sábado, 24 de outubro de 2015

Pra tudo tem primeira vez.

Bem, ontem foi a nossa primeira visita no setor.

Primeiro reconhecimento:

- Vanessa Vesgulina, vamos entrar de mansinho no setor de Oncologia e vamos reconhecendo o espaço, devagarzinho, se ambientando naquele que será nosso cenário. Em cada porta, palavras: superação, confiança, foco, fé, coragem, renascimento, esperança. E neste corredor, uma porta para um infinito de possibilidades.

Primeira socialização:

- Oi pessoal da enfermagem!! Tudo bom com vocês? Somos da palhaçoterapia! Qual o nome de vocês? Onde podemos nos trocar? Muito obrigada :)

Primeira pele/maquiagem do setor:

- Ai meu deus! Se troca, nem muito lento, nem muito rápido. Ainda aprendendo a se maquiar, tá bom? ainda não está do jeito que eu queria! ah, mas vai assim mesmo. Hoje é o primeiro dia.
Ahhh, ai minha barriga, tô com bolinhas com borboletas e tudo misturado.

Primeira  subida de energia:

 - Como vamos subir a energia? Ahh, vamos dar as mãos e contar até dez, como fizemos na oficina porque a energia de um passa pro outro. 1, 2, 3, 4...10: Sobe a máscara-objeto, explode o olhar!!

Primeira saída pra o setor:

- Vamos, vamos! Já vejo olhinhos curiosos querendo saber porque estamos lá.

Primeiro quarto:

- Capitão CFC, grande pescador em tempos outros. Estamos no mar, nos ensina a nadar? Temos que chegar na sua cama-barco. E o capitão CFC nos recebeu com um sorriso enorme, entrando no jogo, entrando na brincadeira. Como é o nome da sua cama barco? Que bom que fomos recepcionadas assim, com o olhar dele e o sorriso, porque isso no encheu de mais energia pra continuar a nossa saga. E ele nos propõe um desafio? Quantos ossos tem na mão?

Primeiro depois do primeiro quarto:

E vamos em busca da resposta. Encontramos a sereia Andreza, rica, grande empresária do ramo de peixes, disse que não sabia. O capitão Barba Ruiva e o capitão João disseram 5 e 10 ossos, respectivamente, mas não estavam tão certos da própria resposta. A Dona Regina, com seu fiel escudeiro e esposo, sentando ao seu lado firme em todos os instantes nos disse que não tinham ossos nas mãos. Maria, companheira de capitão José, sorria, sorria e sorria. Capitão Salviano, dono da cama-barco Belchior cantou junto comigo " Foi com medo de avião, que eu segurei pela primeira vez a sua mão..." e assim fomos levando o jogo, se jogando no vazio e descobrindo uma realidade paralela que nem sabíamos que existia quando chegamos.

Primeira atuação:

Primeira de muitas. A primeira impressão que tenho é que é preciso aguçar muito a sensibilidade para o encontro. É  preciso saber a hora de chegar, de sair, de se aproximar e de criar alguma outra realidade. Respeitar o espaço do outro é fundamental. Notei que quanto mais acreditava na realidade criada, mais eles entravam no jogo. Percebi que a energia às vezes queria cair, mas tinha minha MCM ao meu lado e olhava para ela todas as vezes que isso queria acontecer. E quando tinha algum amargor, por alguém que não queria entrar no jogo ou não olhava pra gente, eu tinha mais uma vez minha MCM.

E que venha mais!

Apenas começamos...





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