sábado, 19 de novembro de 2016

Muito Obrigada!

Encontrei-me com Melca para nossa quarta atuação. O medo, a ansiedade e o frio na barriga ainda estão em mim. Acho que nunca vou me acostumar a ir para as atuações: a dúvida sobre o que ocorrerá no setor sempre vai existir.
Enfim chegamos ao 7° Sul, fomos nos trocar e conversamos bastante sobre as atuações. Superar a timidez e se jogar no vazio têm sido um grande e maravilhoso desafio para nós duas. Além disso, tivemos um grande obstáculo: Melca esqueceu as lentes. Nessa atuação eu teria a responsabilidade de conduzir minha MCM míope. Confesso que fiquei morrendo de medo, mas no final das contas esse desafio foi superado e auxiliou bastante nossa entrega no setor.  Nos alongamos enquanto rimos dos nossos ossos estralando... subimos a energia e entramos no setor. Encontramos uma senhora que nos entregou um mapa que indicava dois caminhos: o do bem e o do mal. Saímos pelo setor buscando informações sobre o melhor caminho a seguir e realmente fomos feitas de bobas indo de um lado para o outro. Depois veio o melhor: uma paciente nos disse que no caminho do bem havia pipoca, pula-pula e algodão-doce. Precisávamos encontrar isso!! Não demoramos a encontrar outras interessadas em achar esse tesouro. Nesse jogo acabamos interagindo com várias pessoas do setor ao mesmo tempo. Fiquei surpresa com a quantidade de pessoas que estavam envolvidas naquilo, algo que transpassava os limites dos quartos do setor. Enfim veio a denúncia: a moça da limpeza tinha comido o bolo!! Fomos atrás dela para pegar nosso bolo de volta... sugerimos fazer uma cirurgia para retirar o bolo da barriga, mas a danada além de desdenhar de nós ,fugiu dizendo que ia roubar a Coca-Cola também (ela estava com um copo de café na mão kkkkk). Ficamos então com o desafio de achar o danado do bolo. Saímos para procurar no quarto ao lado, onde encontramos uma senhora que estava com muita dor. Ao nos ver ela não hesitou em dizer que éramos lindas e que gostava muito dos palhaços. Agradecemos e ficamos muito sem graça, mas conseguimos seguir com nossa busca por comida. A senhora riu bastante e disse que sentia muito dor quando ria, mas que não queria que nós saíssemos de lá. Nesse momento Melca disse a ela que ser bonita doi, por isso que ela estava assim. Começamos outro jogo sobre nossas dores de beleza, a minha era no pé e a de Isolda era no corpo todo (se acha). Depois tiramos uma foto exibindo nossas dores de beleza e concluímos que o acompanhante da senhora não sentia dor em lugar algum. Ele ficou revoltado e disse que nós merecíamos ao invés de bolo, um prato de fígado acebolado (x.x). Antes que nós pudéssemos sair do quarto a paciente nos agradeceu e disse que sentia muita dor quando entramos lá, mas que agora ela estava com um sorriso no rosto e que a dor dela não importava mais. Isso me marcou bastante e eu senti muita gratidão por estar ali naquele momento.
Muitos pacientes estavam saindo para fazer exames naquele horário, percebemos o que se passava: eles estavam indo pra uma festa usando aquilo de desculpa... Ninguém nos chamou!! Uma paciente nos disse que o ticket para entrar na festa era pegar uma carona na cadeira de rodas. Fomos procurar pelo ticket e encontramos uma moça que estava no esquenta para a festa ouvindo um brega na TV (Melca dançando brega <3), mas ela também não nos deu o ticket de entrada. Nessa hora vinha um maqueiro com carona disponível. Rapidamente fomos atrás dele, mas ele fugiu de nós muito rápido e já no fim do corredor zombou da gente porque perdemos a carona. Na volta encontramos um pobre rubro-negro, todo elegante esperando carona para a festa. Ele também fora excluído da farra!! Antes de sairmos do quarto desse rapaz ele nos agradeceu e disse que gostava muito do nosso trabalho (<3).  Depois encontramos no corredor um grupo de visitantes que vieram energicamente em nossa direção. Tiramos algumas fotos com eles e após a foto percebi que um dos homens estava mal intencionado e queria me dar um soco. Nesse momento ficamos nos desafiando em posição de luta, ele claramente me provocando. Como eu não conseguiria sozinha, Melca veio para me defender e ele medroso escapou de nós (afff... a raiva tava lá em cima!  Projetei taaanto aquele soco). Notei que a mulher que o acompanhava tirou várias fotos da nossa luta e depois me abraçou com muito carinho ao se despedir. Seguimos pelo corredor, até encontrar nossas colegas que ainda esperavam o bolo. Elas ficaram com ciúmes e exigiram uma foto também, Melca inclusive ofereceu autógrafo (depois de tantas fotos cobraríamos cachê pra quem fosse nos fotografar). Passamos mais algum tempo no setor, mas como não conseguimos ir a maldita festa chamada “exame” resolvemos ir pra nossa casa... entramos no vestiário, baixamos a energia e sentimos uma grande satisfação por aquela atuação. Conseguimos manter o jogo sempre alto e tudo fluiu muito bem. Foi maravilhoso!!
Gostaria de utilizar esse DB para agradecer aos meus MCMs pelo trabalho incrível que vocês fazem no setor. Todos os elogios e agradecimentos que recebemos nessa atuação é o resultado do trabalho de todos vocês. Muito obrigada! E às pessoas que nos disseram “obrigada” hoje: eu que sou grata por eles estarem tão abertos ao jogo e por nos receber com tanto carinho. Muito obrigada!


Um comentário:

PERTO - Palhaçoterapia UFPE disse...

Liiindaaaaa

<3
Bj,
Severina Disparada