segunda-feira, 22 de maio de 2017

‘Nada do que é feito por amor é pequeno’

Olá!

Primeiramente, admito minha mequetrefice em estar fazendo o post atrasado, mas eu esqueci completamente do meu DBzinho, justo essa semana que tivemos uma  atuação maravilhosa. Sem dúvidas, nossa atuação de sexta-feira (18/05/2017) entrou para a lista das “Melhores Atuações”. Pena que estávamos com o tempo comprometido porque eu precisava sair um pouco mais cedo, mas isso não tirou a beleza dos nossos encontros nem nos impediu de darmos o melhor de nós naquela tarde. Desde o momento que chegamos ao setor, na clínica médica do 11º andar, não aconteceu, como nas vezes anteriores, de ficarmos com medo. Apesar de cansadas, comentamos que estávamos animadas. Não criamos nenhuma expectativa de que seria uma atuação fácil ou difícil, boa ou ruim. E o resultado não poderia ser outro: foi lindo!

Entre tantos encontros, citarei brevemente, até para minha própria recordação futura, algumas das pessoas que passaram pela nossa vida naquela tarde ou passamos na vida delas. Começamos pelo famoso jogador de futebol, Wellington Moura, que mora em São Paulo e estava por aqui cuidando de sua mãe hospitalizada. No mesmo quarto, estava a Sra. do riso frouxo (folgado, em ‘paulistanês’). Eles entraram de verdade no jogo... foi demais! No fim da visita, fui contagiada pelo riso, causado pelo riso alheio.

Em outro quarto, encontramos o Sr. que não falava pouco, ele só falava mais que eu. Falou de sua indignação com algo que ocorreu no quarto do 7º, contou a história da marcação de exames, falou dos seus direitos, de sua história de vida e de como havia perdido a visão, sequela de um AVC. Falou, falou e falou, e nós não sabíamos mais o que fazer com tantas palavras, então, só escutamos e acolhemos. Até então, ele não sabia que éramos clowns, até que a tia ao lado falou sobre nós e ele muito se alegrou. Por fim, estava muito agradecido pela nossa presença! Nós nem fizemos muito, só estávamos ali presentes, enquanto ele falava... Ele agradeceu, agradeceu e agradeceu, porque ‘nada do que é feito por amor é pequeno’ (Chiara Lubich) e, certamente, para ele foi importante ser apenas ouvido.

Entramos no quarto da Cabana, com uns lençóis na janela para deixar o quarto massa, havia uma senhora com uma filha jovem que cobria os olhos para ficar no escurinho e uma senhora que acho que se escondia atrás dos lençóis para o guarda não encontrá-la. Saímos de lá as pressas porque ouvimos boatos de que o horário da visita havia acabado e o guarda viria nos pegar. Oh my gosh!  Corre, Valdete!

Encontramos no meio do caminho o irmão gêmeo de Wellington Moura. Descobrimos que ele também é jogador de futebol, do time “Fly Emirates”. Ele havia sido contagiado pela mulher do riso frouxo e repetia demasiadamente: “vocês são engraçadas, eu achei que não, mas vocês são engraçadas!”. Ficamos um pouco por ali, conversamos, rimos e quando finalmente íamos partir, fomos abordadas por um senhor que acompanhava sua esposa hospitalizada no quarto ao lado. Ela estava no quarto em isolamento, a enfermeira nos proibiu de entrar. Pudemos ver, naquele momento, a tristeza se materializar... ele nos disse: “mas, minha esposa vai ficar tão triste!”. Aquilo me partiu o coração. Ele estava tão animado quando nos chamou para vê-la. Então, demos um jeito, o encontro aconteceu dali mesmo, da porta. Ele era tão cuidadoso com a esposa, era coisa linda de se ver. Fazia questão de repetir para ela o que falávamos e se alegrava a cada sorriso que ela dava.

Eu só digo uma coisa: Gente, não tem dinheiro no mundo que pague isso. Mais do que fazer o bem pelos outros, é fazer o bem a nós mesmos! Eu saí daquele hospital me sentindo uma pessoa melhor. Eu sentia no meu coração alegria e gratidão a Deus por cada encontro. Eu queria mais daquilo, mas tivemos que partir. Havia chegado nossa hora... Mas, de uma coisa Chiara Lubich está certa: ‘nada do que é feito por amor é pequeno’.


Beijos, 
Quitéria Pinguinho, vulgo Evinha

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