sábado, 19 de novembro de 2016

Dia 100sacional! ❤

Olá galeriiis

Esta semana houve um imprevisto e acabamos atuando na quinta-feira, fomos para o 10º andar, sul. Para não perder o costume, eu estava um pouco nervosa. Mas, tudo sob controle. Fomos nos arrumar no quartinho da enfermagem e, detalhe, não tinha água. “Então, já sabe o que vai acontecer se errar a make, né?” Pensei! Enfim, deu tudo certo. Quando estávamos já concluindo para começar o processo de subir a energia, adivinha? Chegou um enfermeiro no quartinho para trocar de roupa. “E agora? Como vamos subir a energia?” Solução: Subir energia no banheiro. E foi assim que a energia subiu. Ser palhaço é também dominar a arte do improviso e saber lidar com o imprevisível. Bem, parecia que havíamos aterrissado na sonífera ilha porque quase todos dormiam. Encontramos a linda mãe jovem de 42 anos, que mais pareciam 24, e que acabara de chegar à enfermaria após um procedimento cirúrgico, quer dizer, de amor. Ela havia retirado um rim para doar ao seu filho de 24 anos. Que coisa mais linda!
Encontramos o senhor simples e carismático que mora na cidade da pipoca gravatá, seu Edgar. Ele era muito fofinhooo! Outro encontro do dia foi com “Acompanhante”, como passei a chamá-la. Ela entrou rapidamente no jogo, e uma das que mais interagiu conosco, porém foi bem desafiadora. Em determinados momentos, parecia que a situação fugia do nosso controle e o jogo corria o risco de deixar de ser jogo. Acompanhante passou a chamar Ursulina de “mainha”, referindo-se à sua tatuagem e nos levou de cadeira de rodas para passear pelo corredor. Estava no hospital acompanhando seu pai, cujo leito se encontrava na mesma enfermaria da pessoa mais encantadora daquele setor, era seu Hermínio. Até agora não sei explicar bem o que aconteceu, mas este senhor me cativou. O encontro com ele foi o melhor momento do dia, para mim. E provavelmente, o melhor da minha semana porque até agora ao recordar dele, meu coração se enche de afeto... como eu gostaria de voltar a vê-lo. Ele transbordava alegria ao nos ver... eu me senti tão acolhida, que sensação incrível. Carinhosamente ele me apelidou de Quiqui e pediu para tirar fotos. Concedemos a permissão e não é que seu Hermínio é um bom fotógrafo?!  

 
Depois, ele queixava-se de dores. Havia feito uma cirurgia e mencionou que estava sendo difícil a recuperação, muito dolorosa. Apesar disso, entre um sorriso e uma queixa de dor, permanecia firme e forte, sem desanimar. Dirigimos a ele palavras de apoio e encorajamento e nos despedimos. Fomos chupar laranja no quarto secreto. Depois que nos despedimos de todos, fomos nos trocar. Por fim, retornei ao leito do senhor Hermínio para pedir as nossas fotos que ele havia retirado. Eu não estava mais como Quiqui, mas fui recebida tão bem quanto, e o meu sentimento por ele era igual, afinal, eu e Quiqui somos a mesma. Conversamos por uns minutos, o suficiente para admirá-lo ainda mais. Ele me contou um pouco de sua história e se despediu de mim com um beijo na mão e dizendo: “Eu amo muito vocês!”

Como cada novo encontro, estes traziam dentro de si o inesperado. Foi um dia lindo. Percebo que há, de fato, um propósito em tudo que fazemos. Os maiores recompensados somos nós mesmos porque é indescritível a sensação que permanece depois de um dia desses. Mas, não vamos nos preocupar em entender tudo, certo? Porque, como diz Clarice Lispector em um de seus escritos, “viver ultrapassa qualquer entendimento” e eu estou satisfeita com isso! 

Beijos, 

Quitéria Pinguinho 

Um comentário:

Muri disse...

- meu deus, que coisa linda essa mãe...
- quiqui <3
- AMEI a foto!
- que vontade de colocar seu Hermínio num potinho
- to amando as atuações de vocês...