quinta-feira, 14 de julho de 2016

A atuação que ficou com cheiro de café!

É bem verdade que na vida cotidiana, ou melhor, na nossa vida psíquica, o superego tende a nos inibir, a comandar nosso modo de agir de forma que evite comportamentos repudiados ou mal vistos pelas pessoas. Pois bem, aqui na palhaço terapia, as coisas não funcionam exatamente assim.
Hoje a atuação foi no ambulatório da oncologia e, pela primeira vez, atuamos bem cedinho. As 8:30 já estávamos dando bom dia ao HC. Nunca tínhamos atuado na onco, exceto Virgulino. Estávamos atentos e tensos. "é aqui mesmo,é?" "tem tanta gente"... Mas, vamos se jogar! uhuu
Entendemos o momento de se arrumar bastante importante para criar um clima harmonioso entre nós, aquecer o corpo e mente, assim também, como uma forma de entrar em sintonia com o outro. 
Quando estávamos quase prontos, até por que nunca se está totalmente prontos, saímos do quarto e, imediatamente, fomos envolvidos por um delicioso aroma de café. É claro que seguimos e, descobrimos que aquele cheiro  vinha da copa. Dona Maria logo nos ofereceu um café fresco pra começar bem o dia. Vibramos, né! Adoramos café, surdete pode falar mais sobre isso.haha Enfim, tomando café pra lá, pra cá, conversa vai, conversa vem...dona maria nos oferece bolacha. Eu recusei mas eu sabia que eu queria. Surdete não compreendeu o por que eu tinha rejeitado algo que queria. Eu disse que não queria incomodar dona Maria, nem parecer feio aceitar tudo de cara. Surdete logo protestou e falou que eu devia aceitar, então projetei chegar em dona Maria e aceitar a bolacha. "Aaaa, agora eu v..." quando projetei voltar na copa, surdete, "sem querer" derruba café no rosto, na roupa, no cabelo e no meu nariz. Foi um verdadeiro banho de café.  Surtede se desesperou e eu só fazia sorrir. Nos despedimos de dona Maria e saímos bem "aromacafetizados" hahah 
Nada que for dito aqui, vai chegar perto da vivencia nessa atuação.  Na porta da sala do ambulatório, encontramos um senhor de moleta, com um pouco de dificuldades para caminhar e é claro que o ajudamos. Colocamos nosso amigo, que aqui chamarei de seu "chapeleta", na cadeira de repouso. Batemos um papo e o assunto foi café e blá blá... Durante a conversa da gente, uma flor que eu tinha dado a Surdete pôr em sua "peruca" (Sim, DB, todos perguntam se o cabelo dela é cabelo mesmo ou peruca kkk), caiu no chão. Então, seu Chapeleta grita: Não deixa a flor cair por que se não, vem um defunto atrás.  Ele contou mais dessa história então tivemos bastante cuidado com a flor de Cassis (kkkk)...

Enquanto o jogo acontecia, algumas enfermeiras se envolviam conosco, percebi alguns olhares atentos e tímidos dos pacientes que recebiam a quimioterapia, nesse momento, eu senti de verdade uma dor no coração (peito), era uma pontada fina e que incomodava enquanto eu respirava. Então, mesmo sentindo esse desconforto, fiz disso, uma chance de permanecer no jogo e dar o melhor de mim. Olhei para meus mcm's e disse: 
Estou com dores no peito e eu acho que é gases. Então, Virgulino confirma_É gases! Surdete Repete, não tão surdete assim, escuta a confirmação de Virgu e logo toma uma atitude:_ Um médico por favor!!! Então, deitei numa cama para esperar alguém me acudir. Então, Surdete chama uma acompanhante ,de um paciente. Socorro!socorro! Ela precisa de ajuda. Então a doutora margarida, segurou meu braço e fez movimentos pra cima, pra baixo; Virgu, segurou minhas pernas e pra cima pra baixo... mas nada dos gases saírem. Surdete resolveu fazer pressão no meu peito algumas vezes seguidas, para ver se algum gás saía. E saíram dois arrotos. Uma enfermeira chegou até dar uma agulha pra Surdete me furar! hahah eu pulei da cama de medo! Eu achei muito legal esse momento. 

Tivemos também um encontro com um paciente muito divertido. Falamos sobre puns, chocolates e fugitivas. Sim, DB, e foram conversas bem interessantes. Foi muuuuuito bem mesmo! Tudo fluiu espontaneamente. 

Voltamos para o senhor Chapeleta e agora ele estava acompanhada da filha. Batemos um papo legal e falamos do ocorrido de Surdete ter me derramado toda de café. Daí, a filha de seu chapeleta, tirou da bolsa uma garrafa de café. Foi maior agonia para ela conseguir abrir e nada acontecia. Todos tentaram nada. Então, Surdete, toda entendida de café e afins, consegue abrir a bendita garrafa. A filha de seu chapelete, logo falou: "Desculpe pela vergonha que passei". Todos caíram na risada, foi muito engraçado. Por um momento, talvez, se esquecia que estava com agulhas no braço. 

Ajudamos uma acompanhante de outro paciente, que estava morrendo de frio, a se esquentar. Fizemos um baita paredão, demos até um cafezinho da sr."Descupélaverg", para ela tomar e ajudar ainda mais a se esquentar.  Tivemos ainda que ajudá-la a se esconder pois ela não´tinha permissão a estar ali. Tentamos e a escondemos com muita classe, fomos "bem discretos".

Aaaaaa momento amargação:
Eu tentei puxar jogo com uma acompanhante mas ela simplesmente não responder, não viu e virou o rosto. Amarguei. Mas a forma de lidar com isso mudou bastante. Cassis percebeu que eu tinha amargado mas apareceu e começou a jogar comigo. Percebo que amadureci significativamente nessa parte. "Saber amargar mas ainda assim, continuar firme e seguir". 

Jogamos próximos a sala de espera, mas não entramos lá, tinha muita gente. (Medo picadeiro)
Jogamos com quem passava e de longe mesmo. E quando resolvemos entrar, vimos parada no corredor um carrinho de feira de supermercado. Claro que entrei dentro e virgu me puxava. Passamos duas vezes nessa enfermaria, primeiro tinha sido eu e outra, Cassis. 
Foi muito incrível fazer isso e perceber que o melhor das coisas é você se permitir, tentar, arriscar, sempre que vale a pena. 
Encontramos uma senhora bem velhinha. Foi fantástico demais!
Pra finalizar, caminhamos até o quartinho e encontramos com alguns profissionais dizendo que não era um bom dia pois alguma briga tinha acontecido. Mas, a gente falou que estávamos lá pra resolver a briga.  Depois disso, seguimos para o quartinho e nos barramos com um dos chefes dos médicos. Ele tinha saído do banheiro e foi impossível sentir a catinga de pun que vinha de lá. Fizemos caretas e o médico percebeu e disse:
Está fedendo aí né?! kkkkkk

Pois é, DB! Foi isso que aconteceu e fiquei bastante feliz com o crescimento do trio.
Ah! essa foto pode resumir nossa cara de ....
Xiiiiii, soltei ummm punnn! 

Com amor, Zefina! 


Um comentário:

Unknown disse...

Ai ai, esse trio! <3