domingo, 8 de junho de 2014

Intervenção de novo jeito: Hospital do Câncer!

A atuação neste sábado foi diferente, por ser uma atuação coletiva e em um local novo: o Hospital do Câncer. E o diferente inspira, expira, chão, respiração (não sei pq coloquei isso!). Enfim, acordei cedo e fui me entregar a eles, meus MCMs, para me jogar no vazio com eles. Quem acompanhou Maroca Pipoca nessa aventura foi: Tarantela, Perolada, Lilika, Bolota e Chapelina! Fiquei surpresa com a quantidade de pessoas que havia no Hospital do Câncer devido à ação do Novo Jeito, e vi que a tarefa iria ser árdua, e que precisaríamos de toda a energia possível! E foi com esse prensamento, da quantidade de olhares e de encantos que nos esperavam lá fora, que nos aprontamos e subimos o nariz com 200% de energia!  Adentramos um mundo mágico, atrás de um ser chamado DÊJOTA, que iria guardar o nosso precioso tesouro. E encontramos a multidão de olhares que nos espionavam ao longe. Tive um pouco de dificuldade, por ser uma atuação coletiva dentro de uma ação de grande porte, e por isso havia muitas pessoas : minha dificuldade foi em conseguir manter um encontro em meio a tantos olhares querendo ser correspondidos. No começo ainda não estava vindo toda a energia e concentração para Maroca se mostrar! Mas quando fui me acostumando com a quantidade de pessoas, foi ficando mais fácil, e ela veio inteira, de corpo todo para aquela multidão! Arranjou logo um paquera: o boneco de ventriloquismo de um rapaz que estava passando. Houve troca de olhares, piscadela e até um beijo entre Maroca e ele! Josefina Chapelina ficou com ciúmes e roubou um beijo dele na frente de Maroca! Foi caso para briga e tapa entre as duas! A multidão na área externa do Hospital do Câncer era enorme, e começamos a dar a volta para ir para a frente do hospital começar a ação. Lá na parte externa, mas na entrada do hospital, há as janelas dos quartos dos pacientes que estão internados. Quando eles começaram a ouvir os barulhos das pessoas, eles apareceram nas janelas, e foi lindo! Fomos até eles e mesmo com a relativa distância física entre eles e nós, eles estavam muito PERTO, atentos, vidrados, querendo uma brechinha de atenção. E foram atendidos! Teve uma senhora que estava na janela, e acenou para a gente, e Maroca conseguiu captar esse sinal, e aconteceu um encontro maravilhoso! Daquele em que os olhos de um e do outro se fixam por alguns segundos, e um sorriso aparece em um dos rostos primeiro, o que acaba levando ao sorriso no rosto do outro, como se fosse uma modalidade do jogo do "espelho", só que real. Daí, a ação foi conduzida pelo pessoal do Novo Jeito para começar a entrar no hospital. Algo que foi um pouco frustrante foi que não pudemos entrar em todos os quartos nem em todas as alas do hospital, pois estávamos dentro de uma ação maior, e que já havia muitas pessoas-voluntários para participar e entrar nos quartos fazendo outras atividades. Senti, e percebi também nos olhares de outros MCMs que aquela restrição deixou a energia cair um pouco, e percebi que alguns clowns não estavam ali, e sim meus colegas de curso! Mas logo fomos voltando, interagindo com aquelas pessoas que estavam ali, e a energia foi subindo, e quando ela chegou ao ápice, foi a hora de, enfim, adentramos os quartos dos pacientes! Foi um pouco complicado conseguir manter os encontros pelo pouco tempo que nos foi dado para as visitas (novamente, como era uma ação ampla, o pessoal da organização tentou controlar um pouco o fluxo de pessoas que estavam entrando no hospital e nos quartos, e nisso tbm incluiu os clowns), mas percebi que conseguimos sim, encontrar os pacientes que estavam ali! A atuação toda foi se voltando para um lado meio erótico e conquistador, e um paciente, que estava meio calado, mas percebíamos que ele nos queria ali, e mesmo calado, de longe, sorria com as coisas que fazíamos! E quando estávamos saindo do quarto dele, ele falou: "Peraê, deixem eu tirar uma foto com vocês! Vão embora sem nem me deixar tirar uma foto?" E ele se levantou, dentro das suas limitações, e veio até a gente. Ele queria estar mais PERTO e guardar aquilo. Aquela foto não foi simplesmente uma foto, mas senti que ia além disso. Ele não queria esquecer da gente! Outro paciente, de outro quarto, chegou a colocar perfume para nos receber! Caramba, quando senti o cheiro de perfume no quarto, logo pensei na importância que aquele paciente estava dando para a gente. Uma pessoa internada, com uma doença tão sem perspectiva geralmente, e de uma condição social menos favorecida, para ele perfume é algo caro, e ele se cuidou, tentou ficar cheiroso para nos receber! Caramba, aquilo foi o ápice pra mim. Me senti tão pequena, como se não merecesse aquele gesto! A gente não tem ideia de como a gente muda aquelas pessoas só com uma ida, mesmo que breve. Foi essa lição que tirei daquele quarto e daquele senhor. Não temos ideia do quanto estamos PERTO daquelas pessoas. Chegamos ali, e vamos embora e não sabemos o que acontece! Mas sei que faço de tudo para mudar aquela rotina, pelo menos daquele dia, para aquelas pessoas. Se conseguir isso para um paciente, para mim a atuação já valeu! Tento mudar algo, ou deixar algo diferente, pois em mim sempre sai algo mudado e diferente; mudança para melhor, que me faz refletir e querer isso sempre mais!

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