Olá!
Primeiramente,
admito minha mequetrefice em estar fazendo o post atrasado, mas eu esqueci
completamente do meu DBzinho, justo essa semana que tivemos uma atuação maravilhosa. Sem dúvidas, nossa
atuação de sexta-feira (18/05/2017) entrou para a lista das “Melhores Atuações”.
Pena que estávamos com o tempo comprometido porque eu precisava sair um pouco
mais cedo, mas isso não tirou a beleza dos nossos encontros nem nos impediu de
darmos o melhor de nós naquela tarde. Desde o momento que chegamos ao setor, na
clínica médica do 11º andar, não aconteceu, como nas vezes anteriores, de
ficarmos com medo. Apesar de cansadas, comentamos que estávamos animadas. Não
criamos nenhuma expectativa de que seria uma atuação fácil ou difícil, boa ou
ruim. E o resultado não poderia ser outro: foi lindo!
Entre tantos
encontros, citarei brevemente, até para minha própria recordação futura,
algumas das pessoas que passaram pela nossa vida naquela tarde ou passamos na
vida delas. Começamos pelo famoso jogador de futebol, Wellington Moura, que
mora em São Paulo e estava por aqui cuidando de sua mãe hospitalizada. No mesmo
quarto, estava a Sra. do riso frouxo (folgado, em ‘paulistanês’). Eles entraram
de verdade no jogo... foi demais! No fim da visita, fui contagiada pelo riso,
causado pelo riso alheio.
Em outro quarto, encontramos o Sr. que não
falava pouco, ele só falava mais que eu. Falou de sua indignação com algo que
ocorreu no quarto do 7º, contou a história da marcação de exames, falou dos
seus direitos, de sua história de vida e de como havia perdido a visão, sequela
de um AVC. Falou, falou e falou, e nós não sabíamos mais o que fazer com tantas
palavras, então, só escutamos e acolhemos. Até então, ele não sabia que éramos
clowns, até que a tia ao lado falou sobre nós e ele muito se alegrou. Por fim,
estava muito agradecido pela nossa presença! Nós nem fizemos muito, só
estávamos ali presentes, enquanto ele falava... Ele agradeceu, agradeceu e
agradeceu, porque ‘nada do que é feito por amor é pequeno’ (Chiara Lubich) e,
certamente, para ele foi importante ser apenas ouvido.
Entramos no
quarto da Cabana, com uns lençóis na janela para deixar o quarto massa, havia
uma senhora com uma filha jovem que cobria os olhos para ficar no escurinho e
uma senhora que acho que se escondia atrás dos lençóis para o guarda não encontrá-la.
Saímos de lá as pressas porque ouvimos boatos de que o horário da visita havia
acabado e o guarda viria nos pegar. Oh my gosh! Corre, Valdete!
Encontramos no
meio do caminho o irmão gêmeo de Wellington Moura. Descobrimos que ele também é
jogador de futebol, do time “Fly Emirates”. Ele havia sido contagiado pela
mulher do riso frouxo e repetia demasiadamente: “vocês são engraçadas, eu achei
que não, mas vocês são engraçadas!”. Ficamos um pouco por ali, conversamos,
rimos e quando finalmente íamos partir, fomos abordadas por um senhor que
acompanhava sua esposa hospitalizada no quarto ao lado. Ela estava no quarto em
isolamento, a enfermeira nos proibiu de entrar. Pudemos ver, naquele momento, a
tristeza se materializar... ele nos disse: “mas, minha esposa vai ficar tão
triste!”. Aquilo me partiu o coração. Ele estava tão animado quando nos chamou
para vê-la. Então, demos um jeito, o encontro aconteceu dali mesmo, da porta.
Ele era tão cuidadoso com a esposa, era coisa linda de se ver. Fazia questão de
repetir para ela o que falávamos e se alegrava a cada sorriso que ela dava.
Eu só digo uma
coisa: Gente, não tem dinheiro no mundo que pague isso. Mais do que fazer o bem
pelos outros, é fazer o bem a nós mesmos! Eu saí daquele hospital me sentindo uma
pessoa melhor. Eu sentia no meu coração alegria e gratidão a Deus por cada
encontro. Eu queria mais daquilo, mas tivemos que partir. Havia chegado nossa
hora... Mas, de uma coisa Chiara Lubich está certa: ‘nada do que é feito por
amor é pequeno’.
Beijos,
Quitéria Pinguinho, vulgo Evinha
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