Mais uma atuação, mais um
momento de encontrar o incerto e andar por entre pessoas que eu vejo pela
primeira vez. A atuação em si não é novidade, mas as reações, as histórias, os
olhares, tudo isso é e parece que sempre será. Essa semana foi a vez de andar
ao lado de um novo MCM, uma nova melhor companheira do mundo. Na verdade, eu já
havia atuado com Danda em um outro momento, pra quem duvida, existem filmagens
que comprovam. Mas andar pelos corredores só eu e Vesgulina, isso foi inédito. Nada
melhor do que começar na tão amada e temida Pediatria. Chegamos e fui logo
dizendo, aqui é massa! Gostei muito de ter passado por aqui! Minha MCM que parecia bem ansiosa para atuar
pela primeira vez ali, se mostrou ainda mais ansiosa depois das minhas
palavras. Não sei se foi uma boa ideia eu ter dito aquilo, mas tudo bem. Subimos
a energia, tentamos nos preparar para o que vinha. Primeiro encontro, a
interação não rolou. Segundo encontro, a interação ainda estava bem fraca quase
parando. Não havia muitas crianças e as que ali estavam não estavam se
mostrando tão interessadas em brincar, até pareciam, lá no fundo, quererem algo,
mas o medo e a vergonha falavam mais alto. Foi aí que eu pensei, “realmente não
foi uma boa ideia eu ter aumentado a expectativa de Danda para essa atuação”. Mas
pensando bem, não existe algo mais normal, nessa nossa situação Clownesca, do
que o momento da amargura, da queda. Porém, existe o lado bom do Clown, são os
pequenos momentos, os pequenos gestos. Foi num desses momentos em que a gente
se sente tão bem que dá vontade de congelar o tempo, que eu pensei: “aqui é
massa, aqui é mágico”. Eu e minha
companheira Vesgulina nos deparamos com uma garotinha que estava muito
debilitada, que não conseguia se quer levantar o olhar para nos ver melhor. Mas
cada riso que ela dava, cada sinal de felicidade que ela transmitia, me deixavam
com uma sensação de leveza, de tranquilidade. Foi com essa sensação que
partimos para outros quartos. Agora que eu estava massageado pela felicidade da
garotinha, o que vinha pela frente vinha com menos peso. Acho que era isso que
estava faltando em nós. Encarar os desafios com a leveza que aqueles momentos
mereciam. Depois disso, a caçada aos fantasmas, as patrulhas e as rondas pelo
corredor, comprovaram nossa tranquilidade naquele momento. Por fim, uma criança
que não se cansava, nos presenteou com toda sua energia, haja energia. Brincamos
de disparar laser, de fazer armadilhas, de se esconder e até mesmo de disputar
Vesgulina, pois o garotinho energético não queria deixar a minha MCM ir embora.
Foi aí que eu pedi a ajuda de uma criança que não quis saber de mim logo no
começo da atuação, mas naquele outro momento ela veio pegou no meu braço e me
ajudou a ganhar a disputa por Vesgulina. Afinal de contas, eu jamais iria
embora e deixaria minha MCM para trás.
Por hoje é isso, DB. Boa noite e até a
próxima.
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