Essa semana atuamos na enfermaria do sétimo andar. Era
visível o cansaço da semana tanto meu como da minha MCM, e preocupações com as
atribuições que estavam por vir. Entramos em um dos quartos, um dos primeiros
em que passamos, e, ao menos aparentemente, o casal que estava no quarto
parecia nos receber bem, mas era notório que nunca compravam nosso jogo e sempre
colocavam a sua religião em primeiro plano, nos falando sempre de oração e nos
convidando o tempo todo para tal. Até que resolvemos sair do quarto e foi aí,
no momento em que saíamos que escutei “sem graça né?” dizia a mulher para seu
marido se referindo a nossa atuação. Desabei. Senti dez vezes mais cansaço do
que estava sentindo, tive vontade de parar, sentar, refletir, ir embora.
Entretanto, pensei nas pessoas que muitas vezes diziam ganhar o dia com a gente
e pensei “existem outros quartos para passarmos, se tá ruim, vamos melhorar,
mas não podemos parar, vamos em frente” e foi aí que entramos num quarto onde
fizemos uma atuação incrível. Fui do inferno ao céu em questão de segundos. Pessoas
incríveis jogavam com a gente, nos queriam ali, nos entendiam, pediam para não
irmos embora. E foi assim que percebi, o quão mágico pode ser uma tarde no
setor, diversas pessoas, diversos sentimentos, críticas e elogios em um único lugar,
mas um lugar onde nada caminha em um único sentido, onde até a enfermidade pode
ser uma questão meramente relativa.
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