sábado, 6 de maio de 2017

Encontrando o desconhecido ( e o conhecido)


Atuar no COB era um mistério pra nós duas, nunca tínhamos atuado lá, a gente não sabia nem onde guardar as bolsas. Vestimos só a roupa de bloco e entramos pra deixar as coisas onde a gente guarda nos plantões, encontramos logo Charmosão na sua versão doutorando-palhaço e orientou só que a gente não entrasse em um quarto em que uma mulher estava parindo um feto morto. Voltamos pro vestiário nos maquiamos, subimos a energia e voltamos. De cara encontramos mais um doutorando-palhaço, a surpresa e energia no olhar de Mano quando encontrou a gente já valeu boa parte da atuação . " Por que tu usa roupa igual a nossa?" " essa roupa é última moda em Paris, vocês sabem que chegaram em Paris, né? Eu sou o comandante da companhia que trouxe vocês pra cá, qualquer irregularidade que vocês acharem por aí podem me dizer". Encontramos a famosa Laura com sua melancia Ester as protagonistas da foto mais famosa do COB nos últimos tempos, conseguimos outra foto com ela e com Ester. Ainda aprendemos uns passinhos de uma coreografia que ela fazia e falou pra gente que tinha festa aqui com gente gritando e tudo. Chegamos num quarto com mais gente e mais melancias, tentamos comunicação com elas e conseguimos falar com uma melancia que tava perto de chegar que disse pra gente que tava doida pra chegar e conhecer todo mundo, percebemos de longe um paparazzi que entrou pra ficar com a gente,  Charmosão na versão palhaço-doutorando revelou que também tava esperando uma melancia que recebeu nome digno de príncipe ou princesa, ele ainda não sabia o que ia ser. Eulalya logo percebeu que a roupa das três era um vestido bem mais bonito do que a nossa roupa e começamos a fazer uma campanha pra gente conseguir uma roupa melhor, conseguimos uma carta, um áudio e um vídeo delas dizendo que a gente merecia uma roupa melhor. (Queria que esse vídeo de uma delas realmente tivesse sido gravado, ela comprou o jogo demais, com certeza a gente conseguiria). Saímos em busca de opiniões de como devia ser nossa roupa e conseguimos várias dicas ótimas e Eulalya ainda achou uns pedaços de renda e de tecido na roupa de uma das acompanhantes pra usar. Vimos uma mulher que tinha acabado de chegar da festa com um brinde lindo e muito fofinho. Pela porta do quarto proibido  interagimos de longe com uma mulher do quarto, queria muito entrar pra falar mais com ela, mas a vontade ficou sendo projetada pela porta mesmo. Em outro quarto tava acontecendo uma festa, as pessoas estavam muito concentradas na festa e achamos q a gente não deveria entrar. Voltando pro saguão onde as pessoas que acabaram de desembarcar ficam, conhecemos a melancia João Victor e sua mãe muito simpática e risonha, tirou uma foto com a gente pra mostrar a ele no futuro e dar o recado que a gente queria muito ter conhecido ele. Conversando com uma cantora que tinha chegado conseguimos muitos sorrisos, não sei como, ela disse que tinha chegado pra fazer uma curetagem, apesar da situação triste ela passou uma força e uma energia tão boa pra gente que não sei de onde ela tirou. Passou uma menina com a touca colorida, apesar de Eulalya pedir ela disse que não ia dar, então chegou de novo nosso amigo Charmosão pra trazer toucas pra gente, com todas as cores do mundo, muito mais bonita que a dela, colocamos a touca e nossos adereços da cabeça por cima. A menina da touca depois até virou nossa amiga, e fez até uma denúncia de que um monte de gente ali trabalhava de graça, quase que nem escravo :O e disse que tinha q ter um carimbo pra poder ganhar dinheiro, já queremos achar essa fábrica de carimbo. Atuar no COB foi muito diferente de todas as atuações, a minha maior dificuldade pra mim é lidar com o fato das mulheres ali estarem em situações diferentes, nem todo mundo tava passando pela alegria de tá perto de ganhar um bebê, tinha gente passando por situações muito difíceis do lado de alguém que tava muito feliz e eu me senti um pouco em um campo minado. Também foi atuar com muitas pessoas conhecidas, algo que também não tinha acontecido muito, obrigada Aída e Carol por comprarem nossos jogos, obrigado Mano e Charmosão por não só comprar os jogos, mas principalmente pela energia de vocês, que vocês continuem permitindo que o palhaço  exista dentro de vocês como doutorandos, médicos e como pessoa mesmo. 

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