(Obs: DB referente à atuação do dia 30/03/16 escrito no dia 05/07/17)
Aquele foi um dia ruim da minha vida. Na verdade, foi uma fase
bem ruim. A sensação era de estar sendo engolida por uma nuvem cinza e potente
que não tinha pretensão de passar. Com o projeto não era diferente, eu parecia
não me encaixar e só conseguia achar que já não fazia sentido participar disso
tudo. Não cheguei a registrar nada no meu DB e hoje eu entendo que não
é só questão de “ser mequetrefe” ou de não cuidar do projeto, às vezes você
simplesmente não consegue ou não quer por aquilo em palavras escritas.
O que poso contar sobre o dia da segunda atuação desse ciclo
é que eu já tava na faculdade sem querer tá lá, também não tava com vontade de
atuar e Melca já tinha dito que não poderia. Fiquei no maior dilema...se eu não
tinha energia para mim, como teria para os outros? Cheguei a conversar com
Kinhos pelo telefone, não queria atrapalhar a vida dele. Ele falou que eu não
precisava me importar com ele, e me pediu para ponderar apenas que o setor estaria
a nossa espera. Eu tomei um café e resolvi dar uma chance.
Quando nos encontramos, recebi um abraço bem apertado e fomos conversando no caminho do 11º. Chegando lá pedimos a
chave, entramos no quartinho e continuamos conversando. Enquanto nos trocávamos
e nos maquiávamos a conversa fluía e fluía e fluía. Já não me lembro sobre o que
conversamos, talvez algo sobre judaísmo, mas eu sei que precisava desse
momento, precisava falar, precisava escutar, precisava adiar um pouco mais a
entrada no setor que tinha me deixado tão ansiosa. Depois de talvez 1h de muita
troca, a gente subiu a energia e foi. A atuação não foi lá grandes coisas, eu
não consegui estar tão presente, mas hoje eu percebo que foi a partir desse dia,
graças ao meu aperreio e à sensibilidade encantadora de Kinhos que surgiu um
costume de termos longas conversas antes e depois de atuar. Nossas conversas
giravam em torno de judaísmo, palhaçaria, psicologia, vida...algumas vezes
parecia até que a gente simplesmente marcava de se encontrar às quintas de
tarde e além de colocar o papo em dia, a gente atuava. Kinhos sempre tem algo
novo a ensinar, seja na conversa ou durante a própria atuação e toda essa
dinâmica me deu muita força para continuar o ciclo e o semestre. Já sinto falta
disso...
Judith
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