Olá, DB!
Vou relembrar hoje o dia em que atuei com Rai e Myn, na pediatria. Foi uma atuação marcante, na qual aprendi um monte. Atuar na pediatria é sempre uma delícia, mas nesse dia em especial foi ainda mais incrível. Digo isso porque atuamos mais com os pais e acompanhantes do que com os pacientes. Foi um dia em que consolidei uma importante dinâmica da formação: ser feito de 'idiota'. Nem sempre você vai ser o esperto da situação. E esse foi dia de dar suporte ao jogo de Rai. Claro que também estive na situação de propôr. Vou explicar do começo: brincamos bastante com as crianças, foi uma delícia. Até que, em um momento, eu e Rai começamos a nos esconder delas. Estávamos com medo, assustados. Sempre que as crianças nos viam, nós paralisávamos. Nisso, começamos a nos disfarçar em objetos. Disfarça em móvel, disfarça em luminária, disfarça atrás da boina. O jogo já estava ficando repetitivo, quando Rai propõe algo novo. Com Arcanjo ainda estatuado, Luigi se liberta e vira escultor. Eu era sua estátua. Rai começa a brincar com meus braços e pernas, com minhas caretas. Até que Rai mostra a mágica: "ele sabe se apresentar se eu mandar". Agora se apresenta em inglês, em espanhol, em italiano. As crianças ficavam surpresas a cada nova língua. Acho que nunca fez tanto sentido falar outros idiomas - tudo o que aprendi valeu a pena ao ver as carinhas de espanto. Depois, fala em Francês. "Eita, não programei esse". Agora, imita uma gazela. Eu tentava expressar toda a reprovação com minhas caras e bocas, e as mães entendiam a dinâmica que estava surgindo entre nós. Depois, trocamos de lugar e foi minha vez de conduzir. Agora, tão acostumado com o papel de quem recebe ordens, ficava difícil mudar assim do nada. Ainda tinha (e tenho) muito o que aprender. Palhaço pronto é palhaço morto.
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