Bom, além da euforia dos novos MCMs, esse ciclo novo trouxe
a velha insegurança de atuar. Eu tava e de certa forma ainda to meio distante disso tudo. A formação e minha evolução no projeto já esteve mais em mente, agora me parece algo distante, faz um pouco menos de sentido. Minha primeira atuação do ciclo passado também
foi na enfermaria de nefro, e de alguma forma estar lá nesse primeiro momento
era bem nostálgico. Por outro lado, parecia que eu nunca tinha feito isso antes
na vida e de fato eu senti o tal do “se jogando no vazio”. O massa nisso
tudo era que de alguma forma estávamos os 3 nessa situação, se (re)conhecendo e
(re)descobrindo a vivência da palhaçaria. No meu caso, que não tinha atuado
nenhuma outra vez com pessoas diferentes, parecia que eu estava despertando
aspectos de Judith que eu nem sabia que existiam...
Já no começo da atuação fomos na hemodiálise. Depois de interagirmos com alguns pacientes,
conhecemos Marisol e sua amiga. Elas trabalham na limpeza do hospital e tavam
com aquela fardinha azul com o nome “Soll”, o que
já rendeu um jogo besta de perguntar se ela era a própria dona da empresa. A
verdade é que se o jogo era besta ou não, não importava, ela comprava todos
eles sem hesitar e parecia curtir muito tudo aquilo. Dentre os momentos com Sol
e sua amiga, brincamos de soletrar nossos nomes com o corpo sem falar nada, e
eis que enquanto Melca tentava representar o S de Isolda, Marisol solta: ”Mas
assim não vale, ela tá falando com os olhos!” – talvez nada nos represente mais
quanto palhaços quanto seres que falam com os olhos... teria Melca zerado o PERTO?
Seria Marisol uma guru de palhaçaria infiltrada no HC? <3 <3 <3
E ai, além desse momento incrível na hemodiálise, ela foi uma
espécie de fio guia da atuação dentro do setor: nos levou em alguns quartos que
ela julgou precisar da gente, reapareceu rapidamente em outros propondo jogos e
pregando peças até o momento de ela ir embora toda bonita e perfumada. Bom, isso
tudo poderia ser entendido como uma muleta e de alguma forma devemos evitar nos
apoiarmos assim, mas acho que na dose certa para uma primeira atuação cheia de
inseguranças ela me trouxe confiança. Cada vez que ela reaparecia, a gente se
divertia mais uma vez e eu entendia melhor que tinha todo o sentido do mundo eu
estar lá naquele momento fazendo exatamente aquilo. - O aqui e o agora!
Judith
Nenhum comentário:
Postar um comentário