3... 2... 1...
Se Joga!
"Use seu poder aranha! Vamos escalar!" Grudamos nossos dedos na parede e a escalamos ao lado do Homem Aranha.
Meu estimado diário de bordo, saiba que eu estava com saudades suas! E fique ciente de mais uma coisa: a primeira atuação no hospital é mágica. Pelo menos a minha foi.
Mas vamos começar do começo.
Reconhecimento do local, conversa rápida com a enfermagem, troca de roupa e maquiagem no quarto disponibilizado ao som da nostálgica trilha sonora selecionada pelo nosso incrível tutor, Dudu! Que momento sensacional. Único. Insubstituível. Inigualável. Emocionante. Tudo pronto? Sim! Subir energia. Mas antes, conselhos, dicas e uma bela mensagem de Dudu. Cara, você é fera! Elephant Gun. Olhos fechados. Corpo pulsando. Contagem. E encontrei minha MCM. Energia no olhar. Ansiedade. Curiosidade. Abrimos a porta. Orangino Máximus e Marieta Melhoral estavam na área.
No primeiro quarto, encontramos Sara. Uma linda garotinha de olhos curiosos, mas muito desconfiada. Falamos com ela, mas ela não estava pra muito papo no momento. Dissemos que voltaríamos depois e saímos do quarto. E com quem nos deparamos? O Homem-Aranha! Sim, Lucas estava com uma energia transbordante! Corria de um lado para o outro! E ao vermos sua camisa do super herói, começamos uma guerra de teia! Até que resolvemos escalar a parede! E subimos bem alto. De repente, no corredor alguém vem em nossa direção. A pequena Sara. Com os mesmos olhos curiosos, chegou bem perto, nos abaixamos e sem nenhuma palavra proferida, nos deu o melhor abraço da face da terra. Voltamos para o quarto dela e vimos seu caderno de desenho, e conhecemos suas filhas (bonecas). Em seguida, descobrimos que ela tinha uma maleta médica e ela nos explicou o funcionamento de alguns instrumentos. Encontramos Vinícios, o menino do "Chegue Batendo" mais forte que existe. No quarto ao lado, estava hospedada a corte real, com Edilady, a tia Lady do aspirante ao trono, que estava nos braços da rainha, ao lado do berço real, onde estava depositada sua coroa. Despedimos-nos da realeza, explicamos que estávamos sendo perseguidos e portanto precisávamos fugir! Ouvimos um choro vindo do outro quarto. Ao chegarmos na porta, demos de cara com Gabriel, que instantaneamente esqueceu de chorar. Ele estava nos braços da mãe e tinha somente oito meses. Nos nutrimos com suas gargalhadas, e ele com minha gravata, que quase foi inteiramente devorada. Marieta Melhoral foi espetacular. No leito ao lado estava, Wesley, sua mãe e seu pai, que era jogador do Sport e não havia feito gols no jogo de domingo. Percebemos que estávamos sendo espiados, e descobrimos duas belezinhas: Ana Lúcia e Mayara. Cuja capacidade da fala não possuíam por estarem com as pilhas fracas. Trocamos as pilhas de Mayara e ela falou seu nome e idade. Para Ana Lúcia, foi preciso uma bateria e óleo de cozinha para suas articulações se afrouxarem. O jantar estava chegando e pedimos que as meninas nos escondessem, porque desconfiamos que era a tia do jantar que nos perseguia. Mas a tia do jantar era do bem! Pelo menos foi o que ela nos disse! Acreditamos. E então ela perguntou:
"Quem é Mayara?" Enquanto separava o jantar.
"Sou eu!!!" Disse prontamente Marieta.
"Ah, é você?!" E entregou o jantar a Marieta. "E quem é Ana Lúcia?"
"Sou eu!" Respondi e recebi meu jantar.
Sentamos na mesa, mas como não estávamos com fome, demos nossos jantares para as meninas.
Decidimos seguir a tia do Jantar. E a próxima entrega foi para Eduardo. Espiamos pela janelinha de vidro e então entramos pra descobrir se a comida dele tava boa. O pai dele também recebeu o jantar, mas não estava comendo. Perguntamos se ele não gostava do menu da noite.
"É que não estou com fome agora." Respondeu.
"Oxi, então a gente pode comer?" Perguntamos.
"A fome apareceu" E pegou o prato.
"Espertinho teu pai, hein!" Falamos para Eduardo que começou a rir junto ao pai.
Eduardo nos disse que no quarto ao lado havia um outro Eduardo que fez cirurgia da cabeça do fêmur e que queria nos conhecer, que estava nos aguardando. Como todos sabem o fêmur é o nome correto do dedo mindinho. Mas Eduardo teimou que era outra parte do corpo! Pobre Edu, tem que estudar muito ainda. Ao chegarmos lá, discutimos sobre as cores de nossas bocas e acabamos pintando a dele de rosa e preto. Foi uma luta para proteger minha MCM dos ataques ao seu nariz!!! Até que chegou uma linda borboleta em seu casulo verde (muito parecido com lençol de bloco cirúrgico por sinal) guiada por Sérgio (o maqueiro) numa cama de rodinhas. Maria Luíza, se não me engano! A mãe de Eduardo começou a falar de Carpina e que eles estavam esperando uma ambulância ainda esta noite, para voltar para sua cidade. Após entendermos que Carpina não era um bicho ou alguma espécie de comida, decidimos roubar a vaga de Eduardo, e corremos para a ambulância! Saímos do quarto! Vimos Ana Lúcia e Mayara já de bucho cheio, nos despedimos e partimos. Vimos duas moças num belo banquete que nos oferecem comida, mas como eu estava de regime tive que recusar. Mas combinamos de participar de uma corrida no fim de semana e as convidamos para o jantar no palácio do príncipe que estava no quarto mais a frente. Quase próximo à saída, esbarramos na enfermeira psicopata que tentou assassinar brutalmente Marieta a la Norman Bates (Psicose). Mas apesar dos pesares, alcançamos a ambulância e partimos para Carpina!
Uma sexta-feira muitxo louca! Intensa! Imprevisível! Cheia de surpresas! E ao lado da minha MCM!!!
Uma sensação indescritível se apodera do meu coração. E sigo para a minha casa realizado. Meu estimado diário, no setor há um infinito de possibilidades! Quero mais!
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