Melca não foi atuar com a gente de novo. Aparentemente ela não
vai mais se manter no projeto, ficaremos eu e Kinhos. Só chegamos a atuar
juntas 1 vez, mas vou sentir falta de ter ela semanalmente comigo (a faculdade
tá tão corrida que a gente nem se vê sempre).
A tarde começou com uma bela conversa com Kinhos que durou
desde o momento que nos encontramos até a hora de subir o nariz. Isso também
rolou das outras vezes...felizmente, me parece que tá virando rotina. É muito
bom saber o que tem acontecido com ele e também compartilhar um pouco de
mim...entrar em sintonia antes de atuar. E mais uma vez atuamos na enfermaria
de nefro, um setor que já tem todo um carinho da minha parte.
A tarde foi recheada de momentos muito especiais! Primeiro
que na hemodiálise rolou toda uma vibe com as máquinas de hemodiálise. De uma
certa forma foi um jogo que carregamos de paciente em paciente, mas a ideia que
ficou foi que há uma relação de amor e ódio dos pacientes com aqueles robôs
filtradores de sangue. Eles têm um compromisso, há uma troca, o procedimento é
um tanto invasivo mas traz muitos benefícios (às vezes a própria vida!). É um vínculo muito forte, quase
um casamento, e ressignificar essa relação para eles e para mim foi bem
especial.
Além disso rolou um momento de reencontros (ou reencantos):
nos reencantamos com Marisol, a maravilhosa da limpeza da primeira atuação
desse ciclo e eu me reencantei com um paciente que havia conhecido na primeira
atuação do ciclo passado. Ele não pareceu lembrar especificamente de mim, mas
Marisol lembrava até do meu nome e foi muito legal fortalecer esse vínculo.
É interessante
que “vínculo” representa um conceito muito especial dentro da área da saúde e dos
cuidados, e acho que pecamos em não discutir sobre isso quanto palhaços. É massa
atuar em setores diferentes toda semana, mas e para onde vai esse tal desse
vínculo? Esses reencontros inesperados foram boas surpresas, mas e se eles
pudessem ser um pouco mais esperados?
“Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde,
desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais
eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieto e agitado:
descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca
saberei a hora de preparar o coração...”
(O Pequeno Príncipe)
(O Pequeno Príncipe)
Judith
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