Olá, DB. Minhas memórias, esse poderia ser o título dessas
últimas atuações. Sei que é mequetrefe deixar pra contar o que aconteceu só bem
depois. Mas to correndo atrás do prejuízo. Enfim... atuar mais uma vez na
pediatria, o setor que eu achava, antes de começar essa minha vida Clown, que
seria o mais fácil, o mais simples, afinal são crianças e crianças se deixam
levar pelas brincadeiras, pela magia. Engano meu, que setor complicado, que
setor difícil, mas que setor mágico. Sei que parece antagônico, mas é. As crianças
não são nada fáceis, mas elas carregam uma pureza e uma inocência que dá gosto
de ver e, consequentemente, dá gosto de participar de toda essa magia. Pois bem,
deixa eu começar a falar o que se passou nessa minha ida à pediatria. Chegamos,
eu e Danda, olhamos todos os quartos, fomos até o final do corredor, eu sempre
faço isso, gosto de sentir a energia do lugar antes de entrar como Carequinha. Acho
que Danda pegou essa mania agora kkkk... nos preparamos, subimos a energia e
fomos. Primeiro encontro, ganho um copo de suco de goiaba, obrigado tia do
carrinho de comida =). Entramos no primeiro quarto, um garotinho muito simpático
abriu um sorriso e olhou para seus pais como quem diz: como assim? Kkkk foi
massa, os pais bem receptivos nos deixaram à vontade e as brincadeiras fluíram.
Outros encontros no corredor, Laurinha, no começo toda com cara de poucos
amigos, mas ela não resiste, é uma das primeiras a entrar na brincadeira, foi
isso que aconteceu. Percorremos todo o corredor, fomos até o último quarto, lá
um garotinho se encantou com meu sapateado hahahaha.. os meus sapatos, quando atrito
contra o chão, fazem um barulho danado, descobri naquele dia. Ahhh... não posso
deixar de falar de uma pessoinha que parecia ser bem tranquila, um anjo, mas
que se mostrou uma bem elétrica e um tanto quanto desobediente. Essa pessoa é
uma garotinha linda, alexia. Mas pense como alexia deu trabalho dessa vez. Ela representou
o que é a pediatria, uma caixinha de surpresas e desafios. Alexia, numa outra
atuação estava morrendo de medo de uma agulha que iam colocar nela, e isso
talvez tenha tirado a energia dela, que s[o focava na possível dor daquela
agulha, a gente, nesse dia, segurou na mão dela pra transmitir força, no final
ela teve coragem. Mas voltando para a atuação que aqui escrevo, dessa vez
alexia estava toda sorridente e sem medo, é tanto que ela disse: “Oi, vou aqui
colocar um acesso e volto rapidinho pra brincar com vocês”. Quando ela voltou,
queria arrancar nossos narizes, eu e Vesgulina fazíamos de tudo pra evitar os
nossos narizes na direção da mão dela. Não teve jeito, houve uma hora que
Alexia pegou meu nariz e mudou o lado, ou seja, colocou como se fosse ao avesso.
Naquele momento pensei que tinha perdido um nariz. A gente tentou levar na
esportiva dizendo que não podia porque a gente não conseguia respirar, mesmo sabendo
que ela já é grande o bastante pra entender que aquilo não passava de uma
brincadeira, mas acho que funcionou um pouco, porque ela parou e até disse em
um momento que eu estava trocando a cor do meu nariz, que eu ia ficar sem ar;
ela comprou o jogo e começou a brincar. Depois ela disse que sabia pilotar
moto, eu disse que que não sabia, ela então disse que eu era a moto. Pensei,
pensei, pensei, mas no final decidi por entrar nesse jogo que ela estava
tentando comandar. Lá fui eu pelo corredor com alexia nas costas, ela parecia
ter o peso da minha mochila que levo pra faculdade, imaginem então como ela é
magrinha, esse foi um ponto decisivo para que eu aceitasse que ela me fizesse
de moto kkkk... depois de muitos olhares de médicas e enfermeiras, acho que
achando aquilo um perigo para ela. Decidi parar com a brincadeira, nesse
momento acho que Vesgulina deve ter puxado um outro jogo, ufaa... no final deu
tudo certo, apesar de tudo a gente sobreviveu. Fomos para o quarto descer a energia
e nos trocar, mas antes, assim que entramos no quarto, de narizes já abaixados,
olhei pra Danda ela olhou pra mim e surgiu um “CARAMBA”, que atuação.
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