quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Como se fosse a primeira vez

UAU!! Há dois anos eu estava sem atuar no setor! Dois anos! Vai pro intercâmbio, volta de lá, demora pra se adaptar, foca na rotina... algumas externas aqui e ali sempre fazem bem, mas o bom e velho dia-a-dia do setor é o que mais me alimenta a alma, coisa que hoje eu redescobri! A manhã foi super tranquila, sabendo que iria atuar à tarde, mas na hora de subir o elevador, a energia foi subindo junto, com aquele friozinho na barriga igualzinho ao que senti na minha primeira atuação, láááá pra trás no tempo! E lá fomos nós: Laurete, Aninha e Daniboy rumo à enfermaria da oncologia.

Prepara, projeta, junta a energia, conta até 10 e explode o olhar! Estacionamos o nosso helicóptero e entramos no primeiro quarto que vimos pela frente. Conhecemos uma família graaaande, o senhorzinho que tinha 27 netos e 4 bisnetos; soubemos no centenário da matriarca da família e fomos convidados para a festa: 100 anos, 100 quilos de bolo para 100 convidados, tudo isso em Campina Grande... pega a estrada pra Campina Grande! Eita! No meio do caminho a gente desvia pra Chão de Pureza, terra natal de Milho Verde, lá pertinho do interior de seu Severino que criou 16 filhos correndo no meio do mato e tomando banho de açude. Mas e Campina Grande? Voooolta pro caminho, que  agente precisa chegar no centenário!

É nessa hora que Batoré Pitchulinha se revela um dos maiores empreendedores que esse setor já viu! Ô menino pra saber fazer propaganda dos apartamentos com vista pro mar! Teve até binóculo pra ajudar a admirar a paisagem! Vendemos um apartamento por outro igual em um leilão disputadíssimo entre seu Manoel e seu Nelson. Vendemos um outro apartamento a seu Zé em troca de seu irmão Biu (e ganhamos um irmão!). Dona Elza não quis vender o seu espaço no corredor, mas gentilmente nos permitiu desfrutar gratuitamente de seus sofares e cadeiras confortáveis (ops!! Batoré teve que pagar com dois chêros: um em Floribela e outro em Milho Verde). E o maior faturamento do dia: um apartamento vendido a seu Barba Ruiva pela bagatela de 2 mil abraços!

Barba Ruiva é um rapaz jovem, claramente bastante abatido pela sua doença, mas possui olhos que têm sede de comunicação. Tivemos que sair às pressas do quarto quando o homem do raio chegou para radiografar o paciente ao lado, e dali do corredor eu só via aquele olhar envolto num rosto laranja nos perseguindo... tínhamos que voltar! Depois de muito vai e vem, não é que acabamos lembrando que não havíamos recebido o pagamento pelo apartamento que vendemos ao Barba Ruiva??? Isso mesmo, aqueles 2 mil abraços! Para a nossa felicidade, esse rapaz não era um caloteiro, e assim trocamos os devidos 2 mil abraços, bem apertados e bem verdadeiros, e de gorjeta ainda ganhamos as lágrimas daquele homem escorrendo em direção ao sorriso largo que se desenhou em seu rosto. Ainda bem que voltamos!

O setor nos recebeu muitíssimo bem!! Atenção especial a toooodos os funcionários, que mergulharam de cabeça em nosso pequeno universo paralelo! Até tomamos pinga com um deles...

Hora da despedida, voltamos ao nosso helicóptero. Descemos a máscara e chorei abraçada ao meus MCM's. Floribela Chambinho e Batoré Pitchulinha, muito muito muitoooo obrigada!!!! Vocês são incríveis!! E hoje fomos incríveis juntos! Milho Verde agradece! Tarde linda, tarde de sol e luz!

Lau.

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