sábado, 22 de outubro de 2016
macaxeira+ charque, passo a passo
E finalmente o grande dia chegou. Sinto medo, muito medo... mas vou com
medo mesmo!! A ansiedade tem que ficar lá fora, mas pra mim ainda é difícil
colocar isso em prática. Encontro com minha MCM (Melca) para irmos juntas para
o setor. A cada passo a tão sonhada atuação se torna mais concreta, mais
palpável. Não me lembro de ter encontrado Melca nas oficinas ou de ter jogado
com ela antes, aquele seria um primeiro encontro pra nós duas em todos os
sentidos. Vestimos nossas peles e na hora da maquiagem faço minha primeira
“cagada” do dia: exagerei muuuuito no pancake vermelho e Vivi teve que me
salvar enquanto ria da minha cara (como sempre). Hora de subir a energia...
3,2,1! Coloco a máscara: é agora!! Será que ainda sei me jogar no vazio? Vou
com medo mesmo. Eu ainda não conhecia o COB e a primeira sensação que tive foi
de desconforto. Os gemidos de dor e sofrimento me incomodavam, mas eu tinha que
aprender a lidar com as dificuldades daquele espaço. Encontro a primeira pessoa
aberta ao jogo. A mulher olhava pra mim e ria sem parar (acho que era o excesso
de pancake kkkk), depois começamos a disputar o par de brincos azuis da senhora
(obviamente eles deveriam ficar comigo, já que éramos amigas há mais tempo). O resultado final foi: um brinco para mim e
um para Isolda (aff). O jogo tem que fluir, então entramos em outro quarto,
onde aprendemos a reboladinha pra subir na bola de GO, empina a bundinha e
mexe, mexe, mexe... a gente estava arrasando, mas a nota do exercício foi sete!
Fiquei indignada. Segue o jogo. No outro quarto encontramos uma moça que tinha
11 tios, claro que com uma família dessas nós não sairíamos de lá solteiras.
Entretanto, para o casamento acontecer tinha uma condição: eu teria a função de
lavar, passar e cozinhar pra família toda (fugi dessa!). Foram vários encontros
especiais, e apesar de Isolda entrar nos quartos falando mal de mim
(safadaaaaa), consegui fazer uma amiga chamada Cleide (<3), que se autonomeou
supervisora geral das acompanhantes. Foi lindo como ela sempre estava aberta ao
jogo e sempre que me sentia cansada ou sem saber o que fazer, encontrava com
ela e conseguia restaurar minha energia, além de me lembrar da razão de eu
estar ali. Amargamos muito o fato de não poder entrar na sala de recuperação
das cesarianas L. Elas estavam nos
chamando, tão abertas ao jogo, mas cuidar do setor e do outro é a prioridade.
Particularmente achei o COB bem pequeno, e muitas vezes tivemos que encontrar
as mesmas pessoas mais de uma vez. Quando a intimidade foi aumentando, surgiram
jogos que foram verdadeiros atentados à inocência. Fui chamada de sonsa várias
vezes, recebemos um tutorial de como arranjar uma gravidez (macaxeira + charque)
e Isolda se ofereceu para comprar uma edição inédita de um livro sobre a
gravidez: “Da concepção até a inesquecível viagem para a Partolândia”. Foram
vários momentos especiais, que fizeram a minha primeira atuação maravilhosa,
apesar de todo o medo e insegurança. Fiquei muito feliz por ter Melca como
minha MCM e lembro que falaram que a gente é a “tampa e a panela”, isso me
marcou bastante. Terminamos a atuação cansadas e eu senti que não dei o melhor
de mim e que tenho muito mais energia para oferecer ao setor. Sinto que eu e
Melca temos muito a construir em nossas atuações e não vejo a hora de encontrar
com ela outra vez!!!
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