Querido DB eletrônico,
Ontem foi minha segunda atuação no HC, dessa vez foi no quinto andar, na hemodiálise! Fiquei ansiosa para a atuação porque seria em um andar que nunca havia visitado antes, não ia ter o conforto de corredores e quartos já conhecidos, como da última vez. Chegada a hora, eu e Madada nos preparamos, subimos a energia e fomos.
Como da outra vez, foi só abrir a porta que o jogo começou. Ao chegarmos no quarto da hemodiálise conhecemos dona Lucinete?, mãe de André, que estava esperando lá em baixo, e Andrea, que mora em Brasília e que tem dois filhos, Gabriel e Pedro. Ela nos contou que já havia ido pra Brasília de avião e que nossa ideia de ir pra lá a pé ou a cavalo não daria certo. Mas, mesmo assim, concordou que se visse um cavalo por aí nos avisaria. E nós concordamos em procurar por André para falarmos com ele. Sabíamos que ele era alto e tinha um nariz igual ao dela, um nariz "normal", e não feito o da gente, que tinha uma bolinha. Mas, ele não estava combinando com nós três, não estava de camisa listrada.
Enquanto conversávamos com Dona Lucinete ouvimos uma vozinha nos chamando. Perguntamos se Dona Lucinete conhecia a sua vizinha e ela disse que não. Fomos lá conhecê-la. Conhecemos então Dona Vera, que já se apresentou para nos falando em inglês e perguntando se conhecíamos as fadas e os pirilampes. Ela nos contou que tinha um cavalo, funqui, mas que não podia nos emprestar porque já estava emprestado. Descobrimos que ela tem um nome artístico, Veruska Popoviska, mas disse que não era artista, mas que escrevia livros. Já havia escrito, inclusive, um livro de 600 paginas, mas que ainda não havia publicado. Nos contou de que se tratavam deus livros e ao longo da conversa descobrimos que além do inglês ela também falava francês, italiano e espanhol. Quando disse que meu nome Tiramisù era italiano, terminei ganhando uma música italiana, que ela cantou pra mim. Depois disso, fomos presenteadas com mais uma música, dessa vez uma portuguesa, e insistimos que sabendo tantas línguas, cantar e escrever histórias ela só podia ser artista. Dona Veruska disse que não, que o que ela sabia fazer mesmo era conversar. Durante a nossa conversa, recebemos conselhos pra levar pra vida toda e fizemos um juramento com o mindinho pra que todas as vezes que entrássemos no hospital a gente desse o nosso melhor. A hora passou rápido e a gente nem sentiu. Nos despedimos, conhecemos André, que havia acabado de subir, e a visão do carrinho de comida com o jantar estava indicando que era hora de ir.
De volta ao quartinho onde nos arrumamos, tutu e risoleta não resistiram e fizeram dancinhas estilo dança pessoal antes de baixar a energia. 10,9,8,7,6,5,4,3,2,1 e acabou! Conseguimos de novo! Cada vez mais tenho a certeza de que é pra ir com medo mesmo e se jogar.
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