quarta-feira, 5 de julho de 2017

Marisol

Eu, Kinhos e Melca!! - MCMs me desculpem, mas quem pensou nesse trio tava de fato querendo me presentear com um ciclo muito muito especial (ou talvez eles só queriam um trio de gigantes e nos agruparam pela nossa altura – óitmo ideia J )! Ter um encontrinho semanal com essas duas pessoas tão queridas, vai ser incrível...

Bom, além da euforia dos novos MCMs, esse ciclo novo trouxe a velha insegurança de atuar. Eu tava e de certa forma ainda to meio distante disso tudo. A formação e minha evolução no projeto já esteve mais em mente, agora me parece algo distante, faz um pouco menos de sentido. Minha primeira atuação do ciclo passado também foi na enfermaria de nefro, e de alguma forma estar lá nesse primeiro momento era bem nostálgico. Por outro lado, parecia que eu nunca tinha feito isso antes na vida e de fato eu senti o tal do “se jogando no vazio”. O massa nisso tudo era que de alguma forma estávamos os 3 nessa situação, se (re)conhecendo e (re)descobrindo a vivência da palhaçaria. No meu caso, que não tinha atuado nenhuma outra vez com pessoas diferentes, parecia que eu estava despertando aspectos de Judith que eu nem sabia que existiam...

Já no começo da atuação fomos na hemodiálise.  Depois de interagirmos com alguns pacientes, conhecemos Marisol e sua amiga. Elas trabalham na limpeza do hospital e tavam com aquela fardinha azul com o nome “Soll”, o      que já rendeu um jogo besta de perguntar se ela era a própria dona da empresa. A verdade é que se o jogo era besta ou não, não importava, ela comprava todos eles sem hesitar e parecia curtir muito tudo aquilo. Dentre os momentos com Sol e sua amiga, brincamos de soletrar nossos nomes com o corpo sem falar nada, e eis que enquanto Melca tentava representar o S de Isolda, Marisol solta: ”Mas assim não vale, ela tá falando com os olhos!” – talvez nada nos represente mais quanto palhaços quanto seres que falam com os olhos... teria Melca zerado o PERTO? Seria Marisol uma guru de palhaçaria infiltrada no HC? <3 <3 <3

E ai, além desse momento incrível na hemodiálise, ela foi uma espécie de fio guia da atuação dentro do setor: nos levou em alguns quartos que ela julgou precisar da gente, reapareceu rapidamente em outros propondo jogos e pregando peças até o momento de ela ir embora toda bonita e perfumada. Bom, isso tudo poderia ser entendido como uma muleta e de alguma forma devemos evitar nos apoiarmos assim, mas acho que na dose certa para uma primeira atuação cheia de inseguranças ela me trouxe confiança. Cada vez que ela reaparecia, a gente se divertia mais uma vez e eu entendia melhor que tinha todo o sentido do mundo eu estar lá naquele momento fazendo exatamente aquilo. - O aqui e o agora!

Judith


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