domingo, 14 de dezembro de 2014

Um belo trabalho, uma bela acochada tropical


Querido Pandolfo, vou lhe contar como foi a minha sexta. Sua MCM fui muito bem recebida por Telma Tropical e Tonico Acochador.  Fomos para o décimo andar. Foi tão legal ver o lindo o sorriso da Telma e o olhar brilhante do Tonico. A falante Sebastiana logo brilhou o olhar. Tentei ser menos tagarela para não assustar, mas acho que não consegui. Encontramos uma tia minha lá, a Tia Tetinha. Ela escondia seu busto com os braços como todas as tetinhas fazem. Encontramos a vô Lu. Foi fácil fazer uma música em família e Telma logo dançou.
    No ritmo da música reencontramos Vanessa, ela hoje falou conosco, mas continuou divã sem dar autógrafo. Ela também estava com Maria que conseguia ser mais divã que ela, e andava se requebrando. A seguimos até o quarto de Zezé. Aquele quarto estava realmente repleto de estrelas. Para minha tristeza, Pierce, o sempre falante Pierce, estava calado e muito triste, não falou conosco.
   Seguimos em direção ao quarto da riqueza. O caba era tão rico, que sua comida vinha do Japão, seu prato era de prata e Tonico ganhou uma cueca de ouro, Telma uma calcinha de ouro, e uns dentes urinados que latem (a tia de Telma sempre disse que ela era feroz) e eu um pinico. Ele teria que ser bem grande para conseguir aguentar a quantidade de coisa que eu boto para fora.  Aquele homem era um poço de invenções. Sabia Pandolfo, que calça pela metade se chama Cacete?
    No próximo quarto conhecemos uma mulher incrível, demos tantos apelidos para ela que juro que não sei qual era seu nome de verdade. Dela recebemos de tudo um pouco, elogios, carinho, dor, e o mais importante: confiança. Seu pé enfaixado e com uma dor que piscava, virou uma árvore que piscava, e seu lençol um enfeite dessa árvore. Ela elogiou o nosso trabalho, e Tonico esperto contou o meu segredo: meu trabalho era tão grande que não cabia no pinico de ouro que eu tinha. Que mentira! Ele na verdade é leve como uma nuvem, e cheira a flores! Vou deixar um pouco dele lá no banheiro. Pisca pisca ficou incrédula, não acreditou que eu tinha deixado algo lá, ou acreditou demais, é tanto que mesmo com dificuldade se levantou e foi ver. Não acredito que cai na de vocês. Olha para o céu pisca pisca, o meu trabalho está lá. Foi tanta abertura na nossa relação, que descobrimos a morte recente da mãe dela. Um choro, um conforto, e finalmente seu sorriso brilhou novamente. Vamos pegar material de trabalho: ameixa e repolho, para ajudar a senhora a transformar sua prisão de ventre em uma linda nuvem, ou a senhora quer xixi, uma comida japonesa muito boa? Telma comeu tanto que seus dentes estão todos ourinados.
    Como o andar é realmente muito rico, o próximo quarto foi o da rainha. Sentada no seu trono, estava rodeada de duas princesas. Tão ricas! Uma vestia um arco-íris e outra vestia pele de tigre. Suas unhas eram de prata e seu sorriso de ouro. Arrochador logo foi se engraçar com a segunda princesa e eu e Telma ficamos à espera dos nossos príncipes.
     No outro quarto, talvez a gente desencalha-se se aqueles belos olhos da mãe e da filha fossem trocados pelos nossos, por que será que elas não quiseram trocar? Como eu e Telma íamos conquistar o menino da fisioterapia e tirar Tonico do quarto sem aquele azul tão lindo e brilhoso? Acho que você também teria ficado lá Pandolfo.
    No outro quarto encontramos um jogador da seleção. Ele ficou analisando as nossas jogadas, ou melhor, os nossos passos de dança. Mas logo Dunga ligou para ele. E ficamos no quarto com o rei e rainha da corrida de burro, ou qualquer nome regional dado no interior a esse bicho. Ela com vários dons:  de baiana a jogadora. Ele o manjador dos computadores, tinha um tablete, um celular e um computador, e adorava baixar músicas antigas neles, essas eram as boas. O próximo ano vai ser tão bom, até a baiana vai aprender a usar a tecnologia. Será que o senhor ganhou isso tudo com a corrida de bodes? Afinal vale mil reais. Podemos carregar o senhor na nossa carroça, e seremos três burros, contanto que nos pague três mil reais. Ganhamos Pandolfo mais do que dinheiro, ganhamos sorrisos. Tão preciosos para mim e para você. O rei era justamente seu Joaquim, aquele senhor que na nossa última vez no décimo, nos expulsou e ficou triste com a história malvada do seu companheiro. Como queria que você também experimentasse a beleza daquele sorriso.
   Enfim Pandolfo, tenho muito a agradecer, Telma e Tonico são incríveis. A doçura de Telma e o charme de Tonico, a energia dos dois, me lembram que mesmo com o decorrer das atuações nunca devemos perder aquele brilho no olhar da oficina em que nascemos. Suas brincadeiras com coisas simples me mostraram que as vezes não precisa nada mais do que um pinico e um trabalho de repolho para melhorar o dia de alguém. Senti sua falta MCM, e do seu jeito moleque, não vejo a hora de revê-lo e dividir com você tudo de bom que consegui na sexta.

    

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