Hoje
foi dia de atuar num setor que eu amoo, o ambulatório da Onco. Fomos pra o
quartinho nos arrumar, e como sempre, eu e Vitor arrasamos no quesito
esquecimento. Foram inúmeros problemas a serem resolvidos: esqueci meu sapato,
Vitor teve um problema com o suspensório, entre outras coisinhas que é melhor
em falar *-*. Conseguimos nos arrumar num tempo recorde de 25 minutos,
alongamos e subimos a energia contando histórias (morri de rir com a cobra e a
luz, obrigada Vitor <3).
Essa
foi nossa segunda atuação consecutiva no ambulatório da Oncologia, mas foi
beeem diferente da nossa primeira experiência. Hoje as pessoas não estavam tão
abertas ao jogo, e estabelecer um contato inicial com ela foi bem difícil.
Inclusive a sensação que dava era que quando nós chegávamos perto, as pessoas
meio que viravam a cara para nos evitar.
Isso foi um desafio que conseguimos superar na medida do possível. Cada pessoa
em que chegávamos era um desafio, um gelo a ser quebrado e tudo isso foi muito
desgastante. Entretanto, a sensação de quando essas pessoas nos permitiam
encontra-las era maravilhosa. Inicialmente encontramos uma senhora que usava um
turbante preto com uma pedra em cima, ela a princípio estava bem retraída, mas
depois comprou nosso jogo de que ela era uma vidente poderosa, e inclusive ela
conseguiu ver nosso futuro e ler nossas mãos. Depois encontramos uma mulher
jovem que estava aparentemente abatida. Ela tomava um suco de cajá e nós
tentamos dizer que aquele suco era o segredo pra aquela pele tão maravilhosa,
mas ela não levou pra esse lado e começou a nos contar que passou sete dias em
dieta zero e agora se alimentava apenas de líquidos e pastosos. Aquilo mexeu
muito comigo e confesso que foi difícil manter o corpo em trabalho depois dessa
história. Conseguimos, depois disso, encontrar uma zeladora que nos levou pra salinha
onde os zeladores ficam. Lá encontramos o tesouro escondido, que era uma
senhora que estava escondidinha mexendo no celular. No final das contas, nós
três acabamos fazendo um feitiço de proteção pra ninguém roubar o tesouro!!
Seguimos
pelo setor e encontramos uma menina que nos olhava com cara de “não venham
encher meu saco”, Vitor ainda tentou se aproximar, mas ela nos ignorava
completamente. Ficamos interagindo com outras pessoas e depois voltamos pra
essa menina. Começamos um jogo de Vitor conquista-la com instrumentos musicais,
mas ela sempre dava zero pra o bichinho L. Essa menina
estava beem abusada com a gente. Não deu pra identificar se era de brincadeira
ou se a gente estava realmente enchendo o saco dela, mas sei que o pai da
mesma, que estava na quimioterapia, ficou morrendo de rir (kkkkkk).
OBS:
Uma senhora perguntou se o corpo de Vitor era enchimento e ela falou bem sério!
LOOOOOOOOL
Depois
disso fomos para a sala de espera, quando entramos lá, ninguém nem olhou, foi
bem triste. Todo mundo virou a cara literalmente, exceto uma certa mulher (
nossa salvação). Começamos a brincar com ela, dizendo que ela era de um reino “Tão
Tão distante”, que ela tinha diamantes vindos da África, e combinamos de um dia
ir visita-las no seu reino em nosso cavalo.
Pra
finalizar, teve um jogo e um momento que talvez seja o momento mais UAU que
tive até agora. Eu e Vitor fechamos a passagem pra uma moça que estava andando
e ela começou a rir. Então dissemos a ela que estávamos na “ponte do Glamour” e
só passa quem jogar charme pra gente. Ela ficou morrendo de vergonha. A melhor
parte é que outras pessoas passavam, jogavam charme e a moça lá, parada,
juntando coragem. Quando a gente menos esperou ela olhou pra gente e
sensualmente ergueu as sobrancelhas... foi muito incrível esse momento!! Eu e
Vitor gaitamos e ela saiu bem rápido morrendo de vergonha. Nesse momento,
decidimos que já era hora de partir. E foi durante nossa conversa pós atuação,
que Vitor me falou que o mais importante é que conseguimos acessar as pessoas
por mais difícil que o setor estivesse hoje. Definitivamente foi como tirar
leite de pedra, mas foi extremamente gratificante.
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