Estávamos programados pra atuar no ambulatório de oncologia,
um lugar que a gente nunca tinha ido antes e que todos falavam bem. Logo quando
cheguei na federal notei que tava tudo fechado e lembrei que era feriado, ou
seja, sem ambulatórios. “Aff, ia ser a última atuação do semestre, num lugar
novo, tava super ansiosa, e nem atuar vou mais”, e aí começamos a saga pelo
whatsapp pra tentar atuar em algum canto. Fomos pro sétimo sul. Já seria nossa
terceira vez lá. Começamos sem receber um quartinho pra trocar de roupa, apenas
o banheiro apertadinho msm. E aí, o que acontece pra completar? Isso mesmo, eu
esqueço meu nariz! “Ai meu deus, Marcelo, atua sem nariz também?”, pedi de uma
forma bem dramática na hora. Mas a insegurança bateu real oficial. O nariz,
digam o que quiser, tem um impacto grande e super chama logo atenção. Mas enfim,
fomos só com o nariz pintadinho de pinta
cara. Ai jesus.
Comecei ainda um pouco desconfiada, por pura besteira, mas seguimos. Np primeiro quarto nos perguntaram o que eram aqueles narizes vermelhos e aí Marcelo disse que era gripe e eu rinite. O paciente ao lado do que estávamos falando ficou logo espantado e reclamando que gripe era muito perigoso pra eles. Todos riram e disseram que era brincadeira, mas ops, Marcelo tava gripado de verdade.
Saímos do quarto e encontramos nossa colega super animada que tinha dançado com a gente da vez passada. Dançamos mais uma vez, dessa vez a música do pintinho amarelinho (acho que é esse o nome). Fomos em outros quartos, reencontramos outros pacientes, contamos e nos contaram novas histórias. Chegamos no último quarto (ou quase o último) e aí encontramos uma paciente muito parecida com nossa colega animada: "vocês são parentes?" "vocês são um clone?" "como eu sei que você é a original?" E num é que ela disse pra gente? Ela nos mostrou seus dedos especiais e únicos que nenhum clone poderia ter e nos deu a missão de achar esse clone e apresentar a ela.
Missão dada é missão cumprida.
Elas não eram parecidas. Mas valeu muito a interação entre elas. Quando chegamos no quarto ela tava ensinando a fazer seus ornamentos de papel, todos estavam bem atentos. Uma paciente tava sentada, quietinha ao lado, perguntei se ela não queria aprender também e aí descobri que ela era irmã da nossa colega animada dos corredores, descobri que ela não tava tão animada no momento e conversamos mais um pouquinho. Mas aí, não podíamos ir embora daquele quarto sem uma dancinha final, nossa colega começou a dançar com a gente e qual nossa surpresa? A irmã dela também! Dançou no lugarzinho que tava, um pouquinho, mas até em pé ficou. E ainda disse que foi melhor que a nossa dança. Fizemos outra! Essa ia formando um trenzinho aos poucos. Ela ainda achou a dancinha dela a vencedora, e tenho que admitir, eu concordei.
Em algum momento da atuação, não lembro bem qual, a gente começou a conversar com uma senhora que tava assistindo TV. Ela disse que era acompanhante e depois de pouco tempo, pouco mesmo, tava contando vários problemas e vários estresses e toda a sobrecarga que ela passa pra gente. Faz você pensar como todo mundo precisa de cuidado e de um poquinho de atenção.
Enfim, DB, não tô lembrando mais de muita coisa, mas vai dar bem muita saudade de atuar com Marcelo, já tinha me acostumado com ele, vai fazer falta nossos aquecimentos ao som de várias músicas bem inusitadas - pelo menos na minha cabeça kkkk -, dele sempre levar um espelho, que nos salvou em diversas situações e dele sempre estar lá por mim! Mas por enquanto estou ansiosa pelo Clownnatal, cheio de palhacinhos!
Beijo DB, acho que da próxima vez já serei interna SOS <3
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