Como assim era a última atuação do ciclo??? Justo agora que
tava ficando tão bom! Eu, Pacheco, Felicia e Judith estávamos cada vez mais
sintonizadas e teríamos de aceitar o fato de que o “gostinho de quero mais” era
tudo o que teríamos depois daquele dia na pediatria. E bom, para fechar com
chave de ouro, um setor mais que especial como esse né!
Houve uma época da minha vida em que eu tive bastante
contato com crianças, mas isso já fazia algum tempo...será que eu saberia lidar
com elas, ainda mais no estado de vulnerabilidade em que se encontrariam imposto
pela internação hospitalar? Não pude
conter uma certa ansiedade antes da atuação que, no final, terminou se diluindo
em encanto, aprendizados e muuuuita brincadeira!
Judith e Felicia chegaram tímidas no setor, mas a cada
quarto que a gente entrava era como se a gente conquistasse mais e mais adeptos
para o projeto de divertir naquela quinta à tarde. Nesse caminho rolou dança,
corrida de carrinhos, luta de bonecos. Eu conheci a famosa Laurinha, que de
fato é uma bela de uma figurinha que dá vontade de conversar por horas e horas
(já falo mais dela)! E culminamos, junto com umas 10 crianças, num bom tempo de
brincadeiras no hall dos elevadores. Houve momentos que eu cheguei a me dar
conta de que tava num hospital e que aquelas crianças tavam ali internadas, mas
na maior parte do tempo era só brincadeira! Que oportunidade incrível de
aprender com a forma com que elas lidam com a doença: simplesmente não pareciam
doentes! As que tinham alguma limitação, sabiam disso e respeitavam seu próprio
corpo sem grandes perdas sociais. Foi lindo!
Além dos encantos, a pediatria trouxe também alguns
desafios... Era difícil não se sentir como uma animadora de festa de criança (talvez
a diferença de altura e o estigma palhaço-chocolate tenham influenciado nisso)
e isso não me parecia ideal. Além disso, foi muito muito difícil saber
sair/terminar os jogos, no final da atuação eu já tava morta, com a energia lá
embaixo (por questões fisiológicas), mas eles eram incansáveis!!
E bom, mais especificamente em relação à Laurinha, o fato de
ela estar há tanto tempo indo e vindo do hospital e de fato ser uma criança
encantadora fez com que ela virasse uma espécie de mascote da pediatria e assim
ela termina por receber muita atenção, às vezes mais que o resto das crianças. E
ai percebi que é importante termos sempre o cuidado de estarmos disponíveis
para todo mundo igualmente, observando o contexto e controlando nossos
instintos de se manter confortável numa conversa que flui. Tirando isso, foi
muito massa ver o vínculo que Pacheco tinha com ela. Por mais que isso tenha “desmascarado”
Felicia, criei uma admiração ainda maior pela futura enfermeira que tem me
acompanhado <3
Judith
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