sábado, 1 de julho de 2017

Uma vez mais

Última atuação do ciclo. Ia ser com Carlinha, depois com carlinha e Safifi, e acabou sendo eu e Safifi mesmo. Gostei que tivesse sido assim. Acho que a gente precisava, devia um pro outro ter um momento juntos mais. Sinto-me presenteado com essa oportunidade que tive de estar mais perto dela esse semestre. Voltamos neste dia para a nefro, espaço que já tinhamos visitado neste ciclo. Agora acho que me agrado mais com esses retornos. Parece mesmo ser uma questão de amadurecimento com o projeto, com o meu ser palhaço, que a volta começa a ter um gosto todo especial também. Começamos hoje com uma questão sobre as fotos. Safifi queria ter, tirar foto da gente atuando, e acabamos juntos passando um tempo bom para realizar uma forma de ter isso dentro de nossa atuação naquele dia. Espero de verdade que ela não sinta que perdeu a chance ou a oportunidade de marcar mais, de guardar mais, de ter mais coisa para ver e mostrar depois.

Acaba que a atuação fica marcada pelo sétimo, pela psiquiatria, primeiro por um jogo com um dos cuidadores do setor, que estava extremamente mobilizado. Depois por conta de uma paciente e seu acompanhante, os últimos com quem atuamos neste ciclo. Ela vinha de um tempo de internação no sétimo andar, e ele, seu filho, tinha passado quase um mês junto dela ali, convivendo naquele espaço. Estuda em cursinho para tentar medicina, conversa com a gente sobre como sentiu toda aquela experiência e sinto uma riqueza nesse encontro indescritível. Ela, por outro lado, fala que não quer conversar. Safifi se sente mal com isso, quer tentar, quer ver se consegue abrir. Eu procuro confortar ambas de jeito que podia. Continuamos com o filho e de forma espontânea a mãe começa a falar. Não olha a gente no olho, mas fala com a gente, fala com um riso meio acobertado, escondido. Ensaia alguns olhares. Eu fico com medo de carregarmos muito e aproveito as chances que aparecem para dar mais sinal para sairmos do setor. Acho que é assim, que se for pra ser, tem que rolar a atuação em ala psiquiátrica. Acho muito que pode acontecer, mas que precisamos de fato de um pouco mais de atenção para saber onde não ir, coisa que tenho ainda um tanto de dificuldade com, que sinto de minhas duplas também e que acho que de certa forma como projeto ainda temos muito a trabalhar neste sentido.

Enfim. Foi. Aconteceu. Terminou este ciclo, esta história em doze capítulos que pra mim foi em treze. Que outras venham, mas que as histórias deste ciclo sejam para sempre vivas em mim. Que eu não às perca de vista. Que meu olhar, que nossos abraços e sorrisos possam transparecer nos reencontros as maravilhas que rechearam essa jornada de tanto sentido e valor e sentimento e verdade. Que eu seja pra sempre mais, e que eu veja sempre mais lá fora. Obrigado a todas e todos que compartilharam deste semestre. Mando-lhes mentalmente as melhores energias que tenho. Continuem bem, continuem gigantes, continuem abertos ao novo. Eu, cá comigo, estarei sempre às ordens.

Abreijos e queijos,

Antenório

Nenhum comentário: