quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

UMA MANHÃ NADA COMUM...

Bem, aqui estou atualizando meus DBs novamente rs' - SAUDADES DE VOCÊÊÊÊÊÊÊ!!!!!

Então, a nossa última atuação foi na Onco do coração. Era pra ser uma manhã "quase" igual as outras: chegaríamos, nos trocaríamos, subiríamos a energia e se jogava no vazio, naquele vazio mais cheio que existe. Bem, não foi tão assim.
Nessa manhã, tínhamos a Floribela Chambinho como companheira (ela nos visita sempre agora \o/).
Ao chegar na enfermeira do setor para informar que teria atuação e que a gente ia se trocar, ela deu a Odete um "Ok", mas não era qualquer "Ok", era um ok frio, cabisbaixo, quase imperceptível. Até aí, não entendi muito bem o que estava acontecendo, mas alguma coisa não estava normal. As enfermeiras não sorriam, o silêncio era o que mais escutávamos naquele momento. E lá vamos nós para o troca troca de roupa.
Em algum momento dessa troca, uma enfermeira pediu para entrar e guardar um objeto, ela entrou e já foi dizendo:
- Hoje não é um bom dia né verdade?
Sem entender muito bem, perguntamos:
- O que aconteceu?
E ela sem relutar, nos deu a resposta para toda aquela frieza e "calmaria" agitada:
- Temos uma paciente, ex-funcionária do hospital, em fase terminal e todos os seus filhos estão aí chorando e sofrendo com a sua partida que está muito próxima (ela já estava em cuidados paliativos e não tinha nenhuma possibilidade de cura).

Daí, eu entendi todo aquele silêncio e passei a fazer parte dele.

Quando terminamos de nos organizar e então fomos a atuação propriamente dita.... FORAM MUITOS NÃOS!
A enfermeira nos disse não, com olhar e com palavras, a senhora que mantém tudo organizado pela primeira vez nos disse não e ficou em silêncio, nem um riso frouxo, nenhum encontro. Infelizmente naquela manhã, a Onco não era a nossa melhor opção e tivemos sim que ouvir um:

- Por favor hoje não é um bom dia, não atuem aqui na parte que ficam os pacientes, fiquem na sala de espera.

Fiquei de coração partido, mas apesar disso entendi perfeitamente o que estava acontecendo. Fomos então para a sala de espera e entre tantos desencontros dessa manhã, finalmente conseguimos encontros maravilhosos e olhinhos brilhando apesar de toda aquela agonia que transparecia na Onco.

Acho que sobre essa manhã, coloquei tudo que meu coração guardou daquele momento que foi de angústia compartilhada. Não somos acostumados a "esperar a morte". Não sei o final daquela história, ou melhor, sei mas prefiro deixá-la lá, naquela "calmaria agitada" e olhinhos aflitos.

Com amor, Odete!

Nenhum comentário: