quarta-feira, 5 de julho de 2017

Já sinto falta disso...


(Obs: DB referente à atuação do dia 30/03/16 escrito no dia 05/07/17)

Aquele foi um dia ruim da minha vida. Na verdade, foi uma fase bem ruim. A sensação era de estar sendo engolida por uma nuvem cinza e potente que não tinha pretensão de passar. Com o projeto não era diferente, eu parecia não me encaixar e só conseguia achar que já não fazia sentido participar disso tudo. Não cheguei a registrar nada no meu DB e hoje eu entendo que não é só questão de “ser mequetrefe” ou de não cuidar do projeto, às vezes você simplesmente não consegue ou não quer por aquilo em palavras escritas.

O que poso contar sobre o dia da segunda atuação desse ciclo é que eu já tava na faculdade sem querer tá lá, também não tava com vontade de atuar e Melca já tinha dito que não poderia. Fiquei no maior dilema...se eu não tinha energia para mim, como teria para os outros? Cheguei a conversar com Kinhos pelo telefone, não queria atrapalhar a vida dele. Ele falou que eu não precisava me importar com ele, e me pediu para ponderar apenas que o setor estaria a nossa espera. Eu tomei um café e resolvi dar uma chance.

Quando nos encontramos, recebi um abraço bem apertado e fomos conversando no caminho do 11º. Chegando lá pedimos a chave, entramos no quartinho e continuamos conversando. Enquanto nos trocávamos e nos maquiávamos a conversa fluía e fluía e fluía. Já não me lembro sobre o que conversamos, talvez algo sobre judaísmo, mas eu sei que precisava desse momento, precisava falar, precisava escutar, precisava adiar um pouco mais a entrada no setor que tinha me deixado tão ansiosa. Depois de talvez 1h de muita troca, a gente subiu a energia e foi. A atuação não foi lá grandes coisas, eu não consegui estar tão presente, mas hoje eu percebo que foi a partir desse dia, graças ao meu aperreio e à sensibilidade encantadora de Kinhos que surgiu um costume de termos longas conversas antes e depois de atuar. Nossas conversas giravam em torno de judaísmo, palhaçaria, psicologia, vida...algumas vezes parecia até que a gente simplesmente marcava de se encontrar às quintas de tarde e além de colocar o papo em dia, a gente atuava. Kinhos sempre tem algo novo a ensinar, seja na conversa ou durante a própria atuação e toda essa dinâmica me deu muita força para continuar o ciclo e o semestre. Já sinto falta disso...

Judith

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