segunda-feira, 3 de julho de 2017

O roubo do carrinho

Olá DB!
Hoje vou relembrar o dia em que eu e Cela fomos pra enfermaria do 7º sul. Foi uma atuação cheia das maravilhas!! Dois momentos, em especial, marcaram o ciclo: o primeiro foi um jogo com um senhorzinho. Entramos no quarto eu e Cela e ele estava de pé, no meio do quarto. Não conseguimos ler se ele estava aberto ou não – ao menos eu tive muita dificuldade com isso. Ele observava, observava, observava. Parecia aberto, mas não tanto. Semi-aberto. Semi-fechado. Fui, então, testar o canal. Cumprimentei. Ele cumprimentou de volta. Cela cumprimentou. Eu cumprimentei mais forte. Cela, maravilhosa que é, já entendeu o recado. Estávamos, sim, numa competição de cumprimentar. Aí veio cumprimento com a mão, com o pé, com a barba, reverenciando, com a língua, e assim vai. O senhor comprava o jogo, mas sabe a sensação de que não cabe mais nada? Aquele era o jogo que cabia naquele momento e bastava. Foi maravilhoso! Gostei muito da nossa capacidade de leitura da situação, da conexão com minha MCM, de tudo.

 O outro momento marcante desse dia de atuação foi a proposta de Cela. Sabe quando você consegue ler e sacar toda a proposta do seu MCM com um olhar? Cela olha pra mim, olha para o carrinho de supermercado. Ela, a princípio, estava receosa, mas leu meu ‘sim’ com um olhar. E lá vai ela roubar o carrinho cheio de copos e esconder no meio do corredor! Foi muuuuito divertido e foi o ápice da atuação para nós dois. Distribuimos os copos de plástico, escondemos o carrinho – nos sentimos crianças. O melhor de tudo é que as pacientes do corredor super compraram o jogo. Foi realmente uma atuação maravilhosa que selou minhas conexões com Cela! 

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