sábado, 15 de abril de 2017
o melhor bate-bate do mundo
Chegamos na enfermaria do sexto andar numa manhã bem chuvosa, não tava um dia muito animador, aquele céu cinza sempre desce um pouco minha energia, mas foi só ver a reação de Mym ao lembrar que o sexto andar era a pediatria que a minha energia subiu, os olhinhos brilhantes e o sorriso dela cheio de energia fizeram minha energia subir tanto que tive uma das contagens mais rápidas da vida. No primeiro quarto uma enfermeira nos ensinou a aplicar a injeção do riso, bilateralmente na região inferior do toráx, fazendo movimentos rapidinhos. O sucesso foi 100%, Vanessa da Mata do riso frouxo nem precisava tanto dessa injeção. Fizemos a lista com os convidados vips da festa além da playlist. Tentamos, tentamos, tentamos muito fazer o homenzinho em miniatura sair da salinha pra falar com a gente, mas ele só ria e se escondia, e na hora de rir nos deu um abraço bem apertado, talvez tenha sido até melhor ele não ter vindo logo, a expectativa desse encontro deixou tudo melhor. No corredor encontramos a dona de uma pedra preciosa preocupada com a irmã que tava no nono andar, mas que se rendeu a um abraço que a fez transbordar, provando pra gente que o choro também pontua, e como pontua. No caminho fomos elogiadas pelas nossas roupas por uma residente " posso tirar uma foto de vocês? Eu também sou palhaça sabia?" infelizmente não deu tempo de pedir pra ela provar pra gente que era palhaça mesmo por causa da correria das visitas, mas espero que ela ainda encontre muitos palhaços em outros dias pra matar a saudade. Entramos numa loja de bonecas, cada uma mais linda que a outra, mas ninguém queria vender, sempre ouvíamos que não tinha dinheiro no mundo que pagasse, conseguimos combinar algumas trocas, eu e Eulália íamos trocar de lugar com uma moça do quarto e assim poderíamos brincar com todas as bonecas. Chegamos num parque de diversões e com certeza foi a melhor ida pro bate-bate que já tive, um bate-bate imaginário, no fim teve corrida dos carrinhos e a definição dos campeões, mesmo depois das medalhas o prêmio que todo mundo queria era poder ir pra casa, só restava pra gente torcer que esse prêmio chegue logo! Já na hora de ir embora tivemos um encontro de partir um pouco o coração, a mãe de uma das bonequinhas esperava a gente no corredor pra conversar e dizer o quanto estava sendo difícil pra ela ficar ali no hospital, que a convivência com as outras mães no quarto não era muito boa, que ela estava muito estressada com tudo, entre massagens e mais um abraço triplo apertado, conversamos com ela, mas a sensação de não poder fazer muita coisa pela situação me deixou de coração partido e pensando nela desde aquele momento. Cada dia tenho mais certeza do quanto esse projeto é importante pra nossa formação, encontramos pessoas, percebemos suas vulnerabilidades, refletimos sobre as nossas, pra gente nunca esquecer que cuidamos de gente como a gente!
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