domingo, 9 de abril de 2017

Tirando Leite de Pedra

Hoje foi dia de atuar num setor que eu amoo, o ambulatório da Onco. Fomos pra o quartinho nos arrumar, e como sempre, eu e Vitor arrasamos no quesito esquecimento. Foram inúmeros problemas a serem resolvidos: esqueci meu sapato, Vitor teve um problema com o suspensório, entre outras coisinhas que é melhor em falar *-*. Conseguimos nos arrumar num tempo recorde de 25 minutos, alongamos e subimos a energia contando histórias (morri de rir com a cobra e a luz, obrigada Vitor <3). 
Essa foi nossa segunda atuação consecutiva no ambulatório da Oncologia, mas foi beeem diferente da nossa primeira experiência. Hoje as pessoas não estavam tão abertas ao jogo, e estabelecer um contato inicial com ela foi bem difícil. Inclusive a sensação que dava era que quando nós chegávamos perto, as pessoas meio que viravam a cara para nos evitar.  Isso foi um desafio que conseguimos superar na medida do possível. Cada pessoa em que chegávamos era um desafio, um gelo a ser quebrado e tudo isso foi muito desgastante. Entretanto, a sensação de quando essas pessoas nos permitiam encontra-las era maravilhosa. Inicialmente encontramos uma senhora que usava um turbante preto com uma pedra em cima, ela a princípio estava bem retraída, mas depois comprou nosso jogo de que ela era uma vidente poderosa, e inclusive ela conseguiu ver nosso futuro e ler nossas mãos. Depois encontramos uma mulher jovem que estava aparentemente abatida. Ela tomava um suco de cajá e nós tentamos dizer que aquele suco era o segredo pra aquela pele tão maravilhosa, mas ela não levou pra esse lado e começou a nos contar que passou sete dias em dieta zero e agora se alimentava apenas de líquidos e pastosos. Aquilo mexeu muito comigo e confesso que foi difícil manter o corpo em trabalho depois dessa história. Conseguimos, depois disso, encontrar uma zeladora que nos levou pra salinha onde os zeladores ficam. Lá encontramos o tesouro escondido, que era uma senhora que estava escondidinha mexendo no celular. No final das contas, nós três acabamos fazendo um feitiço de proteção pra ninguém roubar o tesouro!!
Seguimos pelo setor e encontramos uma menina que nos olhava com cara de “não venham encher meu saco”, Vitor ainda tentou se aproximar, mas ela nos ignorava completamente. Ficamos interagindo com outras pessoas e depois voltamos pra essa menina. Começamos um jogo de Vitor conquista-la com instrumentos musicais, mas ela sempre dava zero pra o bichinho L. Essa menina estava beem abusada com a gente. Não deu pra identificar se era de brincadeira ou se a gente estava realmente enchendo o saco dela, mas sei que o pai da mesma, que estava na quimioterapia, ficou morrendo de rir (kkkkkk).
OBS: Uma senhora perguntou se o corpo de Vitor era enchimento e ela falou bem sério! LOOOOOOOOL
Depois disso fomos para a sala de espera, quando entramos lá, ninguém nem olhou, foi bem triste. Todo mundo virou a cara literalmente, exceto uma certa mulher ( nossa salvação). Começamos a brincar com ela, dizendo que ela era de um reino “Tão Tão distante”, que ela tinha diamantes vindos da África, e combinamos de um dia ir visita-las no seu reino em nosso cavalo.
Pra finalizar, teve um jogo e um momento que talvez seja o momento mais UAU que tive até agora. Eu e Vitor fechamos a passagem pra uma moça que estava andando e ela começou a rir. Então dissemos a ela que estávamos na “ponte do Glamour” e só passa quem jogar charme pra gente. Ela ficou morrendo de vergonha. A melhor parte é que outras pessoas passavam, jogavam charme e a moça lá, parada, juntando coragem. Quando a gente menos esperou ela olhou pra gente e sensualmente ergueu as sobrancelhas... foi muito incrível esse momento!! Eu e Vitor gaitamos e ela saiu bem rápido morrendo de vergonha. Nesse momento, decidimos que já era hora de partir. E foi durante nossa conversa pós atuação, que Vitor me falou que o mais importante é que conseguimos acessar as pessoas por mais difícil que o setor estivesse hoje. Definitivamente foi como tirar leite de pedra, mas foi extremamente gratificante.


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