Chegamos eu e Tascha para atuar no famoso ambulatório de onco, frio na barriga por atuar pela primeira vez em um lugar com uma dinâmica bem diferente do que a gente tava acostumada, fomos com medo mesmo. A recepção estava cheia, de repente estávamos num jogo com muitas pessoas ao mesmo tempo, alguns momentos até conseguimos administrar e envolver mais gente outros momentos nem tanto. Fizemos bastante propaganda da festa que ia acontecer no outro dia lá no ambulatório e combinamos com todo mundo o que cada um ia levar! Conhecemos um casal que estava esperando o irmão de um deles fazer a primeira sessão de receber super poderes, aproveitamos a oportunidade pra conhecer por fotos todos os filhos e netos deles e depois de um pequeno quiz descobrimos que mesmo depois de muito tempo eles ainda lembram de detalhes de como se conheceram. Decidimos entrar pra conhecer o lugar onde se toma super poderes, era um lugar frio, mas só na temperatura mesmo, quem comanda tudo por lá são duas mamães-noéis muito atenciosas com todo mundo. Conhecemos uma senhora que nos revelou depois dessas sessões de tomar super poderes descobrimos que ela está quase virando a super Masterchef, e até prometeu cozinhar pra gente quando a gente for pra festa lá em Carpina. Encontramos Socorro, presença confirmada na festa do dia seguinte, depois de fazer sugestões de roupas pra gente usar na festa e até das músicas que a gente podia dançar falou: " muito bonito esse trabalho de vocês aqui, às vezes uma coisa simples pode mudar o nosso dia, eu gosto muito daqui, já perguntaram se eu queria ir pra outro hospital, mas eu não saio de jeito nenhum, adoro o cuidado das pessoas aqui. Às vezes só um abraço aqui muda o dia, o abraço representa entrega de uma pessoa pra outra". Depois de ouvir isso senti que a gente não podia sair dali sem dar um abraço em Socorro. "A gente já descobriu que a senhora tem o dom de dançar, já disseram que a gente abraçava muito bem, a senhora quer um abraço?" Timidamente respondeu: " quero , mas nem vou poder abraçar direito por causa desse soro" "tem nada não, a gente abraça assim de lado", eu de um lado, Antonieta do outro, poucas partes dos corpos se encostaram, mas se encostaram o suficiente pra fazer socorro transbordar, na verdade não só Socorro... É difícil descrever, por coincidência (ou não) recebi de um amigo uma das melhores definições de abraço que já vi: a vontade incontrolável das almas tentarem se encontrar, e que encontro. Tivemos a certeza de que o choro também pode ser consequência do encontro, de que nem só o riso "pontua" como Gentileza sempre fala, de que a gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixa cativar. Pouco depois da gente se despedir dela e ir encontrar outra pessoa ela chamou a gente pra entregar dois chocolates e agradecer mais uma vez. Depois da atuação eu e Tascha concordamos que aquele era um dos chocolates mais gostosos que a gente já tinha comido, gostinho de mais um momento eternizado.
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