sábado, 18 de junho de 2016

ENCONTROS NA ONCO COM VIRGU E ZEFINA 17/06/16


Meu querido e tão amado diário de bordo, conversando com Zé, sobre as nossas atuações, percebemos que nesse segundo ciclo de atuações, o trio ternura (Surdete, Zefina e Virgulino) fizeram apenas sete atuações! Isso me deixou espantada pois sete encontros parecem ser tão pouco para o tanto de coisas que aprendemos em cada vivência no hospital das clínicas.
 Pois é, DB, não é a duração das coisas que as tornam significantes ou não, especiais ou não, inesquecíveis ou não, mas sim, a intensidade e a forma que vivemos as experiências que acontecem em nossas vidas. Estamos sempre vivendo em processos de mudanças e transições, mas depois do PERTO, percebo de uma forma muito forte as mudanças e descobertas que tenho sentido e vivido.
Cada encontro no HC, desde o primeiro Ciclo, no qual atuei com Antonela Duplicata, percebo o quanto vivemos altos e baixos, risos e lágrimas, erros e acertos, amor e desamor, vida e morte, encontros e desencontros, pedras e flores, doce e amargo. . .E diante de todas essas oscilações, C O N T I N U A M O S em frente, devagar e sempre, com passos firmes e um forte anseio de descobrir e viver de uma forma verdadeira e intensa. Aceitar que se está triste, e viver a tristeza de modo sincero e calmo, de errar e assumir os nossos erros e falhas mas saber que depois do erro não há mais nada, que a vida continua e estaremos prontos para tentar e tentar e tentar, enquanto haver vida!
Meu querido DB, tenho aprendido a superar meus medos, e se não conseguir superá-los, irei com medo mesmo, mas, nunca parar no meio do caminho e, se por acaso cansar e eu quiser parar: Paro, respiro, me fortaleço e continuo minha caminhada.
As atuações também tem me feito perceber que se meu companheiro ou companheira errar ou tomar uma atitude que me entristeça, irei lembrar que erramos, mas ainda assim, o meu companheiro e companheira são os melhores do mundo e que devemos cuidar da relação de amizade que construímos através do afeto, respeito e cumplicidade. É preciso lembrar também que quando nos permitimos ser cativados ou quando cativamos, corremos o risco de chorar, de derramar nossas lágrimas, mas correr esse risco vale a pena, sem o risco, acredito que a vida não valeria tanto, não seria tão enriquecedora e bonita.

São tantas coisas, DB... 

Essa atuação por exemplo, foi maravilhosa. Atuamos na enfermaria de oncologia, e assim que chegamos nela, caminhei pelo corredor observando a dinâmica e o movimento do setor e das pessoas. Havia muitos pacientes muito debilitados, muito doentes e frágeis... Isso me deixou mais atenta!
Minha percepção não tinha sido equivocada pois depois que saímos do quarto das enfermeiras prontos para atuar, uma enfermeira bem simpática nos orientou sobre ter dois pacientes nos últimos minutos de vida. Ela falou que estavam partindo, estavam morrendo...


Encontramos duas figuras incríveis no corredor, um homem e uma mulher, ambos funcionários do hospital. Eles alegaram serem as pessoas mais importantes do hospital, porém, não eram vistos e nem reconhecidos. Eram os funcionários invisíveis. Eles eram os maqueiros, DB! são as pessoas responsáveis por levar os pacientes para um lado e para o outro. Eles falaram que fazem muito mais coisas. Disseram que os terceirizados são os braços que seguram o hospital mas que não são valorizados. A maqueira disse que uma fisioterapeuta a tratou mal no momento de mexer em algum aparelho de gás. Tivemos essa conversa toda e o riso brotaram dos nossos rostos, ainda que diante de uma situação não tão feliz assim. Mas eles ficaram muito contentes com esse encontro. Eu fiquei mais ainda e aposto que Virgu também!
Não entramos tantos nos quartos, mas os encontros e risos aconteceram de uma forma sincera e espontânea, ainda que da porta dos quartos. Chegamos a brincar bastante com as enfermeiras e técnicas. Os risos aconteceram e todos eles foram consequência de um encontro jeitoso.
Mais uma vez, eu e Virgulino saímos correndo para outra enfermaria do mesmo setor. No primeiro quarto que aparecemos, fomos surpreendidos por um sambinha de um paciente cheio de graça e alegria. Ele cantou um samba como um convite para entrarmos no quarto! Que coisa linda ver isso, DBzinho! Eu fiquei transbordando de alegria em cativar um tantinho de nada aquele paciente!
É claro que aceitamos o seu convite e entramos com muita energia nesse quarto. Saímos no mesmo estilo do samba! <3 

No meio do corredor, recebemos um outro convite de um outro maqueiro! haha Ele convidou Virgu e eu para dançarmos no sítio da trindade, pediu que eu levasse uma m amiga solteira, então começamos a cantar: "Amiga, parceira, só se for amiga solteira"... rimos bastante!
Então... de longe nos observava seu Luiz! Ele disse que estava esperando que levássemos os instrumentos para tocar um forrozin, já que ele não podia sair do hospital. Cantamos e bailamos um pouquinho um forró e seu Luiz disse que ficaria no aguardo!

Foram vários encontros como sempre, DB!
Voltamos para a enfermaria da Onco para no
s despedimos da atuação e as enfermeiras, já conhecidas nossas de outras atuações, brincou bastante conosco. Disse que eu e Virgu demoramos muito no quarto! kkkk OquêOquêOquê, rapaz!
Ainda tentamos ser os cupidos de dois enfermeiros que estavam na cara que eles estavam paquerando um ao outro... Chegamos a ganhar dois copos de coca cola do enfermeiro! haha
Foi assim que encerramos nossa tarde!

(Zéee, obrigada por tudo)



Com amor e muita gratidão, 
Zefina Falafina. 
 

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