segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Minha primeira vez

Eu até pensei que fosse ficar bem tranquila, afinal, a gente aprende que é só sermos quem somos que basta. Mas, e se o outro não gostar, não rir, se for ruim? Bateu o desespero e olhe que eu tava bem relax um hora antes da atuação.
- Bora vivi e nena, vamos subir logo.Pera, nena foi fazer xixi.
Nesse momento já não tava mais me contendo. Tava sentada, esperando a morte chegar... e com um riso nervoso ( fudeu ponto não tem como voltar você queria isso arrrrrhh elevador porra não quero mais vou sair do projeto porra chegou no cob veeeeeii).
Troquei de roupa ( eu perdi, espero que temporariamente, o sapato da pele original, então usei outro e peguei uma meia marron que acho que ficou legal apesar dela ser bem feia.  Me maquiei. O nariz. Nena e eu de mãos dadas tendando concentrar a energia que tinhamos. Eu não consegui muito bem, tava muito nervosa. Enfim, hora de ir. Saímos.

Um passo de cada vez, como quando se entra pela primeira vez em um mar desconhecido. Se apropriando do espaço e das pessoas, procurando por olhares de aceitação e convite . Uma espera, aparentemente, longa.
Acho que desenvolvi um ritual, toda vez que pretendia entrar num quarto. parava na porta, olhava pra uma das pessoas lá dentro e sorria ou piscava um olho, daí essa pessoa sempre ria e balançava positivamente a cabeça. Isso já quebrava o gelo e a gente tirava alguma brincadeira e conversava um pouco com os não-palhaços. A receptividade foi maior do que a que esperava, me fazendo diminuir a tensão com a decorrer da atuação. Mas mesmo assim, quando acabou e eu sentei, senti meu corpo todo dolorido, pesado mas, em compensação, internamente me senti leve, aliviada (ainda não entendi direito a razão desse alívio, talvez pq tenha ocorrido tudo bem...talvez).
As pessoas de lá foram super bem receptivas, conversavam e brincavam. Até aprendemos um pouco sobre charque, mandioca, limão, melão e malancia.
 Havia horas que o clima esfriava dentro do quarto e nós saíamos e íamos para outro, sempre repetindo o mesmo ritual.
Nós rodamos o cob várias vezes mas chegou uma hora que parecia que não dava mais, como se tivesse acabado os assuntos, eu não sabia mais oq conversar ou fazer. Apesar disso, saí da atuação sentindo que tinha usado o que na hora me apareceu e que tinha conseguido lidar com as situações de maneira proveitosa. Acho que rolou. Conseguimos.
Claro que pode ser beeeem melhor, eu e nena não nos conhecemos bem e foi a nossa primeira vez... mas acho que temos potencial, de verdade.
Foi uma boa experiencia hahaha

obs: qnd a mulher tá p ter o beb, se ela gritar ele sobe!!
isso é de conhecimento geral das pacientes!
A minha primeira vez bem educativa hahahaha

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