domingo, 23 de abril de 2017

O que a gente dá e o que a gente recebe?

Querido DB,

Essa semana foi a vez de voltar à pediatria (só tinha ido uma vez lá até então!), e como tem que ser na emoção, eu não tinha tido um dia muito legal, e tava doida pra ir pra casa.. Mas, deu a hora de atuar, me encontrei com Cami e Beatan e subimos para o setor. As conversas e dancinhas ao longo do processo pele-make-energia já começaram a me deixar melhor, e foi ao som de Backstreet Boys que subimos a energia e colocamos o nariz, relembrando momentos da dança pessoal. De narizes apostos, adentramos no corredor.

O quartinho dava de frente para dois quartos, espiamos um deles, que, olhando de fora, parecia estar vazio, e nos deparamos, para nossa surpresa, com um menino perdido! Mogli, além de sozinho, estava enjaulado, tadinho! Considerei roubar o menino e levar pra casa, mas, achamos mais sensato fazer uma #denúncia e as primeiras pessoas que encontramos estavam na sala de procedimentos. Contamos que Mogli estava abandonado e enjaulado e o homem lá não acreditou! Chamamos então para que ele fosse ver. Ele entrou corajosamente no quarto, confirmou a nossa #denúncia, mas disse que na verdade Mogli não era ele, era ela! Então, estávamos diante de uma menina perdida. Saindo do quarto, sem querer deixar a coitada abandonada lá, nos reparamos com uma pessoinha de bermuda amarela que olhava desconfiadamente para a gente. Ele não tardou em nos explicar que a mãe de Mogli ja já voltava, e que ele estava olhando o quartinho dela. Pedimos, então, para o senhor guarda se posicionar no seu posto, mas logo percebemos que ele na verdade estava enrolando a gente, e que estava esperando só a gente virar de costas pra fugir do setor, descobrimos seu plano! O guarda pinóquio desmentiu tudo e disse que "ficaria de guarda". Sei... só observo! 👀

Seguimos para outro quarto e conhecemos, ainda no corredor, a bebê Ana Clara, que pareceu ter ficado hipnotizada por nossos narizes diferentões🔴, quase como se eles atraíssem magneticamente a sua cabeça. Pra onde o nariz fosse, a sua cabecinha ia junto. E, por falar nessa cabecinha, ela estava maravilhosamente enfeitada por, não um, mas dois laços amarelos! DOROTÉIA, ELA É TUA GÊMEA!🎀 E pelo visto era mesmo, porque a baby não conseguia tirar os olhos de Dory, mas ela preferia admirar a distância, nada de chegar muito pertinho. Ana Clara era simplesmente um arraso de bebê, com suas unhas laranja neon e seus sapatinhos de dar inveja, a mãe concordou que ela seria uma modelo digna de passarela! Mas cuidado aí, que o pai é ciumento, não largou a bebê do colo, e quer que ela vá pra faculdade! Vizinho à Ana Clara, conhecemos outro bebê super fofo, Carlos Miguel, que, além de também ser um arraso de bebê (ele usava uma sunguinha de toy story), também tinha uma fixação pelos nossos narizes, e queria pegar algum deles pra ele, não deixa Coralinda!! Não entendi porque essa fixação toda! Ele também tinha um nariz, vermelho como o nosso, só que muito mais legal, porque servia como chupeta! Demos um instantinho nesses dois babys para olhar outro bebê que estava em um soninho gostoso no berço da frente, que estava todo preenchido pelos lençóis e almofadinhas mais fofinhos e quentinhos para que ele dormisse no maior conforto do mundo. Ficamos com #invejinha dele. E aí, nesse pequeno instante, quando nos viramos para os outros bebês - txan-ran-ran-ran, txan-ran-ran-ran, txan-ran-ran-ran-ran - O QUE É ISSO? ROMANCE?! Ver os dois assim, um de ladinho do outro, deixou claro e evidente que eles já eram um casal, Romeu e Julieta 💖. A mãe de Miguel apoiou logo o romance, disse que Ana Clara era uma boa pretendente pra ele, mas, o pai de Ana Clara, ciumento que era, disse que ela ia pra faculdade. KKKKK Dissemos que eles podiam ir pra faculdade juntos, mas ele insistiu que Ana Clara iria pra faculdade e que não era pra pensar em namoro. Dissemos que Miguel podia esperar por ela, pra eles viverem esse romance depois que os dois se formassem, e a mãe dele concordou. Pausa pra foto com essa futura família, pra já deixar os laços bem amarradinhos, e seguimos para outro quarto. Ps.: Tirar fotos com esses bebês foi uma verdadeira aventura porque não tinha acordo com Ana Clara, ela só queria olhar para nossos narizes, e ficava virando o rosto da câmera, para frustração de seu pai, pra olhar pra gente. Ficamos nos revezando pra chamar sua atenção, e depois de muito esforço a foto saiu!

Quando estávamos indo para o outro quarto, vi de relance o que pareceu ser um anjinho entrando em um dos quartos 👼... Dorotéia percebeu também e logo falou: Eu acho que vi alguém conhecido ali! Fomos lá espiar, e encontramos Dra Georgia (maravilhosa). Ela parou pra conversar com a gente, falou sobre o projeto, e como sempre, mexeu com nossos coraçõeszinhos, fazendo a gente pensar sobre o que é estar nesse projeto, e deixou pra gente uma reflexão, disse para, em tudo o que a gente fizer, sabermos pra quem fazemos, o que a gente dá e o que a gente recebe. Guardei essa frase naquele lugarzinho bem especial que temos dentro da gente, onde a gente coloca aqueles momentos que não queremos esquecer. Foi um encontro bem rapidinho, mas também bem especial. Fiquei na
 vontade de dar um abraço, e, pra que eu não ficasse só na vontade, Dory perguntou se eu poderia dar um abraço nela, e o que começou como um abraço meu, terminou como um abraço nosso, coletivo, e bem especial! 💙    

Seguimos para outro quarto e encontramos com mais três bebês. Um deles, maiorzinho, estava stalkeando a gente a um tempão mas toda vez que tentavamos contato ele corria e ficava ignorando a gente. Não quis conversa. Quanto aos outros dois, descobrimos serem príncipes! Mas não qualquer príncipe, eles eram desses príncipes que usam armadura, dignos de uma coroa!👑 Mas, porque reinar sozinho, se você pode reinar junto com alguém? E foi isso que esses bebês fizeram, cada um carregava metade da armadura, e juntos, Baby e Heitor se completavam. Quando estávamos nesse quarto, chegou a visita mais esperada por todos, a moça empurrando o carrinho de comida, hmmmmm. Mas ela não quis dar nem um nem dois pra gente 😢. Quando ela se virou tentamos roubar o carrinho e sair correndo, mas ela viu (droga!). Saindo de lá, nos encontramos mais uma vez com pinóquio, que trazia boas novas: a mãe de Mogli havia voltado! Mas, dado o nome do nosso guarda, fomos lá averiguar. E, realmente, ela havia voltado, mas, pelo visto não estava muito preocupada em fazer companhia para Mogli, que continuou sozinha dentro do quarto, tadinha! 💔 

Enquanto conversávamos com pinóquio, percebemos mais uma pessoa passeando pelo corredor, um menino galeguinho que parecia estar ou fixado pelo painel de madeira da parede, ou bastante entediado. Perguntamos a pinóquio se ele conhecia o menininho, e ele disse que não. Como não acreditamos, fomos lá procurar saber. Ele não se mostrou muito disposto a conversar, mas encontramos a mãe dele e fomos conversar com ela. Descobrimos seu nome, Otávio. Tentamos chamar sua atenção, olhar e paquerar pra ver se batia a química, mas tudo parecia ser mais interessante que a gente. Tentamos dar um gelo, ignorando a ignorância dele, e nada 😞. Última tentativa, cantarolamos seu nome de um jeito digno de serenata, mas ele era um galego difícil. Poxa! Tudo bem, fomos embora. Passando mais uma vez pela sala de procedimentos, percebemos algo que não tínhamos percebido antes, uma boneca roqueira estava em uma situação meio complicada, espremida atrás do armário, demos uma ajuda a nossa amiga e reparamos que ela tinha mechas de cores variadas no cabelo. Achamos que mechas assim poderiam ficar legais no cabelo de Cora, e, quando íamos perguntar se tinha um cantinho para pintarmos o cabelo dela, percebemos que Otávio tinha ido ver, discretamente, para onde havíamos ido! Quando ele percebeu que havia sido descoberto, saiu correndo e foi se esconder enfiando o rosto na cama, todo vermelhinho. A gente viu, viu?? Você foi atrás da gente! Ele voltou a ignorar a gente, e começamos a pensar se o engano não havia sido nosso... FOI TUDO UM SONHO?! FOI TUUUDO UM SONHO, FOI TUUUUDO UM SONHO...

E assim, a atuação se esmaeceu.

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