sábado, 31 de outubro de 2015

CIRCO DA VIDA

Olá,DB!!
Essa onda de feriadão me deixou meio desorientada e acabei passando do prazo de te escrever sem querer (tenho que consertar meu relógio biológico, me lembre disso!!).
Enfim, dessa vez, eu e meu MCM tivemos a oportunidade de atuar na ala de alojamento conjunto (vulgo, maternidade). Homi, a gente perdeu a hora enquanto encontrávamos várias pessoas lindas e histórias diferentes. Foi simplesmente sensacional.
Primeiro. Banheiro único. Bora lá. Enfermeira engraçadinha diz que vai esconder o segredo de termos nos trocado na mesma sala. Coisas do ofício. Vou acabar me acostumando (meu querido Muri, pode apostar que confio em sua sinceridade em dizer que não está olhando, e é bom que não esteja espiando mesmo hahahaha).
Sobe a energia e não esquece de segurar o jogo. Lugar novo. Apontar. Fogo!
E a gente encontra seu Zé. Nome singular e por vezes comum nesse mundão nordestino. Mas em tudo somos Zé na vida. Compartilhamos histórias, tropeços e sorrisos. Só tenho a agradecer por ter comprado nosso jogo (ele até queria levar a gente pro interiorzão dele). "E onde cês trabalham?" -"A gente é do circo da vida, seu Zé"; "Apoi se eu fosse prefeito, chamava vocês lá pra levar alegria pro meu povo". Tá guardado no peito o encontro com seu Zé e sua família.
Teve a mulher onça (que não deixava ninguém encostar em suas crias); Teve o rei (do trono) com seu príncipe Arthur e sua rainha (também do trono), uma família maravilhosa e completamente brincalhona. Que bom foi partilhar daquele momento mágico pra vocês, que é a chegada de uma nova vida.
Mas também teve sua parte triste, DB. A gente também esbarrou com mulheres que levavam certa tristeza no peito, e a dor de não ter seu filho ao lado, em algumas, o filho já tinha nascido morto; em outras, o menininho não suportou e voltou para os braços de Jesus. Por mais que quiséssemos arrancar aquela tristeza delas, sabíamos que tinham que passar por aquele momento. Cabia a nós respeitar e não deixar a energia baixar, nós ainda as encontramos, olhamos no fundo de seus olhinhos doloridos do acontecido, olhinhos agradecidos do encontro, da partilha.
As enfermeiras são lindas. Todos os trabalhadores do setor são graciosos. Entraram conosco nessa atuação e foram cruciais para que tudo desse certo. E àqueles que nos agradeceram por termos ido lá, eu só tenho a agradecer por me encherem de vida sempre que olham nos meus olhos e me encontram, por me mostrarem quão humana sou e quanto ainda preciso aprender nesse circo que é a vida.
Até mais, DB!!

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