sábado, 2 de dezembro de 2017

Quando a arte e a ciência se unem.

Mais uma vez na oncologia, e dessa vez queria deixar uns pensamentos um pouco mais científicos que vim prestando um pouquinho mais de atenção nesses últimos dias. Já é muito conhecido cientificamente a relação do estado da alma e o corpo. O estado de estresse contínuo e pequenas más notícias que são recebidas pelo paciente na UTI ou na enfermaria são responsáveis por elevar os níveis do hormônio do estresse circulante, o cortisol. Esse carinha elevado continuamente, devido ao estresse, é responsável por reduzir a atividade do sistema imune, vasodilatar os vasos e provocar destruição de áreas do encéfalo que destruídas promovem a produção de depressão grave, que por sua vez, eleva mais ainda os níveis de cortisol e estresse. A pouco tempo saiu uma publicação num desses artigos científicos, que níveis elevados de estresse e cortisol promovem também vasodilatação de vasos linfáticos. Sim mas e daí? O rolê é que baixo sistema imune, vasodilatação de veias e vasos linfáticos são um ótima oportunidade para a disseminação de células tumorais, provocando a famosa metástase. Essas descobertas colocam em xeque o método como são tratados os pacientes oncológicos, e nos trás a indagação se ao mesmo tempo que visa resolutividade, o ambiente estressante hospitalar possa contribuir também para o aparecimento de metástases tempo depois. Blz, bença... e ai? É que o máximo que se pode fazer para, ao menos, reduzir o estresse ou confortar o paciente oncológico, já parece ser massa para reduzir chances de metástases futuras. É nesse momento que entra o papel "medicinal" do palhaço de reconhecer o que tá doente e ruim no paciente, mas ver o que tem de bom nele e tentar mostrá-lo no ato de Encontrar. Não entramos no setor para disfarçar a dor ou servir de sedativo (até porque já tem muito medicamento que faz muito bem esse trabalho) estamos lá para segurar na mão, reconhecer essa dor, e dizer: e ai vamo simbora? Vamo em frente? 

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