domingo, 1 de outubro de 2017

Foi no forró e no jeito.

Foi na base do medo que entramos no setor. 

foi assim sem jeito e sem calma que chegamos no primeiro quarto, junto ao primeiro olhar, na primeira fala. Na prática o nariz ajuda, a maquiagem encanta, mas o palhaço continua sendo eu. EU severino de mim. Eu sem mudança, sem coisa nenhuma. não é fazer rir ou fazer graça, trata-se de querer encontrar com a alma. trata-se, antes de tudo, de viver dentro de meu corpo perante outros corpos em um canto do mundo. O palhaço é um animal sem passado ou futuro. É uma criatura nascida do instante, que acabou de nascer, um infante imperfeito que só se presta pra o agora. Se demorar estraga, se apressar azeda. Fui palhaço sem querer, sem me aperceber, sem nada no fim. 

Severino não está aqui, nesse momento já estamos no passado, ele não pode existir. 

LISTA DE ENCONTROS ( instantes cristalizados em palavras enviados para o futuro)
- Seu Amâncio 
- Mary
- Dona Maria (e seus olhos tristes)
- A morena do dominó (mulher que só gosta de jogo sério)
- Mary Help (mãe acostumada dos meus companheiros)
- O homem do sorriso e do iogurte (os olhos estavam cinza, mas ele sorriu sem medo)
- Menina Facebook (os olhos se acovardaram, mas o corpo se fez presente)

"Somos muitos Severinos 
iguais em tudo e na sina: 
a de abrandar estas pedras 
suando-se muito em cima, 
a de tentar despertar terra 
sempre mais extinta, 
a de querer arrancar 
alguns roçado da cinza."

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