domingo, 17 de maio de 2015

Enfermaria de mão dupla

Essa semana atuamos na enfermaria do sétimo andar. Era visível o cansaço da semana tanto meu como da minha MCM, e preocupações com as atribuições que estavam por vir. Entramos em um dos quartos, um dos primeiros em que passamos, e, ao menos aparentemente, o casal que estava no quarto parecia nos receber bem, mas era notório que nunca compravam nosso jogo e sempre colocavam a sua religião em primeiro plano, nos falando sempre de oração e nos convidando o tempo todo para tal. Até que resolvemos sair do quarto e foi aí, no momento em que saíamos que escutei “sem graça né?” dizia a mulher para seu marido se referindo a nossa atuação. Desabei. Senti dez vezes mais cansaço do que estava sentindo, tive vontade de parar, sentar, refletir, ir embora. Entretanto, pensei nas pessoas que muitas vezes diziam ganhar o dia com a gente e pensei “existem outros quartos para passarmos, se tá ruim, vamos melhorar, mas não podemos parar, vamos em frente” e foi aí que entramos num quarto onde fizemos uma atuação incrível. Fui do inferno ao céu em questão de segundos. Pessoas incríveis jogavam com a gente, nos queriam ali, nos entendiam, pediam para não irmos embora. E foi assim que percebi, o quão mágico pode ser uma tarde no setor, diversas pessoas, diversos sentimentos, críticas e elogios em um único lugar, mas um lugar onde nada caminha em um único sentido, onde até a enfermidade pode ser uma questão meramente relativa.  

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