como tava sendo e eu tinha toda uma listinha de dúvidas. Aí me chega Martinha, toda sapeca, dizendo “Olha o que tem na minha bolsa!” Ela vai atuar com a geeente. Olar, o nervosismo bateu hahaha. Na mesma hora vem aquela coisa na cabeça sobre ela ter mais experiência e que ia ser bom ver como é a atuação, e bate também aquela insegurança de “ai meu deus, e se a gente tiver fazendo isso errado? Como vai ser com uma pessoa a mais? Já tinha me acostumado com Marcelo”. Aí no caminho mesmo essas coisas são todas desfeitas porque vem o discurso de que não tem um jeito certo, de que ela não um é uma supervisora, de que ela só vai estar lá pra atuar com a gente, nada mais que isso. Ainda bem, né, DB? Kkkk. Mais uma vez essa fantasia que a gente tem na cabeça é quebrada quando eu começo a dizer as minhas dúvidas pra Bru e pra Tinha e as respostas são tipo “seja uma folha em branco”, “minha experiência não vai servir pra você”, “não é um exemplo a ser seguido”. Aff, que difícil isso de atuar. Mas ficou muito uma coisa comigo: “Não tente dar conta do quarto todo”. Era uma coisa que tanto eu quanto Marcelo sempre ficávamos ansiosos e tava sempre na nossa conversa pós atuação.
Albert, Lagrimólia, Esmeralda e uma mulher que tava cheia de malas com siri dentro. Ai, eu tenho medo de siri. “Vamo sair de perto dela?”
Nessa atuação aconteceu uma coisa que nunca tinha acontecido, a primeira pessoa que a gente foi falar, tava triste e chorou pra gente. A gente deu alguns abraços, disse pra ficar forte, pra ter fé, foi tranquila a interação, mas vem aquele impacto. A segunda pessoa que a gente encontrou também teve um quê mais pesado. Ela achou que a gente só tava ali pra fazer graça, a gente explicou que não. Demos um abracinho, beijinhos, acabamos encomendando pipoca pra um filme que ela ia assistir no cinema, e nos foi dada a tarefa de levar via encomenda um beijinho de cada na parente dela que tinha acabado de sair de uma cirurgia. Chegamos, entregamos o nosso pacote e nos foi pedido mais do mesmo produto por uma outra acompanhante do quarto. Foi uma sensação boa. Ainda no corredor encontramos duas senhorinhas, uma delas, acho que Maria José, já começou perguntando do marido dela, nos contou que casou numa outra ocasião que tinha vindo um bocado de gente vestida parecida com a gente. Hmmmmmmm. A gente não conhecia o marido dela, e ela perdeu o álbum de fotos do casório, mas conseguimos cantar a música do casamento e dançar uma valsa sentada, ao som de Detalhes (o início, que foi o que a gente lembrou) de Roberto Carlos, que ela não tinha conseguido dançar no dia.
Andando pelo corredor encontramos uma mulher que não podia rir. Ela tava caminhando, mas ela não podia rir. De jeito nenhum. “Mas a gente só queria caminhar contigo, a gente pode?” Ela tinha o riso frouxo. E aí ficou combinado que cada um ia caminhar pra um lado e a gente se encontrava no meio do caminho. Onde é o meio?
Achamos uma festa sendo montada e tentamos de todas as formas ser convidados. Uma festa vermelha e branca, que não era do náutico, pra comemorar a aposentadoria das colegas. Iniciamos uma lista de convidados e colocamos nossos nomes, disseram que era de 9h da manhã do outro dia. “A gente vem, viu?”
No próximo quarto já espalhamos a fofoca da festa. Festa boa é festa cheia de gente. E descobrimos que na verdade, aquilo já era preparativo pro casamento de Albert e de uma- mulher-com-nome-comprido-que-eu-esqueci. Teve cerimonia com daminha, gravação, música e quase que até noite de núpcias tinha. E adivinha quem tava de convidada? A mulher que não podia rir. E olhe, DB, que teimosa! Ria que só. A gente não entendia por quê. Mas ela ria, e ria mais. Saímos do quarto e ela levou uma bronca. Quem já viu rir tanto quando não pode?
Aleatoriedades:
*Em algum lugar no meio do caminho encontramos uma palhaça-panda. Ela tinha um panda de pelúcia, uma tatuagem de panda e até apelido desse jeito. Disse que tinha visto palhaço, a gente procurou e nem achou. Só podia ser ela, né? Ela admitiu depois e nos contou que era a palhaça-panda.
*Um dos funcionários fez um complô com Esmeralda e me deram um susto. Já viu isso, DB? Que absurdo! Kkk Mas achei bem feito que depois ele deu um susto nela também!
*A gente marcou uma viagem pro mesmo horário da festa. Eita! Passaríamos pela ciadade do abacaxi, depois pela cidade do feijão, milho e madioca, e depois a gente chegava no nosso destino.
* Encontramos um agente secreto que sabe ver a previsão do tempo. É só perguntar pra ele de qualquer lugar, que ele responde pra gente se vai chover ou se a gente pode ir pra praia. Que útil, né? Ainda bem que agora eu tenho um amigo assim.

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