sábado, 15 de outubro de 2016

Risoleta Corujina - Estréia

Eu estava muito nervosa. Muito, mas muito nervosa. Minhas entranhas retorciam. Brincavam. Pulavam. Dor de barriga, socorro. "Calma, Madada, palhaço pronto é palhaço morto". Senti o mesmo nervosismo no rosto da minha MCM quando encontrei com ela perto do DAMUC, e vi o rosto feliz de Guga (provavelmente lembrando de quando foi com ele, e tentando nos tranquilizar). Por sinal, estou muito feliz com essa equipe heheh
Subimos para o sétimo andar. Orientações de Guga. Hora da maquiagem. Não tinha treinado minha maquiagem ainda (Cami quem tinha feito a parte prática), e demorei um pouco pra ajustar as coisas. Foi a primeira vitória do dia. Depois, subir a energia. Aquela contagem até o 10 que deixa o corpo formigando, e a explosão no olhar de Tutu Tiramisú que me mostrou que estávamos juntas. Nervosas, ansiosas, com medo, mas juntas. E tudo ia dar certo.
Primeiro quarto, nossa carta não entrou muito. Estávamos ainda muito nervosas. Como começar, o que fazer? Mas depois fomos entrando mais nos jogos. Conhecemos o quarto das meninas lindas e animadas. Descobri que, realmente, as vezes não precisamos fazer nada: Dona Severina teve crises de riso ao olhar pra gente, e mais ainda quando a gente se apresentou. A outra Dona Severina disse que só assim pra ela sair do cantinho dela; "ela é sempre tão calada", disse ela (enquanto eu sentia um calorzinho no coração). Convocamos DOna Maria das Montanhas pra rebatizar todo mundo no quarto. Saímos de lá após termos conhecido Dona Sorriso, Dona Riso, Dona Risadinha, Dona Batizinha e Dona Batigreza.
Voltamos ao quarto anterior, e agora a carta entrou. Conhemos um senhor quase-soldado que nasceu no ano da guerra da Alemanha (uma das três guerras, as quais o país foi derrotada em todas, segundo ele). Hora do remédio, fomos pro outro quarto.
Muitas trocas de olhares no corredor. Ela fez um coração pra gente, olha! Passamos.
Então, o encontro mais longo do dia - e o mais especial pra mim. Encontramos uma rainha de coroa azul, esperando seu marido (que não era rei), e que gostava muito de Barbie e Peppa Pig. Ela pediu uma história. Não sabíamos o que contar. Ela contou a vida dela toda. Disse que queria ser um pássaro. Chorou. Eu disse que queria ser uma coruja. Contou como cuidava dos pássaros. Contou a vida toda mais um pouco. E começou uma história, mas ela não lembrava o final. Risoleta e Tutu se encarregaram dessa parte. E concluímos, com os aplausos dela, a história de amor de um príncipe e uma princesa que virava um pássaro dourado.
Que banho na alma.

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