Nesta empreitada de atuar sempre com mais pessoas tive enfim
a oportunidade de estar com um outro de meus namoricos de PERTO, que ensaiava já
desde a oficina. Ia ser com Rai junto, mas quis o destino que fossemos só nós
dois, euzinho e Beatã. Conversamos um bocadinho antes, mais conversa do que até
então tínhamos efetivamente trocado um com o outro. Subimos a energia e eu pude
vê-la e estar junto dela quando eclodia em sua plenitude, se mexendo, agitada,
e eu me pegando cada vez mais comovido com essas coisas. Acho que tudo que
acontece nessa experiência de ser palhaço vira um agente sensibilizador se a
gente permitir, e vamos nos carregando neste sentido afetivo e conectado, eternos
admiradores e fomentadores de humanidade. Achei o setor como um todo muito
disponível nesse dia. Eram raros os quartos e os encontros de corredor que não
eram temperados por sorrisos e olhares acolhedores. Me senti muito respeitado,
e fico pensando que por vezes não sinto isso. Sinto que me desrespeitam, mas
até certo ponto eu acho importante que isso seja permitido, porque a gente meio
que serve de representação pra umas coisas difíceis mesmo por vezes. Mas enfim,
me senti muito respeitado nessa atuação, confortável comigo. Tô querendo ver se
consigo falar mais da minha barba de um lugar de orgulho, de valorizar. Tenho
que trabalhar um pouco isso. É engraçado
que sempre perguntam qual a relação nas duplas, se é namoro, marido e mulher ou
se são irmão e irmã. Fico sem saber muito como reagir nessas horas, o que é
bobo de minha parte, mas vem de um lugar de pensar se tem um jeito mais
acertado de responder, sabe Yo? Sempre quero dizer que é família ou que é
amigo, fujo dessa coisa do relacionamento amoroso porque tenho meus atrapalhos
com esse lugar da representação para a sociedade do que e de como uma relação é,
essa necessidade de legitimar e afirmar publicamente algo. Acho que se fala
muito de afetos e amores, mas também acho que eu falo pouco, que eu compro
muito pouco o papel de ser um homem frente a uma mulher e deixar que se
construam todas as conotações que se achar necessário, por que no fim das
contas não é o que eu sou, mas o que se vê. O atrapalho na minha cabeça é
chegar sempre tentando ver mais dos outros e nos outros e ser recebido com a
mesma perspectiva limitadora. Mas a gente supera.
De mais, acho que preciso ser mais no toque, saber pedir
isso, porque sei que me falta. Atuação que vem eu vou pedir pelo menos um
abraço. Está resolvido. Ainda que seja no término para Safifi, mas a ideia é me
colocar a ter abraços no setor. Pode cobrar, Yo. Pode puxar a orelha.
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