segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Do riso e do esquecimento

Meu DB, meu digno. Minha segunda atuação foi intensa. Começou já na hora do almoço. Te explico. Eu estava almoçando com Cami, Ari e Carol. Estávamos em uma energia imensa, cantando e dançando. Encontrei Myn com a energia lá em cima. Estava pronto pro setor. Chegamos na Onco e uma surpresa: um óbito não fazia 1 hora. A energia despenca. O corpo ainda estava no quarto. Ligamos pra Paulinha, nossa lindovisora provisória e mudamos de setor. Recupera a energia. Era impossível não se afetar. Aí chega uma mensagem de Paulinha: "Boa atuação hoje!". Cuida do seu MCM. Estou sendo cuidado. Vai dar tudo certo. Se joga no vazio.
Chegamos ao sétimo andar - nosso novo setor. Pedimos a chave, nos arrumamos. Subir a energia dessa vez foi mais especial. Estávamos só eu e Myn e a música ajudou. Performance a 100%, boca, olhos, braços acordados. Sobe o nariz e vamos. O medo da primeira atuação ainda estava lá, mas era mais leve dessa vez. Arcanjo me traz uma leveza que não sei explicar. A gente saiu. No primeiro quarto, um jogo inusitado. A senhora diz: "você sabe o que é o palhaço? O palhaço é quem rouba mulher". Não deu outra: minha função aqui é de ser ladrão. "Mas você quer roubar minha neta ou o ursinho dela?". O ursinho parecia mais aberto ao jogo. Vou atrás do urso. Mostra as mãos. Urso nas pernas. Mostra as pernas. Urso nas mãos. Abre as pernas e as mãos. Vem, Eulalia, me ajuda. Abram os dois, agora. Não tem mais o que fazer, o jogo vai se esgotando. Não posso deixar o urso e ir embora. Agora tem que ir até o fim. Dá um jeito dentro do jogo. Depois do erro não há nada. O que eu faço? O que eu faço? Pensa. Pensa. Pensa. Vou até a porta. Chamo uma menina passando. Entrego o urso. "Foi ela! Foi ela! Ladra! Ladra!" UFA! O jogo acabou. Fechou. Hora de fazer o chingling. A gente continua o jogo com a ladra. "Mas tu sempre rouba assim?" "Mas foi você quem roubou!" "Eu?  O urso tava na tua mão". Ela nos leva até sua mãe e, agora, um segundo ponto massa da atuação rolou. A dinâmica entre mim e Myn e algo tão natural, tão incrível. "Ela não lembra aquela atriz daquele filme?". Lancei o jogo, será que Myn sacou? "AH! Aquela? Daquele filme com aquele ator?" "ISSO! Com aquela cena daquele cachorro" UFA! Ela pegou! QUE MCM VIU? Por fim, o terceiro ponto alto: meu casamento. QUE casamento, viu? A gente começou olhando do lado de fora, só pra uma senhora de um quarto lotado. Só ela nos tinha notado. Ela olhava com um carinho, uma ternura. Depois de algum tempo, uma outra percebe: "Olha ele te paquerando, dona Severina". Entrei no jogo. Se é pra paquerar, vamos paquerar. O flerte com Severina não anda. Myn solta um: "Muda de foco, Arcanjo". OBRIGADO, MYN! CUIDA DE MYN! Aí rolou! Rolou muito! Com direito a daminha, a orquestra, a noiva e a aggiogiada. O quarto todo, que nem tinha nos reparado, estava mobilizado! Que lindeza! Que alegria! Que MCM! QUE atuação!

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