sábado, 14 de maio de 2016

UMA SAGA DE GIGANTES – Eps. VII – O Curioso Caso das Buchudinhas de Coração Duplo – 10/05/2016

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E cá estamos de volta, Meu Estimado Diário de Bordo! Já peço desculpas pela última postagem, DB. Ela seria o eps. VI da nossa aventura. Fui infinitamente mequetrefe. Mas dessa vez, vai dar tudo certo! Kkkk

Mais um capítulo da nossa singular Saga de Gigantes se inicia! O eps. VII!!!

Seeeentaa, que lá vem história!

Novamente, MoraLonge e Máximus entram em ação! Mais uma vez, nos jogamos no vazio! E encaramos o infinito de possibilidades que nos aguardava. Sim, essas frases são batidas. Mas extremamente verdadeiras, e nunca me canso de repeti-las. Kkkk

Aonde iriamos dessa vez? Ao lugar que estávamos aguardando ansiosamente há duas semanas. COB. Guga e eu havíamos conversado sobre o quanto seria engraçado atuar no COB à tarde e, à noite, meu MCM assumir o posto de monitor de obstetrícia. Seria muito curioso observar a reação das mulheres reconhecendo-o ou tentando lembrar de onde o conhecia. E finalmente, chegou a vez do COB ser invadido por dois gigantes.

A PEREGRINAÇÃO

Nos arrumamos no quarto dos residentes. Subimos a energia. E abrimos a porta. De imediato encontramos uma moça e passamos a caminhar com ela. Estava indo consertar a geladeira. Geladeira esta que estava completamente vazia, pois descobrimos que as mulheres sentadas à mesa comeram tudo. Gulosas.

Por que chamei nosso início de peregrinação? É simples. A distancia entre o quarto dos residentes e o COB era considerável. E a tensão pelo que poderia acontecer durante esse longo trajeto me deixava energizado. Talvez o fato de não ter ocorrido nada demais no percurso, o tenha feito parecer mais longe ainda. Kkkk

BUCHUDINHAS DE CORAÇÃO DUPLO

Enfim, chegamos ao COB! Aplausos!!! E de cara nos deparamos com dois homens sentados na recepção. Perguntamos se eles estavam grávidos e o que estavam fazendo ali. Após os devidos esclarecimentos, descobrimos que um era o pai de Adriana (não tenho certeza do nome) e o outro um amigo que veio ajudar. Nos espantamos com a quantidade de malas que trouxeram.

“Viemos de mala e cuia!” Disseram.

Fomos então enviados para descobrir porque Adriana não queria nascer. Seu pai já estava impaciente. Kkkkkk Mas antes, invadimos uma sala em busca de WIFI. Mas as enfermeiras que lá estavam desconheciam a senha.

Porta laranja, bem orangina! E adentramos no COB de fato. Surpresa. Eis que o inevitável acaso que tanto esperávamos se concretizou. Nossa MCM Laurete estava lá para nos recepcionar e dar aquele up na energia!

E então ela veio com seu sonar doppler checar nossos corações.

“Isso é o batimento de um coração apaixonado.” Falei

E Jason e eu ficamos marcados por gel no peito. :D Curti demais nosso início lá dentro. Até porque foi isso que deu margem ao jogo seguinte. Encontramos uma buchudinha encostada na parede em pé,  conversamos um pouco e perguntamos se já tinham colocado aquele aparelho nela.

“Sim. Já colocaram.” Respondeu.

“Onde?” Perguntamos.

“Aqui.” E rindo apontou para a barriga.

Ficamos intrigados com aquilo. Se o aparelho servia para checar as batidas do coração, por que colocaram na barriga dela? Perguntamos a ela. E então chegamos a seguinte conclusão: ELA POSSUIA DOIS CORAÇÕES! Um no peito e outro na barriga!!!

“Tem muita gente aqui assim com dois corações?” perguntamos a ela.

“É o que mais tem.” Disse.

Infelizmente a minha memória para nomes tem me decepcionado bastante nos últimos tempos, e não me recordo de quase nenhum dos nomes duplos que caçamos. Sim. Saímos em busca de bebês com nomes duplos. E era o que mais tinha. João Victor, Lorrane Sofia, e muitos outros.

Sentadas lado a lado, vimos duas futuras mães, usando o mesmo vestido e perguntamos se elas tinham comprado na mesma loja. Só depois entendemos que era a roupa de paciente. Que burros nós somos.  Mas na verdade o que chamou nossa atenção foi o fato de estarem sentadas em cadeiras e não em camas. As bixinhas ainda tavam na fila de espera das camas, coitadas. Uma era mais tímida e calada, enquanto a outra era bem desenrolada e bastante conhecedora das manhas de ser uma grávida. Com ela aprendemos que chocolate e agua gelada faz o bebê abrir as pernas na barriga. O que facilita o reconhecimento do sexo na USG.

Com outra mãe, aprendemos que às vezes é bom engolir um celular para se comunicar com sua filha na barriga pelo whatsapp. Ruim é quando essa filha não gosta de comer batata frita, chocolate e outras coisas gostosas, mas é uma menina saúdável, e so deixa a mãe comer feijão, arroz, macarrão... kkkkk

Pior ainda é quando a mãe tem o bebê e ao ligar para o marido, descobre que ele esta perdido e não sabe como chegar no 4º andar do HC. Nós, é claro, tentamos ajudar.

Também esbarramos várias vezes com as tias das tocas charmosas! Era um verdadeiro desfile de moda!

Com uma acompanhante, descobrimos que as gravidas entrava na sala e iam para a mesa!

“E pra que? É pra jantar é?” Perguntamos.

“Nãão. Entram na sala de cirurgia e deitam na mesa de parto!” Explicou.

Mas não tinha mais jeito. Se entendemos que as mães entravam na sala e deitavam na mesa de parto, era para jantar. E então vimos uma enfermeira levando os talheres para o jantar. Depois ainda a vimos trazendo os talheres sujos.

Com a mãe de Lorrane Sofia, saímos no lucro. Ganhamos um aprendizado para a vida e que poderemos usar em muitas cantadas:

“Nós somos como leite e café. Um completa o outro.” Disse ela, explicando sua relação com a irmã de criação que a acompanhava.

Ficamos maravilhados com a declaração. Recitamos a frase algumas vezes e a parabenizamos pelas sábias e belas palavras.

Conhecemos também a mãe troladora. Sim, ela nos enganou. Chegamos, brincamos, conversamos, mas até então não sabíamos o nome dela. E ao perguntarmos a ela, uma enfermeira lá do corredor gritou por uma tal de Cristina (também não tenho certeza do nome, e acho que não era esse, mas foi o que me veio à cabeça kkk). E então, nossa mãe troladora respondeu:

“Olha aí. Sou eu. Cristina.”

E de bestas nos fomos avisar à enfermeira que Cristina estava lá naquele quarto. Quando a enfermeira chegou, constatou que ela era outra paciente e foi embora. Espero que não tenha ficado com raiva da gente. Kkkkkk Mas rimos muito ao descobrir que fomos enganados. Ainda ganhamos uma pastilha de brinde.

E a medida que seguíamos em nossa aventura, mais nomes duplos surgiam. E até uma Avó Neta nós encontramos! kkkkk  

Também presenciamos a quase chegada do Rei Arthur, que vinha para tomar posse de seu trono no reino de São José da Coroa Grande, onde, claramente, uma enorme coroa o esperava.

Descobrimos que seu Severino anotava tudo que acontecia, e conhecemos a vigia que observava quem entrava e quem saia do recinto! Ninguém passava sem que ela visse. Tinha olhos atentos como uma águia! E o charme? Nem se fala! Toda elegante.

Foram muitos encontros. Uns mais breves, outros mais demorados, mas todos únicos e incomparáveis. Ás vezes as dores do parto podem virar gargalhadas. (Mas em outras ocasiões, é melhor não rir, senão a dor vai ser maior ainda kkkk).

E nossa querida Laurete, sempre presente. Lindonaaa!!!

Após uma ultima volta, fomos nos despedindo e fechamos arrancando um sorriso de uma tia enfermeira que “não estava com tempo nem paciência para conversar besteira”.

“Que bom que não viemos conversar besteiras!” Disse MoraLonge.

E a ganhamos ao perguntar se já era mãe.

“Já sou avó!” Disse com orgulho.

E então desejamos um Feliz Dia das Mães atrasado em dobro pra ela e um bom trabalho. O agradecimento final envolto no riso selou nossa atuação.

Mas calma!!! A atuação não acabou ainda! Para nossa surpresa a mãe de Adriana encontrou o marido lá fora e estava caminhando pra ver se a bebê saia logo. E Jason e eu ficamos pensando em como poderíamos acelerar a vinda de Adriana. O pai sugeriu que a mãe começasse a pular de perna aberta. 
Nós sugerimos que ela ficasse subindo e descendo no elevador. Mas nenhumas das alternativas pareceu agradar ou demonstrar alguma chance de êxito.

NO CAMINHO DE VOLTA.

Já no caminho de volta, e já estando fora do COB, mas ainda atentos ao que pudesse surgir, esbarramos com o pai perdido que enfim havia encontrado o 4 andar. Ele tinha acabado de visitar seu filho no berçário.

E ao passarmos pela frente da UTI NEO, um doutora saiu e ficou feliz com nossa presença. Disse que o filho dela também tinha um nariz vermelho como o nosso! E descobrimos que ele só podia ser um parente nosso!

“Ele deve ser nosso primo!” Disse Jason.

“E a senhora deve ser nossa tia! Tiaaaaa!” Falei ao abraçar nossa tia recém-conhecida.

Antes do quarto dos residentes, ainda vimos, a mesa azul em que só homens de azul podiam sentar. 
Como eu era laranja e Jason era vermelho e branco, fomos embora.

É isso, Meu Estimado Diário de Bordo! Mais um episódio concluído e registrado para a posteridade. Tenho que trabalhar mais minha memória para nomes. E fiquei muito curioso para saber como foi o plantão de Guga logo após a atuação! Kkkkk


A Saga de Gigantes continua. Nos vemos na próxima. Até mais.

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