Nossa MCM Maria voltou!
A atuação de ontem começou um pouco corrida. Não nos
encontramos na hora de sempre, então começaríamos a atuar mais tarde. Pela segunda
vez, o corredor gigante da enfermaria do décimo primeiro nos deixou animadas,
mas preocupadas que não desse tempo de atuar em todos os quartos.
Engano nosso, foi ainda melhor que da outra vez. Encontramos
os pacientes muito dispostos a se entregar. Algumas carinhas já conhecidas,
outras novas. O fato é que todos, sem exceção, até quem não podia falar,
interagiram e o resultado foi uma explosão de olhares incríveis.
Um dos momentos mais comoventes foi o encontro com seu F. Segundo
as enfermeiras ele não sabe, mas talvez não tenha muito mais tempo. Me doeu
pensar nisso. Tamanha lucidez, tamanha sabedoria nos ossos cansados. Fiquei com
vontade de ficar lá com ele a noite toda. Descobrir cada história nova
que ele tivesse pra me contar sobre a vida que viveu. Infelizmente, é uma das
certezas da vida. Só espero que, por quanto tempo mais dure a dele, ele consiga
viver bem e feliz.
A atuação de ontem terminou no grande corredor, onde uns 5
pacientes e alguns de seus acompanhantes estavam reunidos como se fossem amigos
há anos, no que eram apenas vizinhos de quarto no HC. Que bonito foi vê-los
rindo, contando histórias, brincando e encontrando conosco e uns com os outros.
Ah, se todo corredor fosse assim...
O saldo foi extremamente positivo e, ao contrario do que
pensava, deu tempo não só de atuar em todos os quartos, como de fazer magia em
todos eles. Um amigo me disse que ficou impressionado quando eu lhe disse que o
palhaço tem toda uma mística que nos encanta. Não é um simples subir de nariz.
Mal sabe ele que, na verdade, é a “máscara que menos esconde, e a que mais
revela”. É a melhor parte de mim. E ontem, Carola foi ainda melhor. Dormi com o
coração transbordando.
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