domingo, 5 de julho de 2015

O jeito certo de fazer a macaxeira

   O COB sempre é uma tensão. O pessoal está ou com dor, ou triste porque perdeu o filho, ou simplesmente não vai com tua cara. Mas na atuação desta semana, acho que conseguimos alguns trunfos. Já no primeiro quarto, na maca do corredor, conseguimos interagir com uma grávida, ela queria subir para a festa do 9º andar e nós queríamos tentar fazer ela gostar de lá. Eu com minhas leseiras despertei nela um reconhecimento de um parente meio boba e isso foi um passo para fazer ela nos encontrar, surgiu o tópico da macaxeira e com ele fomos tentar encontrar mais algumas pessoas que gostam disso. Uma das grávidas, bem nova, estava deitada, e com ela conseguimos pouca coisa, mas conseguimos que ela falasse conosco, o que já foi uma vitória, ela não gostava de nada das comidas que propomos, mas só o fato da sua cara de nojo ser esboçada já me fez me sentir responsável por desviar sua atenção.
  No próximo quarto sempre e bem complicado, geralmente é o quarto das pessoas que perderam o bebê, e o clima lá é de dor em todos os sentidos. Com uma das pacientes que andava bastante os contatos foram no corredor mesmo, a outra com tanta dor não conseguiu se comunicar, mas ainda jogamos com a irmã, dizendo se tanto azul não lembrava ela da praia e da macaxeira. Na outra cama tinha uma paciente bem legal, muito disponível, tentou contato conosco, mas sua acompanhante era bem fechada e meio enjoada. Nesse mesmo local uma enfermeira nos ajudou muito, ela ensinava posições de não sei bem o que para uma das pacientes, e começamos com isso a desenvolver a posição do preparo correto da macaxeira, essa posição traria um novo filho para aquela mulher e eu iria casar com ele. Foi tão bom ver ela a delicadeza com que ela me disse que seu filho não estava conosco, e melhor ainda como ela recebeu minha ousada proposta de casamento com a futura nova criança.
   No corredor lágrimas se tornaram tema da nova conversa, não sei bem ao certo se conseguimos para o choro, porque ela fiou melhor, ou se ela só queria se livrar de nós, mas o foco é que paramos as lágrimas.
   No outro quarto só zuera, estávamos com a futura mãe do filho de Brad Pitt, e com a mãe de Caio Castro, filho de Traste Castro, mas que mesmo sendo meio meio-boca gerou não só Caio, como Bruna Marquezine. No outro foi muita foto, em todas as posições, com a grávida tatuada, com a mãe dela, com a acompanhante que mal conhecia a grávida, mas que com tanta arrumação, queria era conhecer o médico e com a fotógrafa saliente que empurrava flash na filha com dor de cabeça, aí empurramos flash nela para desviar.
   No outro quarto foi bem parado, as mulheres dormiam ou se cobriram quando chegamos. Mas no corredor fechamos com chave de ouro, duas amigas bem fofas parentes de uma médica, estavam lá e elas eram tão meigas que sua amizade de anos transpôs para nós uma proximidade que parecia ser de muito tempo. Quero ir para Alemanha visitar seus descendentes, mas Porta Alegre também serve. Qual filho está disponível?

   Muito bom ter nesse penúltimo dia, minha segunda visita a esse local tão controverso para mim, realmente me ajuda a ver como e digivolvi ou evolui da primeira atuação para esta final.

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