DB,
É tudo novo, de novo. MCM nova, experiências novas e, até
mesmo, nariz novo! Acho que a única coisa velha foi o setor hahaha já fui
tantas vezes no Alojamento Conjunto que, chegando lá para atuar, a enfermeira
foi logo dizendo, quando nos identificamos como da palhaçoterapia: “Eu lembro
de você!”
E apesar de ter feito tantas visitas ao AC, ainda acho esse
um setor muito difícil. A atuação é mais basal, as mães nem sempre compram os
jogos, muitas ainda sentem muita dor... É sempre um desafio. Dessa vez, ainda
tivemos alguns pequenos picadeiros, sem saber bem o que fazer ou como sair de
algumas situações.
Mas então. Nos trocamos, subimos a energia, de um jeitinho
bem nosso, e saímos. Logo no primeiro quarto, encontramos um bebê (dormindo,
claro), duas mães e duas acompanhantes. Todas interagiram bastante e entraram
no jogo, mas uma das acompanhantes estava um pouco pra baixo. Dizendo que
estava há 9 dias no hospital... rebatemos perguntando: imagina passar 9 meses
numa barriga? Ela riu. Mas o ânimo ainda continuava lá embaixo... foi difícil
convencer ela de que a vida era melhor que aquilo. E por falar em vida...
Em um outro quarto, entramos falando baixinho, em mímica,
porque estavam todos dormindo. Exceto por uma acompanhante, que começou a
conversar com a gente. Conversa vai, conversa vem, ela nos diz que a vida
ensina. “Mas onde encontro essa tal de vida? Ela dá aula particular? Cobra
caro?”
Saímos tentando encontrar essa tal de vida que ensina... E
chegamos em nosso último quarto. A paciente nebulizava e sua mãe nos contou um
pouco de sua história. Sua gravidez era de risco e ela não tinha previsão de
alta... Nesse meio tempo, a nebulização terminou e Evinha se aproximou dela.
Não falamos nada, mas, de repente, a paciente começou a chorar e dizer que
queria ir para casa. PAM. E agora José?! Na dúvida, ASSI! Chegamos mais perto e
começamos a falar sobre o hospital, sobre seu filho, sobre o quanto ela era
vencedora e que em breve ela estaria fora dali. Não precisou de muito e ela
parou de chorar. Deus é mais hahaha Saímos do quarto e a senhora nos disse:
olha aí, a vida ensina!
E não é que ensina mesmo?
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